Você alguma vez parou para imaginar quanto, digamos, R$ 50 milhões representam fisicamente? E US$ 600 bilhões então, que é o valor — aproximado — no qual a Apple está avaliada? E o que dizer da soma de todo o “dinheiro” que existe no planeta, seja na forma de cédulas, moedas, ações, títulos, barras de ouro, prata, enfim, tudo o que possui valor reunido em um único lugar? Difícil criar uma imagem em nossa mente, não é mesmo?
Pois, de acordo com Shaunacy Ferro, do portal Mental_Floss, o pessoal do The Money Project resolveu criar representações gráficas simples que mostram onde todo o dinheiro do mundo se encontra e, de quebra, os gráficos ainda nos ajudam a visualizar as somas — e constatar que a maioria de nós é muito pobre!
Muita grana
Para criar as ilustrações, a turminha do The Money Project considerou que cada quadradinho das figuras representa US$ 100 bilhões. Mas, como nem todas as companhias e fortunas chegam a somar tanto dinheiro — a de Bill Gates, por exemplo, é de US$ 79,2 bilhões apenas —, eles fizeram algumas adaptações para ajustar as comparações, usando quadradinhos menores.
Você pode conferir o infográfico completo em alta resolução através deste link, mas, como ele está todo em inglês, nós aqui do Mega Curioso “quebramos” as informações e incluímos explicações em português. Veja:
Lembrando que cada quadrado equivale a US$ 100 bilhões, a seguir temos o quanto a Bitcoin, o mercado de prata e as fortunas de Warren Buffett, Bill Gates e Carlos Slim representam no mundo:
Segundo o The Money Project, a Bitcoin está avaliada hoje em aproximadamente US$ 5 bilhões, embora ela tenha chegado a bater os US$ 14 bilhões em 2013. Já toda a prata em circulação pelo mundo valem US$ 14 bilhões, e as fortunas dos caras mais ricos do planeta ficam abaixo dos US$ 100 bilhões.
Agora, veja o que as companhias mais valiosas do mundo — Berkshire Hathaway, Microsoft, Apple, Alphabet e Exxon Mobil —, a Reserva Federal dos EUA, todas as cédulas e moedas e os imóveis comerciais que existem no mundo representam:
Como você viu, a Apple encabeça as companhias mais valiosas do mundo, somando, conforme mencionamos no início da matéria, uma fortuna estimada em mais de US$ 600 milhões.
Em seguida, vemos a Reserva Federal dos EUA, que pulou de US$ 1 trilhão (representado em cinza) para US$ 4,5 trilhões entre 2008 e 2014, graças a um programa conhecido como flexibilização quantitativa — que consiste na criação de somas significativas de dinheiro novo, quase sempre eletronicamente, mas mediante o cumprimento de normas de percentuais predefinidas e com a autorização prévia do Banco Central. O montante “criado” aparece em verde.
Depois, temos todas as moedas e cédulas em circulação no mundo, somando US$ 5 trilhões, e a estimativa de quanto os imóveis comerciais valem: US$ 7,6 trilhões. Assim, os quadrados em azul escuro representam os imóveis comerciais das Américas (36%); em azul claro, os da Europa (31%); em marrom, os de Ásia e Pacífico (30%); e, por último, em marrom claro, os imóveis comerciais do Oriente Médio e da África (4%).
Lembrando que a representação se refere apenas aos imóveis comerciais, ou seja, uma mera fração de todos os imóveis que existem no planeta. Veja a seguir como o ouro e o que os economistas chamam de agregado monetário estreito — ou somas de dinheiro facilmente acessível, incluindo moedas, cédulas e depósitos bancários — se saíram nas comparações:
Segundo o The Money Project, as reservas de ouro — já garimpado! — somam 183,6 mil toneladas, o que equivale a US$ 7,8 trilhões, e os quadradinhos esverdeados do gráfico simbolizam o ouro em posse do Fundo Monetário Internacional e de Bancos Centrais, ou seja, 17%. O agregado estreito soma míseros US$ 28,6 trilhões.
Agora, veja todos os mercados de ações do mundo:
O mercado de ações mundial soma US$ 70 trilhões, sendo que a participação de EUA, União Europeia, Japão, China e do resto do mundo correspondem a 52%, 8%, 7%, 2% e 31%, respectivamente. A seguir, temos o agregado monetário largo, ou seja, a soma de todas as moedas, cédulas, contas-correntes, poupanças, do mercado financeiro e depósitos a prazo fixo que, juntas, representam US$ 80,9 trilhões.
O pessoal do The Money Project inclusive criou uma representação de toda a dívida mundial! Veja:
Segundo o gráfico, a dívida corresponde a US$ 199 trilhões, sendo que 29% desse total foi acumulado desde a crise financeira que abalou o mundo em 2008. Além disso, incluído nesse montante estão os US$ 59,7 trilhões referentes às dívidas governamentais, e como ela se distribui pelo mundo (29% do total correspondem aos EUA, 26% à Europa, 20% ao Japão, 6% à China, e 19% ao resto do mundo).
Por último, a representação criada pelo The Money Project engloba o mercado financeiro de derivativos, isto é, contratos que derivam de outros valores, como seria a cotação de alguma moeda estrangeira, o desempenho de uma entidade, ativo-objeto ou um índice financeiro, por exemplo. Eles podem ser firmados entre dois ou mais representantes, e os principais tipos de derivativos são os contratos a termo, os futuros e os de opções.
Segundo as estimativas mais modestas, a soma dos derivativos pode bater os US$ 630 trilhões, mas, como ninguém sabe dizer exatamente quantos desses contratos foram negociados — já que a maioria é negociada fora da bolsa de valores —, pode ser que o montante chegue a impressionantes US$ 1,4 quadrilhão. Confira o infográfico a seguir e veja, ao final, o que esse dinheiro todo representa!
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