Um conglomerado de dez empresas (sim, dez!) acaba de apresentar um novo dispositivo no mercado. A associação trabalhou no gadget durante vários anos e tem certeza de que ele causará uma revolução na indústria. Um novo smartphone? Um tablet arrasador? Um vestível criativo? Nada disso: estamos falando do Orifuji, um dispenser high-tech de papel higiênico.
Você não leu errado. Dez companhias se juntaram especialmente para criar esse aparato, capaz de cortar automaticamente o papel quando seu usuário já desenrolou o suficiente. Não satisfeito, o Orifuji ainda dobra as pontas do próximo papel no formato de um triângulo – uma tradição antiga e um trabalho que, até então, era feito manualmente pelos mais educados.
Claro que é algo assim só poderia ter saído do Japão: por lá, é comum encontrar alta tecnologia ao adentrar em um toalete. Acredite ou não, mas, nos últimos tempos, algumas fabricantes têm planejado criar até mesmo vasos sanitários capazes de cumprimentar o seu usuário antes de servir como depósito para dejetos.
Painel de controle de um típico vaso sanitário japonês: repare nos controles de reprodução de música
Troninho do futuro
Os vasos japoneses que você já encontra nos dias de hoje não são menos incríveis: possuem tampas aquecidas (e equipadas com sensores de proximidade), descargas automáticas e até mesmo alto-falantes que reproduzem músicas tranquilas para relaxar seu esfíncter. Uma marca em específico – a Inax – costuma programar seus aparelhos para tocarem trechos da melodia “Frühlingslied”, um clássico do compositor alemão Felix Mendelssohn.
Quer mais? Que tal bidês totalmente automatizados, com painéis digitais e botões que lhe permitem “customizar” sua experiência no troninho (escolhendo entre várias intensidades de jatos e brisas perfumadas para uma gentil secagem de seu traseiro)? É algo comum na casa de um cidadão japonês. É interessante observar que o preço dessas comodidades sanitárias gira entre R$ 650 pelos vasos mais baratos e R$ 3,2 mil pelos mais luxuosos.
Outro dispositivo curioso que as mulheres costumam usar nos banheiros nipônicos é o Orihime (que pode ser traduzido livremente como “A Princesa do Som”). Trata-se de um pequeno sensor que, ao detectar a presença de um indivíduo, começa a fazer um som que lembra muito os ruídos de uma descarga.
O invento surgiu por um motivo ainda mais estranho: muitas japonesas tinham vergonha e medo de que outras pessoas pudessem ouvi-las urinando, e, por isso, se acostumaram a pressionar o botão da descarga repetidamente enquanto faziam suas necessidades. Isso obviamente causava um desperdício absurdo de água, e tal gadget nasceu dentro de uma campanha para incentivá-las a cessar tal prática.
Um mercado lucrativo
Você pode até achar que investir tanto em um recipiente para seus dejetos seja uma grande besteira, mas, acredite, fazer de tudo para que seu banheiro seja o mais confortável possível é algo que já está presente na cultura do Japão. E esse mercado é um tanto lucrativo: ele movimenta centenas de bilhões de ienes por ano. A Toto, considerada a maior manufaturadora de produtos para toaletes, lucrou cerca de US$ 4,5 bilhões só no ano passado.
É tanto dinheiro que, em maio deste ano, o governo japonês anunciou que pretende criar incentivos para impulsionar o segmento. Uma das primeiras ações nesse sentido será a criação de um showroom no Aeroporto Internacional de Narita (Tóquio), no qual visitantes estrangeiros poderão experimentar os mais recentes gadgets da Toto e levar a cultura do “banheiro high-tech” para outros países ao redor do globo. Nada mal, não?
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