Usuários que pretendem gastar até R$ 999 em um celular priorizam itens como armazenamento, RAM e bateria. Alguns também citam tela, câmera e desempenho. No geral, faz todo sentido pensar nos três primeiros pontos, afinal câmeras e telas boas são caras, e desempenho forte fica para outra categoria.
Um novo modelo nessa faixa dos R$ 1 mil é o Philco Hit (PCS01). Sim, a própria Philco das TVs. Ele se encaixa nesses pontos que eu citei, mas parece que voltamos um pouco no tempo.
Design, tela e multimídia
O Philco Hit tem corpo em plástico e aparenta ser robusto. Eu confesso que derrubei ele no chão da minha casa, mas isso só causou um machucadinho em um dos cantos. A marca manda uma capinha de silicone e uma película para proteger o aparelho.
No geral, ele tem características discretas. Ele foi lançado na cor preta e as bordas grandes na frontal lembram até aqueles com botões capacitivos na parte inferior. Seu formato é arredondado e ergonômico, e senti facilidade para alcançar os botões na lateral direita e o leitor de digitais na traseira. Também aqui, há a moldura para as duas câmeras. Vale mencionar que ele traz um conector de 3,5 mm (P2) no topo, além de um LED para notificações.
A sua tela tem 5,45 polegadas e resolução HD+. Ele também é simples neste ponto, mas não desagrada. Seu tamanho é confortável para assistir vídeos e filmes, navegar em apps, ou para jogar.
Por outro lado, o brilho baixo dificulta a leitura sob luz solar e os ângulos de visão definitivamente não são os melhores. Quando você está em um lugar escuro e reduz o brilho para o mínimo, por outro lado, ele ainda fica bem forte e pode incomodar.
Já a saída de som fica na parte inferior e é bem barulhenta, mas não possui muito equilíbrio. As distorções e ruídos ficam perceptíveis em volumes mais altos.
Desempenho e software
Diferente – mas nem tanto – da habitual escolha entre chipsets Qualcomm e MediaTek, o celular da Philco usa um da Unisoc. Esse chipset é fabricado no processo de 28nm, e há modelos no Brasil com chipsets fabricados em 12nm na mesma faixa de preço.
Resumidamente, quanto menor for essa medida, mais desempenho e ganho energético um dispositivo pode ter. Além disso, há todo um conjunto de otimizações para garantir estes ganhos.
No caso do Philco Hit, o desempenho fica dentro de um padrão confortável. Ele lida muito bem com navegação e uso em redes sociais. Com vídeos, mapas e afins, ele também não decepciona. Podemos dizer que ele entrega desempenho bom para essa faixa de preço.
Eu joguei umas partidas de Free Fire, Mario Kart, Pokémon Go e Asphalt 9 tranquilo. Ele ainda tende a apresentar leves quedas de FPS, ainda assim. Em jogos com gráficos mais exigentes, aí o desempenho tende a cair mais.
Ele traz Android 9 e poucas modificações, o que torna a navegação mais fluida, de certa forma. Nos extras, há como usar o leitor de digitais para puxar a Central de Notificações, ou programar o celular para ligar/desligar. Gestos e extras estão disponíveis nos 'Ajustes', no menu 'Controles inteligentes'.
No geral, ele lida bem com atividades rotineiras e jogos leves, mas é mais lento para abrir ou trocar de apps, ou para transferir arquivos. Mas o que me incomodou foi o fato do pacote de segurança mais recente dele ser de setembro de 2019!
O leitor biométrico foi consistente e quase não falhou, embora seja bem lento. O leitor facial é mais rápido., mas ninguém deve usá-lo, porque não é seguro. Eu mesmo "burlei" usando uma foto do meu rosto.
Na bateria, são 4.000 mAh que sempre duraram de uma manhã a outra comigo, numa média de 6h de tela ligada. O tempo de carregamento é de quase 3h (2h48), pois temos aqui uma entrada micro USB. Fiquei satisfeito com a autonomia, não com o carregamento lento.
Câmeras
Na faixa até R$ 999, infelizmente ainda não temos modelos que se sobressaem no quesito câmera. O Philco Hit também não.
Ele tem duas câmeras, uma de 13 MP e outra de 2 MP para profundidade de campo. Eu achei bacana que ele faz fotos com cores bem bonitas, mesmo com o HDR desligado. Em muitos cenários, porém, o HDR é essencial para deixar as cenas claras e definidas.
Com luz ideal, as fotos naturalmente ficam boas. Mas, no geral, elas têm pouca nitidez. Como a lente é escura, cenários internos e (especialmente) de baixa luminosidade resultam em fotos com poucos detalhes e muito ruído – nem com o modo noturno dele.
Ele não tem um 'modo retrato', mas sim um efeito bem esquisito de desfoque. E que, inclusive, tem erros de tradução como "telemóvel" ou "aperture".
Assim como na traseira, a lente da câmera frontal de 5 MP é bem escura. Fotos em locais de baixa luz, ou mesmo internos, ficam com detalhes e texturas pouco visíveis. Em locais bem iluminados, você tem fotos legais, mas também com baixa nitidez.
Vale a pena?
Principalmente na câmera. Nestes, a experiência é mais agradável com sensores melhores ou telas AMOLED. Mas isso custa grana, e não queremos sair dos R$ 999.
Ele pode não ter desempenho ótimo, mas em comparação com rivais tem algumas vantagens. Moto E6 Play e Galaxy A01, por exemplo, tem 2 GB de RAM e 32 GB de memória.
Quem não se preocupa muito com "tela infinita" ou desempenho mais veloz, pode curtir este modelo. Ele é discreto e atende bem essa faixa de mercado. No varejo, já encontrei ele por R$ 749, que é um preço mais justificável do que o oficial.
Especificações técnicas
Tela: 5,45" IPS LCD HD+ (1440 x 720p, 18:9), 295 ppp
Chipset: Unisoc SC9863A octa-core ARM (Cortex-A55 1.6 GHz + 1.2 GHz)
GPU: PowerVR Rogue GE8322
Memória: 4 GB de RAM
Armazenamento: 64 GB, aceita cartão microSD de até 128 GB
Câmeras: 13 MP (f/2.8) + 2 MP (f/2.2) profundidade
Câmera frontal: 5 MP (f/2.8)
Bateria: 4.000 mAh
Dimensões e peso: 157,7 x 75,4 x 8,7 mm, cerca de 183 gramas
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