Cada vez mais empregado nos aparelhos eletrônicos portáteis, o acelerômetro possibilita uma nova interação com a máquina. Muito mais que avaliar a posição relativa do aparelho e ajustar o visor do celular, o instrumento que mede acelerações está abrindo um leque de alternativas inovadoras. Mas no que se baseiam os acelerômetros? Entenda melhor seu funcionamento e prepare-se para o que ele vai nos oferecer em um futuro próximo.
Definição física
Segundo a primeira lei de Newton: ”Todo corpo permanece em repouso até que alguma força externa aja sobre ele.” Já a segunda lei define a força aplicada como o produto da massa do corpo pela sua aceleração. Logo, medindo a aceleração aplicada sobre um corpo (e seu peso), é possível determinar a força aplicada sobre ele.
Um acelerômetro nada mais é que um instrumento capaz de medir a aceleração sobre objetos. Ao invés de posicionar diversos dinamômetros (instrumento para medir a força) em lugares diferentes do objeto, um único acelerômetro é capaz de calcular qualquer força exercida sobre ele.
Acelerômetro caseiro
Um método rudimentar para saber se uma mesa está bem alinhada com o chão é encher com água um copo de boca larga até o extremo e colocá-lo sobre o tampo. De acordo com a inclinação da água da água nas bordas do copo, é possível determinar qual lado da mesa está mais baixo. Na verdade, esta inclinação se dá porque a aceleração gravitacional se faz mais presente no lado mais baixo do copo, por sua vez, este não passa de um exemplo de acelerômetro.
Encha agora este mesmo copo até a metade e coloque-o sobre um objeto móvel, um skate ou algo parecido. Ao empurrá-lo para frente, uma das laterais do copo fica mais cheia que a outra devido à aceleração, se você puder calcular o ângulo de inclinação da água, é possível determinar a força aplicada. Ao permanecer em repouso (parado ou em movimento) o nível da água se estabiliza no copo, sinal de que nenhuma força lateral está agindo sobre ele.
Acelerômetro elétrico
Mesmo que você se disponha a quebrar seu iPhone, dificilmente você vai encontrar algum líquido vazando do seu interior. Isto porque os acelerômetros dos aparelhos eletrônicos geralmente são compostos por molas de silício e corrente elétrica. Ao invés de medir o ângulo formado pela água do copo, as molas registram a oscilação na corrente elétrica para registrar os dados.
A indústria automobilística proporcionou um grande barateamento de custos do instrumento devido ao seu uso em larga escala. Nos carros, o acelerômetro exerce uma importante função ao controle de estabilidade ao calcular as forças em que o veículo está sendo submetido, além de auxiliar na orientação do GPS. Além de mais barato, o instrumento ocupa dimensões muito menores, sendo encontrado com frequência em celulares e computadores portáteis.
Aplicação nos eletrônicos
Desde que o iPhone inovou com o recurso, celulares, players e câmeras digitais abusam do posicionamento automático a imagem, mudar de faixa ou executar ações sem que botão algum seja pressionado. Em um computador, por exemplo, uma das funções do acelerômetro é evitar que o disco rígido seja danificado durante uma queda, parando o HD durante movimentos bruscos.
Mas é nos jogos que este recurso tem sido mais explorado, a exemplo do controle do Nintedo Wii, a interatividade nos games está em alta graças a este instrumento. Desde simples aplicativos que simulam o movimento de um sabre de luz até volantes de carros em títulos realistas, jogar um game ganhou um novo sentido com ele.
Jogos para virar seu iPhone
Doodle Jump: conceito simples, mas capaz de explorar o acelerômetro de maneira exemplar. Controle um carinha saltitante que não pretende cair na vida, adivinhe como é que você controla seus saltos.
Crash Bandicoot Nitro Kart 3D: game de corrida casual bastante intuitivo e completamente viciante. Bombas, nitro e outros itens engraçados são permitidos nesta corrida com personagens birutas.
Rolando: puzzle dinâmico e extremamente divertido onde seu objetivo é guiar um grupo de simpáticas bolinhas pelo cenário. Leis da física se misturam a propriedades engraçadas de cada uma das criaturas.
Real Racing: se outros games de corrida valorizam a casualidade, aqui a competitividade é muito mais acirrada. Pistas realistas estão ao alcance tanto dos pilotos novatos quanto de quem busca uma avançada simulação em partidas multiplayer.
Mas isto é necessariamente bom?
Mesmo sendo adepto dos movimentos involuntários com um joystick na mão, é muito mais comum que você tenha crescido pressionando botões para executar as ações na tela do seu game que movendo seus braços para o lado. Alguns dos proprietários se sentem constrangidos ao serem flagrados durante seu contorcionismo durante o tempo de espera de uma fila.
Se por um lado a interação com os aparelhos ganha novas possibilidades, do outro a falta de precisão de alguns games deixa a desejar. O desenvolvimento de jogos para portáteis que exploram este recurso ainda é relativamente novo e, entre erros e acertos, muitos games acabam sendo frustrantes por não explorarem o acelerômetro da maneira mais adequada.
O fato é que os jogos e aplicativos tendem a aperfeiçoar sua aplicação e que este dispositivo vai ganhar mais precisão nas próximas gerações. Imagine um jogo de basquete, onde você enxerga a cesta no visor do aparelho e simula atirar o celular no lugar da bola. Ou ainda um aplicativo onde você brinca com discos de praia com seu cachorro de maneira similar.
Mais um recurso extravagante de pouca utilidade ou uma tendência nos aparelhos eletrônicos? O que você pensa sobre a aplicação da ferramenta que mede acelerações nos celulares e computadores?
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