De acordo com especialistas do setor, o risco de novos blecautes, como o ocorrido no início desta semana, que deixou 11 estados mais o Distrito Federal sem energia durante horas, é alto. O forte calor do verão, somado à escassez de chuva e aos baixos níveis das represas e reservatórios das usinas hidrelétricas, tem elevado os riscos de colapso no fornecimento de energia.
“Estamos vivendo a pior crise hidrológica dos últimos 80 anos. O que houve foi sim um racionamento de energia em razão do pico de demanda provocado pelas altas temperaturas. Nosso sistema energético está sucateado, e o mais agravante é que o Brasil nem está passando por um processo de crescimento econômico”, alerta o engenheiro elétrico Jamil Mouallem, diretor de marketing e vendas da TS Shara, fabricante nacional de equipamentos de proteção de energia.
Na cidade de São Paulo, o apagão durou cerca de meia hora e foi suficiente para gerar transtornos incalculáveis à população, com a paralização do serviço de transporte público. Segundo a Eletropaulo, a energia distribuída foi reduzida em 700 megawatts.
“A simples oscilação da energia elétrica, logo após uma queda de energia, por exemplo, pode danificar os eletroeletrônicos, gerando ainda mais transtornos para o consumidor, problemas que muitas vezes passam despercebidos pela maioria das pessoas, mas que são gerados em decorrência das falhas do sistema elétrico”, explica Mouallem. “É importante ficar atento e tomar algumas medidas preventivas de proteção para evitar ou reduzir o impacto que a falta de energia ocasiona para os equipamentos”, aconselha.
Conselhos para não ficar na mão
Medidas simples, como as destacadas abaixo, podem aumentar o tempo de vida útil dos equipamentos e reduzir os prejuízos dos consumidores.
Atenção ao aterramento
Durante as tempestades de verão, aumenta o número de ocorrências provocadas, principalmente, por descargas atmosféricas (raios), causando danos em uma instalação ou até mesmo desligando o sistema elétrico. Os raios podem vir através da antena de televisão, de um varal metálico, de uma cerca de arame, das redes telefônicas, das redes elétricas ou até mesmo pelo sistema de aterramento da casa, em locais onde ele não seja bem-feito. Certifique-se se o sistema de aterramento de sua residência está em boas condições. A instalação de para-raios também é indicada nesses casos.
Evite certos locais
Evite contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefônicas, de energia elétrica e qualquer objeto ou estrutura metálica, e se afaste dos seguintes locais: campos abertos, pastos, campos de futebol, piscina, lagos, lagoas, praias, árvores isoladas, postes, mastros e locais elevados.
Proteja seus eletrônicos
Para equipamentos sensíveis, como televisores de LCD e plasma, DVD, home theaters, notebooks, PCs, impressoras e smartphones, existem alguns tipos de proteção que são instalados nas tomadas. Esses dispositivos são conhecidos como protetores contra surtos de tensão.
Use estabilizadores e nobreaks
Variações de tensão na rede elétrica também provocam avarias aos componentes eletrônicos dos equipamentos, diminuindo sua vida útil. Mantenha-os sempre ligados aos estabilizadores de tensão, filtros de linha ou nobreaks.
Tenha uma bateria externa
No caso de falta de energia, os nobreaks podem oferecer uma autonomia de bateria de até 30 minutos para um circuito de até 80W (por exemplo, 1 microcomputador, 1 monitor LCD e 1 impressora a jato de tinta). Essa autonomia pode ser aumentada para alcançar até quatro horas, agregando uma bateria externa. Isso permite ao usuário de notebook ou computador terminar suas tarefas e desligar adequadamente o equipamento, preservando a integridade dos dados.
Não toque em fios e cabos elétricos
Quando um raio atinge a rede de energia, ele pode provocar curto-circuito e rompimento de cabos. Nunca toque em fios ou cabos da rede elétrica, dentro ou fora de casa, pois eles podem estar energizados. Ao encontrar fios ou cabos da rede elétrica caídos sobre o solo, isole a área e ligue imediatamente para a companhia de energia da sua cidade.
Fontes