De acordo com um artigo publicado pela revista norte-americana Forbes hoje (22), policiais dos EUA — em nível local e federal — estariam utilizando os dedos de criminosos mortos para conseguirem acesso aos seus iPhones. A revista afirma ter recebido informações de policiais dos estados de Nova York e Ohio que não quiserem revelar suas identidades.
A prática seria comum e já teria sido usada em várias ocasiões
De acordo com eles, a prática seria comum e já teria sido usada em várias ocasiões quando as autoridades precisam acessar informações protegidas em aparelhos criptografados por meio de impressões digitais. A Forbes cita iPhones, mas é possível imaginar que o mesmo se aplique a qualquer smartphone que possua um leitor de impressões digitais.
Um dos exemplos citados pelas fontes do uso de dedos de pessoas mortas para desbloquear smartphones teria a ver com casos de overdose. Policiais estariam usando as digitais das vítimas para conseguir informações de traficantes de drogas e, com isso, chegar até eles mais facilmente.
FBI vs Apple
Essa nova prática é curiosa pelo fato de a Apple ter enfrentado o FBI — equivalente norte-americano para a nossa Polícia Federal — em 2015 no caso do atentado de San Bernardino, quando um dos terroristas mortos estava em posse de um iPhone 5c. A agência exigia que a Apple oferecesse uma forma de desbloquear o aparelho e entregasse os dados privados do terrorista. A empresa se recursou, alegando que criar uma ferramenta para quebrar a criptografia dos iPhones teria efeitos desastrosos para privacidade de milhões de usuários ao redor do mundo.
Quanto à privacidade dos mortos que têm seus dedos usados em investigações, o entendimento legal nos EUA é de que somente os vivos têm direto à privacidade. Portanto, usar as digitais de uma pessoa falecida não seria um crime.