A justiça alemã está utilizando dados coletados pelo Apple Health em um caso que pode condenar um refugiado afegão por estupro e assassinato de uma jovem de 19 anos em Friburgo, na Alemanha. O iPhone do suspeito foi apreendido pela polícia, e os dados do app da Apple que registra as atividades físicas realizadas pelo usuário estão sendo considerados evidências.
A polícia conseguiu conectar o momento dessa atividade à hora estimada da morte da vítima
O Apple Health registrou que, no dia do ocorrido, o acusado Hussein K. estava realizando atividades relacionadas a “subir escadas” por um determinado espaço de tempo. A polícia conseguiu conectar o momento dessa atividade à hora estimada da morte da vítima e, em seguida, foi ao local de descarte do corpo — o leito de um rio — para fazer uma simulação/reconstituição.
O iPhone do suspeito indicou que aquela atividade simulada pela polícia no mesmo local onde o corpo foi encontrado era compatível com “subir escadas”. Dessa forma, esse detalhe está sendo considerado uma evidência plausível de que Hussein K. pode ter estado no local e descartado o corpo da vítima no rio. Há também dados registrados por GPS, mas as informações aparentemente não estão coesas, com partes do rastreamento faltando.
A segurança do iOS foi burlada e deu acesso às informações do app de rastreamento de atividades físicas
Hussein K., segundo o periódico alemão Welt, não quis fornecer a senha de seu iPhone às autoridades quando solicitado. Por conta disso, a justiça levou o aparelho a uma empresa — cujo nome não foi revelado — em Munique para que o desbloqueio fosse realizado. A segurança do iOS então foi burlada com sucesso, o que deu acesso às informações do app de rastreamento de atividades físicas. Nenhuma informação sobre esse procedimento foi revelada.
Esta não seria a primeira vez que uma pessoa é comprometida criminalmente por conta de dados registrados por apps de saúde. Em outubro do ano passado, um homem nos EUA foi condenado por homicídio, em parte graças aos dados da FitBit de sua esposa.
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