(Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
Imagine em um futuro próximo realizar uma viagem de turismo espacial e ver a Terra de longe, como um todo, à sua frente. Pense na emoção da experiência, como resultado do conhecimento humano e da evolução tecnológica e científica. E por fim na beleza de olhar o nosso mundo por essa posição privilegiada.
Pois futuros turistas deverão conter suas emoções no espaço, já que uma das consequências da gravidade zero no corpo humano é impedir que as lágrimas escorram pelo rosto. O que acontece, na verdade, é que as gotas vão se acumulando nos olhos até ficarem grandes o suficiente para se desprenderem da retina. E, sem gravidade, elas ficam simplesmente flutuando ao seu redor.
Sabão nos olhos
Em maio de 2011, o astronauta Andrew Feustel teve um problema com uma gotícula de sabão que entrou no seu olho durante uma missão. O produto era um tipo de detergente usado para limpar os capacetes dos trajes espaciais. Um resto desse sabão sobrou no capacete e acabou atingindo o olho de Feustel durante a operação.
O astronauta relatou na época o incômodo que sentiu com o lacrimejamento do olho afetado, o que quase o impediu de completar a missão: “As lágrimas não escorrem dos olhos, elas meio que ficam por ali”, disse Feustel.
As lágrimas, nesse caso, que deveriam ajudar a eliminar a sujeira intrusa, tornaram-se um problema ainda maior que o sabão nos olhos. A irritação só não ficou pior porque o astronauta conseguiu utilizar um pedaço de espuma do capacete para secar as lágrimas em meio aos restos de detergente.
Ao infinito e além?
O caso chamou atenção dos cientistas para os imprevistos e os empecilhos da vida “fora de casa”. O espaço é um ambiente estranho ao homem e muitas consequências da experiência em gravidade zero sobre o corpo humano ainda precisam ser mais bem compreendidas.
Estudos da NASA revelaram que a falta de gravidade tem um efeito negativo para os olhos dos astronautas, com achatamento do fundo do globo ocular e a consequente redução do campo de visão. Essas consequências da viagem espacial foram detectadas até mesmo em astronautas que há muito tempo retornaram para a Terra.
Por essas e outras, o turismo espacial ainda deve ser uma atividade que precisa de mais estudos antes de ser viabilizada. O interessado em se aventurar pelo espaço precisa conhecer todas as restrições e consequências da vida em ambiente de gravidade zero.
Veja outras coisas que os astronautas não podem fazer no espaço, como comer pizza, rezar, namorar ou lavar roupa suja.
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