A Blu está voltando para o Brasil depois de um lançamento inicial sem muito sucesso. Agora, o foco da empresa é em smartphones mais poderosos e com melhor qualidade de construção, apostando no desejo dos brasileiros por modelos melhores do que os de entrada que vinham dominando o mercado.
O primeiro aparelho da empresa em sua nova fase no país é o VIVO XI+. Esse é top de linha da marca por aqui, mas, na verdade, se compara aos intermediários bem premium de outras marcas, tais como Moto Z3 Play, ZenFone 5 e Galaxy A8+. Seu principal destaque, além do visual copiado do iPhone X, é o fato de oferecer muito em termos de especificações por um preço bem abaixo do mercado.
Mas será que vale a pena comprar um clone do smartphone da Apple mesmo que ele apresente uma boa relação custo-benefício? Será que esse aparelho de uma marca desconhecida consegue disponibilizar assistência em todo o Brasil? Vamos descobrir juntos.
Design de iPhone
Não há como negar, tampouco ignorar, o fato de o Blu VIVO XI+ ter um design altamente inspirado no do iPhone X, da Apple. O aparelho tem um notch na tela, moldura metálica brilhosa e traseira em vidro com a mesma organização do conjunto de câmeras.
As diferenças mais notáveis são a marca da Blu e o leitor de impressões digitais na traseira. Na frente, é possível perceber também que a borda inferior da tela é bem mais espessa que a de cima, deixando claro que não estamos lidando com o smartphone da Maçã.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Por conta dessa cópia, o dispositivo da Blu perde um pouco do apelo para mim. Eu não gosto muito do notch e acho a implementação desse design — já muito conhecido — pouco interessante. Isso no sentido de que a empresa não traz nada de novo para ele.
Apesar de a moldura ser metálica, ela tem uma pintura brilhosa que pode riscar com certa facilidade. Os encaixes entre essa moldura e as duas placas de vidro na frente e atrás contam com algumas frestas e passam uma sensação de aparelho mal-acabado. Esse último detalhe, contudo, só será percebido pelos mais atentos.
Desconsiderando esses, o celular da BLU tem um visual agradável e passa uma boa sensação de qualidade. Naturalmente, não é a mesma que você encontra em modelos top de linha das grandes marcas, mas podemos dizer que o VIVO XI+ está acima dos intermediários mais básicos vendidos no Brasil.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Se você quebrar o vidro frontal nos primeiros 6 meses de uso, a BLU providencia o conserto sem cobrar nada
Uma vantagem desse aparelho é que ele vem com uma garantia extra oferecida gratuitamente pela marca. Se você quebrar o vidro frontal nos primeiros 6 meses de uso, a BLU providencia o conserto sem lhe cobrar nada. Apesar disso, sua tela é protegida com Gorilla Glass 3, então é minimamente durável.
É bom destacar que o celular não tem entrada para fones de ouvido, mas vem com um pequeno adaptador para USB-C. Ele também tem espaço para cartões de memória micro SD.
Agora vamos falar desse notch no todo do display? Na maioria das vezes, ele é totalmente dispensável ou poderia ser muito menor, mas a Blu realmente tem uma boa justificativa para implementá-lo no Blu VIVO XI+.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Esse celular traz uma tecnologia de biometria facial muito similar ao Face ID da Apple. Ele usa um emissor de luz infravermelha para projetar milhares de pontos no rosto do usuário. A partir disso, um sensor consegue medir as dimensões da face e cria um modelo 3D dela. Para que tudo isso funcione, é de fato necessário ter mais que uma simples câmera na face frontal do aparelho.
Boa tela para a categoria
Apesar do recorte no topo, a tela do Blu VIVO XI+ não apresenta surpresas, negativas ou positivas. A qualidade do display é exatamente o que eu esperava para sua faixa de preço. Ela consegue atingir um bom nível de brilho para permitir o uso em ambientes externos, reproduz as cores com um mínimo de realismo e não traz qualquer tipo de efeito esquisito quando você olha de algum ângulo mais enviesado.
Isso quer dizer que, caso você não seja um especialista ou não tenha usado um aparelho com display muito melhor, não vai perceber nenhum problema com ele. Mas isso não significa que os defeitos não existam.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Por ser uma tela LCD, a saturação das cores é naturalmente prejudicada, bem como o contraste, especialmente no que toca aos níveis de preto. Isso fica mais visível quando você assiste a vídeos no celular; o brilho uniforme e intenso do LCD incomoda um pouco os olhos ao ver filmes ou séries com uma paleta mais escura.
Para navegar na web, usar apps de redes sociais ou mensageiros, nada disso deve criar desconfortos. Por isso, a não ser que você seja um grande consumidor de vídeos no celular, a tela desse dispositivo deve parecer mais do que adequada.
Não é Snapdragon, mas dá conta do recado
Em termos de desempenho, o Blu VIVO XI+ não faz feio. Em nossos testes de benchmark, ele se saiu bem contra seus principais concorrentes no mercado brasileiro. O dispositivo roda muito bem com qualquer tipo de tarefa cotidiana, mas sua interface, às vezes, apresenta algumas pequenas engasgadas.
Mesmo assim, você consegue navegar na web, usar apps de redes sociais e mensageiros sem enfrentar travamentos ou lentidão. Só as transições e alguns elementos da interface não são tão fluidos como se poderia esperar.
Para jogos mais pesados, contudo, o celular enfrenta, sim, um pouco de dificuldade para carregamento. Depois de iniciados, os games normalmente não travam e apresentam um desempenho gráfico interessante.
Portanto, nesse departamento não há qualquer surpresa. Confira os benchmarks.
Benchmarks
Para ver como o VIVO XI+ se sai em comparação com seus principais concorrentes, o aparelho foi submetido a quatro aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o AnTuTu Benchmark 7.0, 3DMark (Slingshot Extreme), PCMark e Vellamo.
O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Slingshot Extreme permite comparar diretamente entre processadores e GPUs em conteúdos acima do Full HD. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.
O app AnTuTu 7.0 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor
O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, medindo o desempenho durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.
Bateria para uso mediano
O Blu VIVO XI+ consegue oferecer um dia todo de autonomia para o usuário com uma carga completa, mas isso para quem faz uso leve ou mediano do dispositivo. Se você tira várias fotos, vê muitos vídeos, joga games e usa demais o GPS, esse aparelho vai deixa-lo na mão antes do fim do dia com certa facilidade.
Quem apenas fica no WhatsApp, no Facebook e no Instagram, contudo, não deve enfrentar nenhuma dificuldade. Mesmo assim, é bom ter um powerbank ou um cabo com carregador à disposição para alguma emergência.
Nos nossos testes de estresse, estimamos que esse dispositivo consiga executar até 4 horas e meia de vídeo continuamente no YouTube com uma carga completa da bateria. Isso com o brilho da tela no máximo e WiFi ligado.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Software bem atualizado
A Blu entrega esse smartphone ao usuário com o Android Oreo 8.1, mas já está garantida uma atualização para o Android Pie. Fora isso, a empresa costuma enviar as atualizações de segurança da Google rapidamente.
No momento da confecção deste texto, por exemplo, ele estava sendo atualizado para a versão outubro de 2018 do pacote de segurança da Google. Grandes marcas só devem chegar a esse a pacote em alguns meses.
Contudo, nem tudo são flores. A interface que a empresa entrega sobre o software da Google é bem confusa. A tela inicial até se parece com o launcher do Android Puro. Temos a gaveta de apps abrindo com o mesmo gesto, o painel lateral da Google e alguns outros elementos desse tipo.
Os ícones na área de notificações, no entanto, lembram muito a interface antiga da Asus e até um pouco do que a Samsung vinha oferecendo até o lançamento recente da One UI. Por fim, a tela de configurações é muito similar à dos dispositivos da LG. E temos ainda alguns elementos, como as popups subindo no fundo do display, que remetem ao iOS da Apple.
Essa mistura toda, pelo menos para mim, deixa a interface do aparelho um pouco inconsistente
Essa mistura toda, pelo menos para mim, deixa a interface do aparelho um pouco inconsistente. Os ícones dos apps ficam muito grandes e, em alguns casos, parecem ser mostrados em baixa resolução. Alguns dos movimentos da interface são bem rápidos, mas não muito fluidos, e não parece haver um estilo definido para a iconografia.
Mas esse software da Blu tem algumas vantagens inegáveis. Você consegue trocar a ordem dos botões de navegação do Android e até configurar a cor da barra em que esses botões ficam inseridos. Também é possível eliminar completamente esses botões e transformá-los em gestos. Falando nisso, esses movimentos da Blu são menos problemáticos do que os da Xiaomi no Mi Mix 2S, por exemplo.
Boas fotos na luz certa
A câmera do Blu VIVO XI+ é um de seus pontos mais intrigantes. Ela consegue tirar fotos de excelente qualidade sob a luz do dia, mas a qualidade cai drasticamente quando você faz imagens em ambientes fechados com luz artificial. Consequentemente, fotos noturnas também ficam bem comprometidas por ruído.
Sob luz natural, os resultados são normalmente bons o suficiente para você compartilhar nas redes sociais sem apelar para filtros ou qualquer outro tipo de artifício. Contudo, eu notei que, em muitos casos, o processamento nativo do aparelho deixa as imagens mais saturadas do que o necessário, tirando um pouco do realismo da cena. Mas isso não chega a ser exagerado.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Já no caso das fotos noturnas ou em ambientes com luz artificial, as capturas ficam granuladas e apresentam ruído na maioria das vezes. Curiosamente, a saturação extra não aparece tanto nesse tipo de imagem, deixando-a meio apagada.
Com pouca luz, o foco do aparelho também trava com facilidade, e toda a experiência de fotografar fica comprometida. A mesma situação se repete na captura de vídeo, ponto fraco da câmera desse modelo.
A estabilização de software para vídeos no Blu VIVO XI+ praticamente não existe, e os vídeos só se mostram minimamente utilizáveis caso você coloque o aparelho em um tripé. Nas suas mãos, eles ficam praticamente inutilizáveis.
Existe ainda o modo retrato, que funciona, mas traz resultados mistos: consegue desfocar o fundo com certa naturalidade, mas não lida muito bem com o contorno das pessoas. No fim, o recurso acaba sendo mais uma brincadeira do que algo útil para o dia a dia. Sendo assim, a única aplicação da segunda câmera na traseira é para garantir o zoom óptico de 2x.
“Face ID” da Blu
O principal extra desse smartphone é a biometria facial. Ele conta com um emissor de luz infravermelha que projeta pontos no rosto do usuário. Com isso, outro sensor consegue fazer uma projeção 3D da face da pessoa com bastante precisão e liberar a tela do celular. Esse é basicamente o mesmo sistema do Face ID da Apple.
A biometria facial da Blu funciona bem, quase tão rapidamente quanto a da Apple, e não parece ser facilmente enganada. Por outro lado, o leitor de impressões digitais não é lá grande coisa. Ele é um tanto lento, e, por estar quase rente à tampa traseira do smartphone, é difícil perceber quando você colocou o dedo no lugar errado.
Curiosamente, o XI+ conta com rádio FM e, na caixa, vem uma série de brindes. A marca oferece de graça duas capinhas de TPU finas, além de uma película para proteger a tela do celular.
(fonte: TecMundo/Silmara Slobodzian)
Vale a pena?
O VIVO XI+ chega ao mercado com duas configurações. A versão básica, com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, sai por R$ 1,3 mil e a top de linha, com 128 GB de espaço e 6 GB de RAM, custa só R$ 1,6 mil.
Quando foi que você viu um celular com 128 GB de armazenamento por bem menos que R$ 2 mil?
Por isso, esse smartphone tem uma das melhores relações custo-benefício do mercado, especialmente na versão mais completa. Quando foi que você viu um celular com 128 GB de armazenamento por bem menos que R$ 2 mil? Só esse Blu mesmo!
Além do bom preço, esse dispositivo consegue tirar fotos muito bonitas quando você dispõe de luz solar e oferece biometria facial bastante avançada para essa categoria. Ainda, ele tem uma boa qualidade de construção, e, se você quebrar a tela, a fabricante troca o vidro de graça nos 6 primeiros meses após a compra.
Por outro lado, ele também possui pontos negativos. A autonomia de bateria não é tão boa quanto você poderia esperar de um smartphone desse, entretanto ele consegue chegar ao fim do dia sem problemas nas mãos de quem adota um padrão de uso mais leve. Ainda, o visual do software é meio esquisito, mas você pode contornar isso com um launcher mais bonito, por exemplo.
Por isso, eu digo com segurança que vale a pena, sim, adquirir o Blu VIVO XI+. Ele é um bom celular, apresenta um desempenho decente e deve satisfazer as necessidades da maioria dos usuários. O único problema que pode desanimar alguns possíveis interessados é mesmo o design. Por ser praticamente um clone do iPhone X, quem comprar esse smartphone vai ter que aguentar as comparações constantes.
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Opções de compra:
- Submarino: https://bit.ly/2RTOK8y
- Cissa Magazine: https://bit.ly/2OwJ0nd
- Walmart: https://bit.ly/2Oxh9TI
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