Como as corretoras usam a tecnologia para melhorar suas operações na bolsa

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Como as corretoras mantêm os investidores atualizados? (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)

Os canais de comunicação usados em quaisquer negociações feitas via internet passam hoje por um florescimento. Acontece que, na medida em que os laços entre clientes e instituições se fortalecem, novas plataformas e novos tipos de negócios acabam surgindo: tudo precisa ser imediato – não há tempo nem espaço para forma alguma de “delay”.

E como o mercado de ações tem se comportado frente a esse novo leque de possibilidades? Para que as operações feitas por corretoras possam ser de fato eficientes, coleta e distribuição de informações precisam ser não apenas feitas em tempo real; atualmente, os investidores buscam cada vez mais conteúdos específicos (segmentados).

Nesse sentido, a elaboração de estratégias por parte de corretoras e clientes depende fortemente de um ferramental capaz de funcionar como monitor e filtro de tudo o que acontece na agitada Bolsa de Valores. Uma tecnologia eletrônica de ponta, assim, se estabelece como trunfo do mercado de consultoria e mediação de negócios feitos online.

Uma superfície turva

O número de contas de investidores como pessoa física no mercado de ações ultrapassou os 635 mil em maio deste ano – novo recorde registrado pela Bovespa desde 2010, época em que a quantidade chegou a 630 mil. O volume financeiro total da Bolsa de Valores de São Paulo atingiu R$ 162,35 bilhões também em maio com uma média diária de R$ 7,73 bilhões.

A criação de manobras depende de dados disponíveis a investidores. (Fonte da imagem: Reprodução/Wscom)

Importante destacar que as pessoas físicas movimentaram mais de 15% desse volume total – fato que mostra o quão pulsante é esta fatia do mercado. Ao levar em conta a demanda, bem como os status financeiro e até mesmo “moral” de uma empresa, os valores das ações ficam sujeitos a variações de diversas ordens.

Pode ser, por exemplo, que um escândalo político envolvendo os principais administradores de uma companhia qualquer faça o valor das ações despencar; se um determinado segmento dessa mesma empresa, por outro lado, der as caras na mídia e se estabelecer com referencial na comercialização de um determinado produto, as ações podem ser até supervalorizadas.

“Para entender o porquê das variações no preço de ações, é preciso levar em conta também a força das massas de investidores — compradores de um lado, vendedores de outro. Como em qualquer mercado, não só a qualidade do produto define seu preço final, mas também as forças de oferta e procura”, conforme explica um dos especialistas do portal Mundo Trade.

Mediação de informações

“As operações na bolsa mudam a cada segundo. Ao captar e tratar informações técnicas para mensurar o intangível, a latência está sendo trabalhada. O principal objetivo é fazer o caminho mais curto, levando ao cliente o acesso rápido ao conteúdo”, esclarece Jansen Costa, diretor de operações da Ativa Corretora, uma das maiores empresas de mediações financeiras do país.

O especialista se refere ao uso de um “robô” capaz de levar aos investidores conteúdos específicos, otimizando assim a análise de informações e elaboração de estratégias. “O robô é, na verdade, uma plataforma de negociações. Através desse mecanismo, é possível separar o que está de acordo com a vontade dos clientes, como quantidade de ordens, por exemplo.”

"As operações mudam a cada segundo", diz Jansen Costa. (Fonte da imagem: Reprodução/Valor)

Dessa forma, esse sistema de mediação de informações possibilita aos investidores a realização de pesquisas bastante segmentadas. “Em vez de esperar um momento certo para operar, é possível criar filtros que executam automaticamente determinadas ações. Não é preciso esperar que a bolsa fique abaixo de 50 mil pontos, período em que as ações são consideradas baratas. O cliente pode programar uma ordem de compra ou venda automática que será executado sempre que isso acontecer”, detalha ainda Costa.

Mais investimentos

Outras empresas também têm investido consideravelmente em tecnologia. A Icap, outra conhecida corretora, pretende implementar seu mecanismo de negociações. “Estamos desenvolvendo uma plataforma de negociação de algoritmos para pessoas físicas e estamos lançando outra de distribuição de fundos de investimentos de terceiros”, disse Paulo Levy, diretor-executivo da companhia, em entrevista ao site Brasil Econômico.

Mais de 15% dos R$ 160 bilhões foram movimentados por pessoas físicas. (Fonte da imagem: Reprodução/Valor)

Uma das intenções do grupo financeiro Mirae é incluir no mercado a geração Y e a classe C, que ainda estão pouco habituadas a comercializar ações na bolsa de valores. “Vimos na Ásia que quando o acesso à internet começou a crescer em níveis de dois dígitos houve uma explosão na inclusão de novos investidores de plataformas eletrônicas”, comentou Pablo Espyer, chefe da divisão de corretagem da Mirae.

Metas ousadas

A BM&FBovespa tem a intenção de alcançar 5 milhões de investidores pessoa física até 2018 – prazo que, em 2012, tinha sido estabelecido para 2015. Depois de passar por um período de hiperinflação, o Brasil passa agora por uma fase de amadurecimento. “Ampliamos o prazo porque há uma crise. O mercado está funcionando de forma diferente agora”, diz Patrícia Quadros, gerente de programas de popularização da BM&FBovespa.

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Os investimentos em tecnologia por parte das corretoras têm sido realmente consideráveis. As facilidades implementadas pela Ativa por meio de sua plataforma de análise de ações, por exemplo, são uma forte evidência do quão importante é o uso de canais eficientes de monitoramento de dados e de excução de processos em um mundo cada vez mais globalizado.

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