Depois de fazer muito barulho em seu lançamento, o Essential Phone — da startup Essential criada por Andy Rubin — parece não estar indo muito bem no mercado norte-americano. O aparelho teria vendido apenas 5 mil unidades de acordo com uma estimativa da BayStreet Research, uma empresa que rastreia entregas de smartphones e outros produtos em circulação pelos EUA.
De acordo com o relatório dessa companhia, a Essential estaria muito atrás das grandes concorrentes do segmento, que vendem dezenas de milhões de celulares por trimestre no país em questão. Estamos falando, naturalmente, de Samsung e Apple.
Claro que essa comparação é injusta, considerando que a nova fabricante acabou de entrar no jogo de smartphones. Mas considerando também todo o hype em volta do Essential Phone e suas especificações, bem como um design diferente e chamativo, era de se esperar que ele estivesse se saindo muito melhor que isso no mercado.
Essential não se manifestou de forma alguma, nem contestando ou confirmando o número de aparelhos supostamente vendidos
Procurada pelo Fierce Wireless para comentar a estimativa da BayStreet Research, a Essential não se manifestou de forma alguma, nem contestando ou confirmando o número de aparelhos supostamente vendidos. Não sabemos também se a fabricante tem muito estoque armazenado desse aparelho ou se ela vai conseguir de alguma forma impulsionar suas vendas.
Nos EUA, o aparelho pode ser comprado desbloqueado (US$ 699) pelo site da marca ou em lojas da operadora Sprint (por metade do preço), que — fora a questão das dívidas e da recuperação judicial — é basicamente a Oi norte-americana: sem muita influência sobre os clientes e à iminência de ser comprada por uma concorrente maior.
O que pode ter acontecido?
O Essential Phone tem um design agradável e conta com um recurso de modularidade muito interessante, mais até do que os Moto Snaps da Motorola. As especificações também são de um aparelho moderno: Snapdragon 835, 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Contudo, o público que a empresa estava querendo atingir, os órfãos da linha Nexus, não parece disposto a pagar mais de US$ 500 em um celular top de linha de uma marca que ainda não provou a que veio. Em outras palavras, a OnePlus estaria os servindo muito bem e por um preço menor.
Fora isso, é necessário considerar o fator concorrência. A Essential mostrou seu telefone ao mercado entre março e maio, mas só colocou o dispositivo à venda em setembro. Enquanto a empresa perdia prazos que tinha informado aos consumidores, muita gente simplesmente comprou outros celulares de ótima qualidade que estavam disponíveis nos meses seguintes; tais como Galaxy S8, S8+, Note 8, LG V30, iPhones 8 e 8 Plus. Além desses, a Apple já anunciou oiPhone X com data para início das vendas, e a Google — que de todas deve ter o maior impacto sobre as vendas da Essential — vai anunciar a segunda geração dos Pixel no início de outubro.
Tudo isso pode ter contribuído para as vendas decepcionantes do Essential Phone, mas talvez os reviews que falavam muito mal da câmera do aparelho possam ter sido ainda mais impactantes. Quem sabe na próxima a Essential tome mais cuidado nesse departamento.
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