Pesquisadores do departamento de Física e Astronomia e do setor de Química e Engenharia Biológica da universidade de Scheffield (Inglaterra) estão aprimorando um método de captação de energia solar por meio de semicondutores baseados no mineral perovskita; painéis solares, como mostra a imagem acima, podem ficar obsoletos.
O projeto tem gerado resultados notáveis quanto à sua eficiência – o protótipo do painel solar atinge 11% dos seus 19% totais de desempenho quando colado à prova. “Há muito entusiasmo em torno do perovskita com base no efeito fotovoltaico (potencial de tensão ou corrente elétrica de um material)”, diz David Lidzey, pesquisador responsável por chefiar o estudo.
A pintura de painéis baseados no composto é um processo barato quando comparado à fabricação dos semicondutores de energia atuais. No futuro, o mesmo método utilizado pelas montadoras de carros poderá cobrir latarias com tinta de perovskita. “Esta classe de material oferece um potencial notável que possibilita a combinação de células solares de alta eficiência com custos de produções baixos de fotovoltaicos”, comenta Lidzey.
Usar o composto baseado no mineral perovskita para captação de energia solar não é uma ideia necessariamente nova – pesquisas em torno deste processo começaram a ganhar destaque principalmente a partir de 2012. O desenvolvimento de tinta a dispositivos capazes de absorver radiação também é um processo conhecido por engenheiros (leia mais aqui).
Método de pintura usada por indústrias automobilísticas poderá ser adotado.
O trunfo da atual empreitada consiste no uso do novo composto (o perovskita é baseado em cálcio com óxido de titânio). Há alguns anos, o potencial de absorção, captação e criação de corrente elétrica através de uma pasta de perovskita ficava em apenas 1%.
Espera-se que as pesquisas atuais sejam capazes de criar processos de aplicação do material em escala industrial. “Este é um passo eficiente que permite a produção de dispositivos com células solares a baixo custo por meio de métodos de grande escala”, conclui o pesquisador. É provável, desta forma, que até mesmo aparelhos móveis (como smartphones, tablets ou notebooks) sejam revestidos com pintura que possibilita recarga no futuro.
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