(Fonte da imagem: Reprodução/The Jetsons (página oficial no Facebook))
Quem acompanha o mundo da tecnologia sabe que ele possui ao menos dois aspectos nos quais nunca é possível confiar plenamente: anúncios publicitários e previsões do futuro. Enquanto o primeiro tenta convencer consumidores a adquirir produtos que não são tão bons quanto o esperado, o segundo muitas vezes aposta em tecnologias que acabam não vingando.
É justamente a tentativa de combinar esses dois pontos que acaba resultando em alguns dos exageros e erros mais comuns que vemos em nosso cotidiano. Basta voltar um pouco ao passado para perceber que nem sempre aquilo que o mercado promete como revolucionário acaba tendo um grande impacto — ponto que é comprovado com a diminuição no número de empresas que investem no 3D como diferencial, por exemplo.
O Tecmundo fez uma viagem ao passado para relembrar algumas das promessas e anúncios publicitários que um dia tentaram imaginar como seria a tecnologia que usamos atualmente. Além disso, relembramos como aspectos que hoje nos parecem dispensáveis um dia já foram considerados revolucionários e dignos de figurar como o ponto central de anúncios publicitários.
Torradeira para bacon
Em 1962, o mundo parecia um local mágico, no qual qualquer invento era possível e a humanidade rumava para um futuro cheio de conveniências domésticas — otimismo que só chegou ao fim com a Guerra do Vietnã. Na época, o escritor Arnold B. Barach tentou prever como as pessoas do então “distante futuro” de 1975 iriam viver.
(Fonte da imagem: Reprodução/Gajitz)
Entre as comodidades descritas no livro “1975: And the Changes to Come”, ele previu que não teríamos que nos preocupar muito na hora de cozinhar alimentos. Até mesmo o bacon estaria adaptado a torradeiras, algo que tornaria seu preparo muito mais rápido — infelizmente, até o momento nenhuma empresa tornou isso uma realidade.
Lavadora ultrassônica
Barach previa que a tecnologia iria revolucionar totalmente a maneira como lidamos com tarefas domésticas, incluindo a obrigação inglória de lavar pratos. Ele acreditava que as cozinhas do futuro contariam com lavadoras ultrassônicas capazes de usar ondas sonoras para limpar pratos e talheres — algo que tornaria praticamente obsoleta a combinação água e sabão.
(Fonte da imagem: Reprodução/Gajitz)
Infelizmente, ele não levou em consideração o fato de que essa técnica poderia resultar em muitos objetos quebrados, já que vibrações em alta frequência não são exatamente amigáveis a objetos de porcelana. Assim, continuamos tendo que lidar com máquinas que, embora eficientes em seu intuito, gastam quantidades absurdas de água e energia elétrica para funcionar.
Refeições caseiras rápidas
O escritor também acreditava que a maneira como iríamos preparar alimentos seria muito mais prática do que a atual. Bastaria a uma pessoa colocar refeições pré-preparadas em uma máquina e apertar um botão para que todos os ingredientes fossem cozinhados até a temperatura perfeita.
(Fonte da imagem: Reprodução/Gajitz)
É possível dizer que, na prática, essa previsão de Barach se tornou uma realidade através dos fornos de micro-ondas. Infelizmente, ele não levou em consideração o fato de que refeições congeladas não são exatamente conhecidas pelo seu sabor aguçado ou pelo grande valor nutricional que apresentam.
Grande poder computacional pelo preço de uma calculadora
“25 anos atrás, um computador tão poderoso quanto o SOL-20/8 da Processor Technology custaria US$ 1 milhão”. É dessa maneira que a fabricante Processor Technology vendia o SOL-20, um dos computadores mais bem-sucedidos da década de 1970 graças a seu preço considerado econômico para a época — US$ 1.350, ou US$ 1.850 em sua versão totalmente montada e testada.
(Fonte da imagem: Reprodução/Obsolete Technology Website)
Com formato semelhante ao de uma máquina de escrever (algo reconhecido pela própria desenvolvedora), o dispositivo tinha como um seus principais atrativos possuir um valor de venda um pouco superior ao de “uma boa calculadora”. Além disso, chama a atenção o fato de o computador armazenar todos os seus softwares em fita cassete, mídia que provavelmente sequer é conhecida por quem nasceu depois do final da década de 1990.
Tenha vantagem sobre a concorrência
Em uma época em que telefones celulares eram dispositivos restritos a poucos endinheirados, uma maneira de você poder falar de qualquer lugar era investir na compra de um telefone acoplado a seu carro. Entre as opções disponíveis estava o gadget fabricado pela AMTS, que prometia aos consumidores “uma grande vantagem sobre a concorrência”.
(Fonte da imagem: Reprodução/Obsolete Technology Website)
Atualmente, dispositivos do tipo se tornaram totalmente desnecessários graças à existência de smartphones e headphones Bluetooth. Além disso, anúncios publicitários desse tipo dificilmente seriam divulgados, já que não é difícil considerá-los um incentivo para que motoristas quebrem regras de trânsito e aumentem os riscos de acontecer um acidente.
O primeiro computador de baixo custo da Apple
Muito antes de produzir o iPhone ou a linha MacBook Air, a Apple já foi uma companhia pequena cujo produto mais atrativo era um microcomputador que apresentava um terminal de vídeo integrado à sua placa principal. Tudo isso acompanhado por impressionantes 4 KB de memória RAM, que podiam ser expandidos para até 8 KB.
(Fonte da imagem: Reprodução/Obsolete Technology Website)
Vendido por sugestivos US$ 666,66, o primeiro computador da companhia também apostava em softwares armazenados em fitas magnéticas — algo que aparentemente não funcionava na concorrência, segundo o anúncio. Quem levasse o “poderoso” dispositivo para casa era brindado com uma fita contendo o sistema Apple Basic, que permitia realizar tarefas de programação “sem nenhum custo adicional”.
A televisão que você pode pendurar na parede
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
Em 1964, cientistas da General Electric previram que algum dia televisores teriam dimensões tão pequenas que seria possível pendurá-los na parede, de forma semelhante ao que acontece com espelhos. Embora estranha para a época, a previsão se tornou realidade e atualmente é possível encontrar no mercado diversas TVs que se encaixam nessa regra.
O primeiro anúncio de celular
Uma tarde relaxante com as crianças em uma praia ensolarada, com direito a um passeio de lancha. Dirigir por montanhas belíssimas de um ambiente rural, com direito a manadas de animais que tomam a pista enquanto são guiados em direção a novos pastos...
Todos esses elementos foram usados pela fabricante Centel no anúncio de seu primeiro telefone celular, um verdadeiro trambolho que assusta pelo tamanho absurdo. Muito mais do que informar sobre o produto, o vídeo parece a abertura de algum seriado dos anos 80 ou a introdução de um filme feito diretamente para a TV.
Piscinas no teto
Embora aparelhos de ar condicionado continuem sendo relativamente caros, investir na compra de um não se mostra mais algo restrito a poucos ricaços. Porém, em 1928 acreditava-se que havia outro método de manter casas em uma temperatura confortável: construir lagos em seus telhados.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
O que não foi levado em consideração é que construções do tipo teriam um alto custo de manutenção, o que não as tornaria exatamente acessíveis. Além disso, seria preciso lidar com problemas mais graves, como a possibilidade de haver infiltrações e a ameaça de sua residência virar um criadouro para o mosquito da dengue.
Vestimentas de amianto
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)Em 1929, cientistas previram que elementos como algodão e seda eventualmente seriam substituídos por amianto, material que possui grande resistência química, térmica e elétrica. O que eles não levavam em consideração é o fato de que o pó produzido pelas fibras da matéria-prima pode causar graves problemas de saúde quando inalado por seres humanos.
Casa automática
“A casa do futuro provavelmente vai ser equipada com um número variado de centros de controle, a partir dos quais você vai poder dar comandos a dispositivos localizados na cozinha ou na lavanderia”. Esse texto, publicado em 1939 pela revista Popular Mechanics, poderia figurar facilmente em qualquer publicação moderna sem grandes adaptações.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
Embora a ideia de uma “casa gerenciada por controle remoto” já exista há décadas, até hoje nenhuma empresa se empenhou em realmente torná-la uma realidade acessível. Porém, isso não impede que algumas companhias vendam a integração entre smartphones e televisores como uma tecnologia futurista digna de um episódio de “Os Jetsons”.
Entregas com paraquedas
Caso você esteja descontente com a maneira como transportadoras de objetos funcionam atualmente, saiba que a realidade poderia ser muito pior. Em 1921, a entrega de itens por paraquedas era uma das tendências em crescimento, e havia quem acreditasse que ela iria se tornar uma regra no futuro.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
“No momento, a precisão de entrega depende inteiramente da habilidade e da mira do piloto”, afirmava a Popular Mechanics em 1921. Embora esse tipo de transporte de objetos continue sendo utilizado, felizmente essa opção está restrita a alguns poucos locais aos quais o sistema de correios convencional não chega.
Aperto de mão elétrico
Como distinguir a expressão facial e ouvir a voz de uma pessoa que está localizada a milhares de quilômetros de distância? Cientistas franceses do início do século 20 imaginaram que a solução para isso era um sistema que combinava espelhos, uma espécie de televisão e um telefone tradicional.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
Porém, o ponto que se destaca nessa concepção é um dispositivo capaz de providenciar o sentimento de tato entre as duas partes envolvidas em uma conversa — uma espécie de “aperto de mão elétrico”. Segundo os responsáveis pelo projeto, o objetivo era permitir que médicos fizessem diagnósticos completos mesmo sem estar no mesmo local que seus pacientes.
Helicópteros pessoais
“Esse conceito simples, prático e à prova de acidentes de um helicóptero pessoal é grande o bastante para carregar duas pessoas e pequeno o suficiente para pousar em seu quintal. Ele não possui carburador para congelar, nenhum sistema de ignição para ser destruído ou apresentar defeitos: em seus lugares, motores a jato eficientes e silenciosos mantêm os rotores em movimento, queimando qualquer espécie de combustível”.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
É dessa maneira que a Popular Mechanics descrevia em 1951 um aparelho capaz de revolucionar o sistema de transporte urbano. Ao que tudo indica, a publicação não levou em consideração as implicações que um veículo do tipo teria nas grandes cidades, principalmente no que diz respeito à gravidade dos acidentes que ele poderia provocar.
Carros — casas do futuro
Dependendo dos cientistas da década de 1930, atualmente não só dependeríamos ainda mais de nossos automóveis, como muitos de nós moraríamos dentro deles. Previsões indicavam que os veículos se tornariam grandes o bastante a ponto de seus bancos poderem ser convertidos em camas.
(Fonte da imagem: Reprodução/Popular Mechanics)
Além disso, os carros do futuro dispensariam completamente nosso sistema de sinalização atual. Em vez de apelar para sinaleiros, os motoristas teriam que seguir os indicadores presentes dentro do próprio veículo para saber quando seria preciso parar em alguma via movimentada.
Categorias