Quase dois anos após o lançamento do seu primeiro HD preenchido com gás hélio, a HGST (Hitachi Global Storage Technologies) – subsidiária da Western Digital – se prepara para trazer ao mercado mais um produto dessa linha, o Ultrastar Archive Ha10, que ostenta nada menos do que 10 TB de espaço em disco. Além de dar um baile no modelo anterior no quesito armazenamento, já que o irmão mais velho conta com “apenas” 6 TB, a nova peça faz uso da tecnologia Shingled Magnetic Recording (SMR) para gravar dados em seu interior.
Os gamers de plantão possivelmente já estão fazendo as contas da quantidade de jogos que é possível instalar nessa belezinha antes de ser preciso desinstalar alguns deles para liberar espaço – a resposta provavelmente seria: muitos. Infelizmente, o equipamento não é muito indicado ou mesmo eficiente para esse tipo de finalidade, principalmente por causa do SMR. Isso porque, ao mesmo tempo que o recurso permite uma densidade absurdamente grande nas entranhas do hardware, também cria uma barreira para uso constante desse espaço.
Muito espaço, pouca velocidade
Não dá para negar que a ampliação constante do armazenamento dos discos rígidos é um feito louvável da indústria de tecnologia. Basta lembrar que, nas últimas décadas vimos os HDs saltarem de alguns poucos megabytes para dezenas de terabytes mantendo basicamente o mesmo tamanho físico do equipamento. Porém, a partir de um certo ponto fica fisicamente impossível continuar a progressão de espaço interno com os métodos convencionais. Assim, o SMR empilha as faixas de gravação umas em cima das outras para garantir a alta densidade.
Representação de como as faixas ficam dispostas convencionalmente (esquerda) e nos HDs com tecnologia SMR (direita).
Isso faz com que, cada vez que um trecho precisa ser sobrescrito magneticamente, todas as faixas acima ou abaixo dela também são modificadas. Para garantir que nenhum dado seja corrompido nesse processo, o produto da HGST copia o bloco inteiro para a memória do PC antes de efetivamente fazer as mudanças. Claro que isso gera um impacto bem grande na performance do produto, reduzindo consideravelmente suas taxas de leitura e escrita.
Por conta disso, a própria empresa está anunciando o Ultrastar Archive Ha10 como uma solução feita sob medida para o mercado corporativo, seja em servidores frios ou para a manutenção de backups duradouros – que não são acessados constantemente. Além disso a peça exige que um pacote de drivers e um software específico seja instalado no computador para que tudo funcione corretamente.
Ficamos na expectativa para saber se os gases nobres e empilhamento de faixas de gravação serão suficientes para viabilizar a produção de HDs mais robustos ou, pelo menos, com menos restrições.
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