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Fora contas para pagar, mensagens do banco e propagandas que ninguém lê, você ainda recebe alguma carta? Tirando as poucas exceções, o correio deixou de ser uma forma de comunicação, sendo substituído quase totalmente pela internet.
Agora, há quem acredite que outro correio, o eletrônico, também esteja por um fio. É isso aí: um dos primeiros métodos de envio de mensagens via computadores em rede já é tido como coisa do passado, como fala um recente artigo do The New York Times.
Napster, Netscape, mIRC, salas de bate-papo, ICQ. Todos esses serviços da internet pareciam imbatíveis, mas encontraram seu fim depois de alguns anos de fama, tudo porque se tornaram defasados e foram substituídos por produtos modernos. Mas será que o email se encaminha para essa lista? E quem será o desafiante desse serviço histórico?
A idade chega para todos
O email já é um vovô de respeito: ele foi planejado em 1971, antes mesmo da invenção da internet como a conhecemos hoje, e já passou por inúmeras revoluções e melhorias. Mas ele ainda está com moral: de acordo com um relatório do Radicati, em 2011 foram registradas 3,1 bilhões de contas ativas, com uma média de crescimento esperada de 7% por ano até 2015.
Já a média de mensagens por dia no mesmo ano foi de 33 enviadas e 72 recebidas – números que podem parecer absurdos para você, mas que são ainda maiores em algumas empresas. Ainda assim, não parece que as pesquisas refletem o que acontece diariamente.
Ninguém tem tempo ou paciência para verificar isso, né? (Fonte da imagem: ThinkStock)
O que mais afasta as pessoas parece ser o spam. Não é nada legal acessar a caixa de entrada e descobrir cinco emails úteis ao lado de 254 ofertas de Viagra, queimas de estoque de produtos que você nunca vai usar, pedidos de doação para necessitados do outro lado do mundo e correntes que, se alguém não passar para 15 amigos, resultam em uma morte trágica.
Os carrascos
Quem está disposto a afundar o email são pesos-pesados: redes sociais como Twitter e Facebook, mensagens via SMS e até mesmo os mensageiros (que também passam por momentos difíceis, mas têm públicos fiéis).
A principal garantia desses serviços é a velocidade: você manda uma mensagem e ela aparece na tela do seu amigo instantaneamente, às vezes até sem que você precise clicar ou responder. Elimina também a necessidade de preencher o campo “Assunto” ou usar toda a formalidade que o email às vezes pede.
Entre os jovens, o email parece ter perdido a luta para as redes sociais. (Fonte da imagem: ThinkStock)
A popularidade também conta: enquanto muita gente está deixando o email de lado, até crianças hoje em dia têm celular e amigos e parentes estão cada vez mais envolvidos com redes sociais. O email, hoje, é tido como “coisa de velho”.
E, apesar de funções diferentes, algumas redes sociais até roubam utilidades que antes pertenciam ao seu Gmail ou Yahoo – hoje em dia, Twitter e Facebook fazem até cadastros em fóruns, sites de compras e outras páginas na internet, cortando aquela chatice de confirmar a conta de email.
Acredite, ele ainda é útil
Mas não pense que, só porque algumas pessoas praticamente aposentaram a conta de email, o mundo inteiro também resolveu agir assim. No mundo corporativo em geral, ele ainda é a ferramenta oficial de comunicação entre funcionários e chefia, seja para comunicados oficiais ou eventos. Além disso, você já viu alguém mandar o currículo para alguém via Twitter?
Várias ações na internet ainda só são feitas por email. (Fonte da imagem: ThinkStock)
O email ainda conta com uma organização de dar inveja, coisa que nenhuma rede social consegue copiar. Funções como caixa de mensagens prioritárias, anexar vários arquivos em uma só postagem, pastas diferenciadas para cada tema de discussão e gigabytes de armazenamento fazem com que o correio eletrônico ainda seja uma preferência entre internautas de todos os tipos.
E a Google parece compreender bem a situação, integrando serviços como o Docs e o Google+ ao Gmail, fazendo com que você tenha que acessar a caixa de entrada para saber das atualizações nos outros produtos da empresa.
Aplicativos para celular: ajudando o email a permanecer vivo. (Fonte da imagem: Reprodução/Google)
Os próprios tablets e smartphones, que poderiam jogar a última pá de terra no email, ajudaram o coitado: aplicativos para acessar sua caixa de entrada e até enviar mensagens rápidas são bem feitos e estão presentes em quase qualquer dispositivo móvel.
Sentença de morte?
Quando a televisão surgiu, o rádio e o cinema iriam morrer. Quando o VHS surgiu, o cinema seria extinto (de novo). Quando a internet surgiu, todos os itens anteriores, mais o jornal impresso, deixariam de existir. Nada disso aconteceu.
Com o email, podemos esperar algo parecido. Uma forma tão forte de comunicação não deixa de existir de uma hora para outra, nem mesmo contra concorrentes tão fortes como as redes sociais. Ele pode ter perdido muitas forças, claro, mas é muito improvável que suma da rede nos próximos anos.
Mas não podemos esperar uma reinvenção, que faria com que ele voltasse com todas as forças. O email não está “respirando por aparelhos”, mas não terá de volta sua época de ouro. Se você achou melhor aposentá-lo, é só deixar ele ali, quietinho em um canto, sem incomodar ninguém. Em algum momento, alguém ainda vai até lá dar um pouco de atenção.