Uma cidade cujos prédios são feitos de ossos e pedaços quebrados de casca de ovos parece ser o cenário perfeito para um filme de terror ou ficção científica. Entretanto, essa é a base de pesquisadores da Universidade de Cambridge, que querem substituir os tradicionais materiais da construção civil para diminuir a emissão de carbono em nosso atmosfera.
O objetivo dos pesquisadores não é modificar a forma com a qual enxergamos os prédios – fazendo-os parecer esqueléticos ou ameaçadores, como alguns devem ter imagina –, mas mudar o seu interior, os componentes usados para a sua construção. De acordo com pesquisas fornecidas pela própria Universidade, o concreto e aço – muito utilizados na construção civil – representam 10% das emissões de gás carbono, que são expelidos durante a produção desses materiais.
No futuro, é muito provável que os prédios continuem se parecendo com a imagem da esquerda e não o da direita
Seria possível?
De acordo com a bioengenheira, Dr. Michelle Oyen, do Departamento de Engenharia de Cambridge, essa mudança seria possível e traria verdadeiros benefícios para a atmosfera. Durante os experimentos dos pesquisadores, foi possível criar componentes parecidos com o osso e a casca de ovo, materiais orgânicos que exigiram temperatura ambiente para serem criados.
A grande diferença fica por conta da dispensa de grandes temperaturas e energia, processo que acaba produzindo grande quantidade de gás carbônico para a atmosfera. De acordo com Oyen, mirar na construção civil não parece ser muito efetivo se levarmos em conta o consumo de combustíveis fósseis da indústria automobilística, mas vai ajudar bastante, especialmente se levarmos em conta que o concreto e o aço servem de base para erguer prédios até hoje.
Que tal um prédio cuja sua estrutura seja feita de osso e casca de osso?
Vantagens dos biomateriais
Além das vantagens ambientais, os chamados biomateriais ainda possuem outros benefícios interessantes. O osso, por exemplo, feito essencialmente de proteína e minerais, possui além da resistência, a capacidade de se autorregenerar em pequenas quantidades. Já a casca de ovo, que possui mineral em sua maioria, possui uma dureza incrivelmente alta.
Porém, ainda segundo Oyen, a implementação desses materiais ainda deve demorar pelos menos 10 anos. A criação de componentes orgânicos já é possível, mas ainda demanda muita pesquisa e tecnologias específicas. Além disso, a indústria dos combustíveis fósseis é muito conservadora, exigindo uma investida muito pesada para mudar o rumo das coisas.
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