“Tudo começou quando meu pai perdeu o emprego”, revela Arthur Sacek, criador da magnífica máquina de esculpir e atual diretor de pesquisa e desenvolvimento da ZOOM, empresa que representa com exclusividade a LEGO Education aqui, no Brasil. E sim, Sacek é brasileiro. Além de alimentar periodicamente um canal no YouTube, o designer é um profícuo palestrante e defensor do lema “aprender fazendo”.
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“Durante o período em que ficamos sem fonte de renda, decidimos começar a aplicar nossas habilidades em produção industrial em um negócio caseiro.” E esse foi o início do legado “LEGO Milling Machines”, uma série de invenções em escala reduzida de máquinas capazes, por exemplo, desde moldar alguma forma desenhada até brincar de jogo da velha.
3D Milling Machine
Um bloco do que parece ser um papel todo perfurado, aparentemente destruído. Talvez seja essa a impressão que o vídeo a seguir passe durante os seus primeiros segundos. Mas espere, olhe novamente e surpreenda-se. Seria essa uma forma alternativa de “impressora 3D”? Também desenvolvida por Sacek, a 3D Milling Machine foi criada com a intenção de desvelar novos métodos de didática e aprendizado por meio do conceito “aprender fazendo”.
Antes de atingir seus tempos áureos, porém, Arthur Sacek precisou absorver certos conhecimentos. Depois de ter adquirido certa intimidade com o desenvolvimento de engrenagens à base de peças de encaixar, o então aspirante a pesquisador e desenvolvedor foi convidado por um professor a criar projetos para laboratórios de Biologia, Física, Química, Robótica e de realidade virtual. “Nesse trabalho, pude melhorar meus conhecimentos em gráficos computacionais e em realidade virtual”, conta o brasileiro.
Novos métodos, novas escolas
Michio Kaku, um dos físicos mais brilhantes e contundentes do mundo ainda vivo, disse recentemente que, em alguns poucos anos, os estudantes de ensino médio vão conseguir criar formas de vida alternativa nos colégios durante as aulas. “Algo parecido com uma máquina de escrever vai ‘imprimir’, instantaneamente, cadeias de DNA, formando assim seres vivos totalmente customizáveis.”
Exagero? Há dez anos, esse mesmo cientista disse que, em menos de uma década, estaríamos todos usando “aparelhos que congregariam as funções de máquinas fotográficas, de telefone e de envio de informações sem fio”. Isso parece bastante familiar, não? Fato é que os antigos padrões de ensino parecem estar entrando em crise, novas formas de didática inquestionavelmente estão ocupando as salas de aula — o que pode significar, hoje, “germes de uma verdadeira experiência laboral, instrumental”.
Prova disso são as atividades desenvolvidas pela própria ZOOM, que incluem a distribuição de kits da LEGO Education, de fascículos educacionais, assessoria às escolas e capacitação de educadores. “Todas as soluções foram baseadas em propostas e estudos de renomados pesquisadores da área educacional e fundamentadas nos quatro pilares para a educação da Unesco: aprender a fazer, aprender a ser, aprender a conviver e aprender a conhecer”, estampa a ZOOM logo na página de apresentação do grupo.
As salas de aula devem passar por uma reformulação radical? Seriam elas um espaço propício à gestação e ao aprimoramento de novas ideias e projetos e “exercício pleno da cidadania”, conforme coloca o próprio MEC? O que você acha?
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