Ao apresentar o novo Nokia XR20 com o celular tomando chutes do jogador Roberto Carlos, a HMD Global quis deixar uma mensagem clara: o smartphone tem grande foco na resistência física e pode fazer jus ao legado do icônico Nokia 3310. No entanto, além de ser forte, o "tijolão" moderno também deve ser durável na parte de software e entregar longevidade para quem busca funções mais básicas em um dispositivo móvel.
De acordo com a HMD Global, o novo celular chegará ao mercado com Android 11 e contará com três atualizações de sistema operacional. A novidade deixa o modelo a par de dispositivos top de linha de marcas como Samsung e Google.
Além disso, a fabricante seguirá utilizando uma versão limpa do SO, deixando de fora programas pré-instalados. Em um mundo onde gigantes como Xiaomi investem cada vez mais em interfaces próprias, a Nokia acredita que o melhor caminho é entregar uma experiência simples e leve aos consumidores.
"Quando você liga seu celular, a última coisa que precisa é algo reduzindo sua velocidade", explica a HMD Global no site da marca finlandesa. "Não adicionamos bloatwares que desperdiçam sua bateria. Não adicionamos desordem que suga o poder de processamento."
Forte por fora, leve por dentro
A experiência simples entregue no Android também se reflete no hardware dos celulares da Nokia. Enquanto o XR20 promete encarar qualquer desafio pelo lado de fora, o interior do smartphone não deve impressionar entusiastas, mas pode ser suficiente para um usuário que simplesmente busca um aparelho que não quebra e permite jogar Candy Crush, ou dar uma zapeada nas redes sociais.
O XR20 chega ao mercado com um processador Snapdragon 480, modelo de entrada da Qualcomm que certamente não é feito para jogos pesados, mas conta com suporte para 5G. No entanto, a adoção do chip pode ser apenas mais uma parte da estratégia de crescimento da Nokia, que está de olho no mercado de entrada.
Enquanto a Nokia viveu momentos interessantes no mercado top de linha com a série Lumia, o estágio atual da estratégia da HMD Global remete aos tempos de ouro da marca finlandesa, com smartphones duráveis, simples e acessíveis.
Apesar de o Snapdragon 480 entregar uma performance básica, o modelo garante melhor autonomia de bateria e preço acessível em comparação a chips mais potentes. Isso pode garantir mais competitividade no mercado de celulares de entrada e intermediários, mesmo com as diversas melhorias voltadas para resistência do XR20, que aumentam consideravelmente o preço do celular.
Carregando uma fonte de alimentação de 4.630 mAh e tela Full HD+ de 6,67 polegadas, o XR20 chega ao exterior custando 499 euros, cerca de R$ 3 mil em conversão direta. O valor e as especificações colocam o aparelho quase como uma opção "premium" no catálogo da nova Nokia, que está altamente focada em celulares básicos. Bem básicos.
Foco nos baratinhos
No primeiro trimestre de 2021, a Nokia registrou crescimento em vendas no mercado com impulso dos "feature phones", que são aparelhos extremamente simples e que até deixam algumas funções "smart" de lado, mas ainda trazem apps como WhatsApp. Entre janeiro e março, a HMD Global conseguiu comercializar cerca de 2,8 milhões de aparelhos globalmente e ficou em 11° lugar no ranking de empresas que mais vendem celulares, mas fechou o período em terceiro no segmento de dispositivos básicos.
Nokia 6310 (2021), um dos "feature phones" da Nokia
Na metade de 2020, a Nokia possuía cerca de metade do segmento de feature phones na Finlândia, seu país natal, garantindo uma posição no "Top 5" de marcas mais populares do local. Agora, a empresa também está conseguindo crescer em outros mercados com sua estratégia de aparelhos básicos e smartphones de entrada, como nos Estados Unidos.
Segundo dados da Counterpoint Research, a Nokia alcançou um crescimento de 35% na terra do Tio Sam durante os primeiros seis meses de 2021 em relação mesmo período do ano passado. Um dos motivos para o sucesso da marca, e também de outras concorrentes, é a saída da LG do mercado de smartphones.
Restos da LG
Após anos de luta no mercado mobile, a fabricante sul-coreana deixou um vácuo no segmento de celulares de entrada e intermediários em diversos mercados, incluindo no Brasil. Considerando a fama da Nokia com celulares básicos, a marca finalmente tem uma grande chance de retornar aos seus anos de ouro na indústria "começando por baixo" e ganhando mais espaço gradativamente.
OnePlus, Motorola e Nokia estão tomando o mercado da LG, pelo menos nos Estados Unidos.Fonte: Counterpoint Research
É importante notar, porém, que a competição é grande no mercado de celulares 5G abaixo dos US$ 600. Enquanto a Nokia teve um crescimento de 35% nos Estados Unidos no primeiro semestre em relação ao ano passado, a Morotola, que também é forte no segmento de entrada e intermediário, obteve um salto anual de 83% em suas vendas no mesmo período.
No entanto, os números são pífios em comparação ao alcance da OnePlus, que garantiu um aumento de 428% em suas vendas na primeira metade de 2021 nos Estados Unidos, graças ao sucesso de modelos baratinhos como o N100 e N10 5G. Além disso, não podemos esquecer de chinesas como a Realme, que mal chegaram ao mercado e já estão "sentando na janela", garantindo cada vez mais espaço no mercado global.
Com isso em mente, a Nokia terá que ser tão forte quanto o XR20 para se consolidar novamente no mercado de smartphones.
Smartphone Nokia 5.3, 128GB
O Smartphone Nokia 5.3 é Dual Sim e conta com 128GB de memória nterna e 4GB de RAM. Com tela de 6.55", conta câmera quadrupla e lentes Ultra-Wide.
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