Na última terça-feira (12), o Facebook e a Microsoft anunciaram medidas para corrigir um dos principais problemas do mercado de trabalho em âmbito mundial: a disparidade de salários entre gêneros. A decisão das companhias surge após a pressão exercida pelo grupo de investimentos Arjuna Capital, que exigiu que homens e mulheres exercendo as mesmas funções fossem pagos de maneira igualitária.
Os anúncios surgiram um dia antes do “Equal Pay Day” (Dia da Igualdade salarial, em uma tradução livre), evento anual que discute a desigualdade salarial entre gêneros. Parte da Baldwin Brothers, a Arjuna pressiona empresas para que elas diminuam disparidades e sejam mais transparentes na divulgação dos salários atribuídos a seus funcionários.
A Microsoft afirma que, para cada dólar pago a um funcionário homem que trabalha nos Estados Unidos, ela paga US$ 0,98 para uma mulher exercendo a mesma posição. Já a chefe de recursos humanos do Facebook, Lori Matloff Goler, afirma que a companhia faz análises estatísticas frequentes para garantir que pessoas que exercem as mesmas funções são pagas de forma semelhante, independente de seu gênero.
Além das duas empresas, nomes como Amazon e Apple já foram alvos da ação da Arjuna Capital, tendo lidado com a questão da disparidade em um momento anterior desse ano. Além do grupo de investimentos, a pressão exercida pela opinião pública também está colaborando para que organizações se tornem mais conscientes do problema.
Parte de um problema maior
Como bem aponta o Washington Post, ainda há um problema maior a ser tratado: a disparidade entre a quantidade de homens e mulheres em posições de comando. Especialmente no mundo da tecnologia, homens tendem a ter a preferência na hora de receber promoções e exercer funções com pagamentos mais generosos.
Marissa Meyer, do Yahoo!, ainda pode ser considerada uma exceção no que diz respeito a posições de liderança
“As informações são precisas no que pretendem ser — uma falta de disparidade de pagamentos quando olhamos para os mesmos trabalhos —, mas ela não discute o assunto mais amplo que é a falta de representação feminina em cargos de liderança que são cruciais para determinar o tom de uma companhia”, afirmou à publicação Lisa Maatz, vice-presidente de relações governamentais da Associação Americana de Mulheres Universitárias.
Um relatório divulgado em 2015 pelo Dice, site especializado em carreiras, mostrou que homens tendem a ter posições mais bem remuneradas no mercado de tecnologias. Enquanto os salários masculinos para as 10 posições mais altas do mercado variavam entre US$ 92.245 (R$ 322 mil) e US$ 127.750 (R$ 446 mil), os femininos variavam entre US$ 43.068 (R$ 150 mil) e US$ 98.328 (R$ 343 mil).
Infelizmente, essa situação não se restringue somente ao campo da tecnologia e aos Estados Unidos, se mostrando uma tendência nefasta que se espalha pelas mais diferentes áreas profissionais e regiões geográficas. A disparidade salarial também tende a ser facilmente observável em relação a diferentes etnias e orientações sexuais, servindo como prova de que as relações empregatícias ainda têm muito a evoluir em uma escala global.
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