Se você acha que somente aqui no Brasil há muitas demissões, então se enganou. O governo chinês acaba de anunciar a maior demissão em massa da história do país, dispensando cerca de 1,8 milhão de trabalhadores que atuavam nas minas de aço e carvão.
O corte foi anunciado por Yin Weimin, o ministro de Recursos Humanos e Segurança Social do país. A má notícia segue as dificuldades políticas que o presidente, Xi Jinping, vem enfrentando ao reestruturar a segunda maior economia do mundo.
Nas últimas décadas, a China investiu muito em indústrias que produziam materiais de exportação. Contudo, esse investimento excessivo causou uma sobrecarga de matéria-prima para uma baixa demanda de produto, algo que forçou o setor industrial a baixar os preços ainda mais.
Gráfico das mudanças do PIB chinês das últimas décadas
Esses valores baixos estão deixando as indústrias no negativo, ou seja, um prejuízo no qual é o Estado que arca com as despesas. Esse cenário já era esperado, já que o foco da economia sempre foi esse e apenas agora é que os governantes pensam em alterar a base de consumo externo para a interna – ou pelo menos balancear a equação.
Em outras palavras, o consumo global diminuiu nos últimos tempos, forçando a China a baixar os preços e arcar com as perdas de investimento massivo em materiais básicos. Agora, o governo pensa em incentivar a economia interna. Segundo o Quartz, o Brasil e a Austrália enfrentam situações semelhantes no momento, com uma baixa nas exportações.
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Por outro lado, a ausência de aço chinês pode ser uma boa notícia para a indústria americana, que vinha perdendo espaço há muito tempo para a concorrência chinesa.
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