Conseguir o cargo de CEO (Chief Executive Officer, ou Diretor Executivo) é o sonho de qualquer membro de uma grande organização. O poder de ter a palavra final em qualquer conflito e a capacidade de determinar o rumo de uma empresa é tentador, ainda mais quando se leva em conta os ganhos financeiros que tal cargo implica.
Apesar de facilitar o gerenciamento das corporações, o cargo traz em si um grande perigo. Ao concentrar nas mãos de uma pessoa incompetente todo o poder de decisão, muitas empresas se viram destruídas (ou em situação precária) em um período curto de tempo.
Neste artigo, fizemos uma lista com alguns dos piores CEOs da história. Além da capacidade administrativa, levamos em conta a maneira como os empregados eram tratados e o carisma pessoal de cada um dos líderes. Confira abaixo nossa seleção e não deixe de registrar sua opinião em nossa seção de comentários.
Steve Ballmer – Microsoft
(Fonte da imagem: Complex)
Há poucos anos, a Microsoft era vista como o gigante a ser batido no mundo da tecnologia. Apesar de ainda ser bem sucedida quando os assuntos são sistemas operacionais, o Xbox e a suíte de aplicativos Office, a empresa há tempos deixou de lado esse cargo. Mesmo que ainda esteja longe de desaparecer, sob o comando de Steve Balmer a companhia perdeu muita de sua força e representatividade.
Na era Ballmer, a corporação deixou muitas oportunidades passarem em branco, e agora corre contra o tempo para se estabelecer no mercado de smartphones e tablets. Não ajuda muito o fato de o CEO ser visto como um lunático pelos seus empregados — algo reforçado pelo episódio em que ele fingiu pisar sobre o iPhone de um funcionário, que depois foi severamente criticado durante uma reunião.
Mark Hurd – HP
(Fonte da imagem: Complex)
Entre os feitos de Mark Hurd está a demissão de 10% do quadro de empregados da HP, a redução de 50% do departamento de tecnologia de informação da companhia e cortes absurdos na quantidade de bancos de dados consolidados da empresa (de 86, passaram a ser somente 6).
Para finalizar, Hurd cortou 5% dos salários dos funcionários restantes e eliminou diversos benefícios trabalhistas. Tudo isso enquanto aumentava a própria remuneração e dava bônus milionários aos membros do alto escalão da HP.
Carly Fiorina – HP
(Fonte da imagem: Complex)
Seguindo a mesma trajetória de Hurd, Carly Fiorina demitiu 30 mil empregados e reduziu em 50% o valor das ações da HP. Além de diminuir novamente os pagamentos, a ex-CEO obrigou muitos funcionários antigos a treinar as pessoas destinadas a substituí-los, um dos momentos mais cruéis de sua administração.
Durante seu período à frente da empresa, ela triplicou seu próprio salário, comprou um iate de US$ 1 milhão e adquiriu cinco novos jatos corporativos. Ao saber que Fiorina abandonaria o cargo em 2005, muitos empregados comemoraram proclamando a seguinte frase: “a bruxa está morta”.
John Sculley - Apple
(Fonte da imagem: Cult of Mac)
Dizer que John Sculley foi o responsável por despedir Steve Jobs da Apple já seria motivo o suficiente para colocá-lo em qualquer lista de péssimos administradores. Como se isso não fosse suficiente, seu pobre conhecimento do mundo da tecnologia resultou em diversos investimentos em máquinas caras que falharam em conquistar novos consumidores.
Entre as piores marcas deixadas por Sculley estão máquinas como o Newton e a decisão de aumentar o preço dos produtos da companhia, em uma época na qual o valor cobrado pelos PCs estava em queda livre. Foi preciso que a empresa chegasse próxima da falência para que ele finalmente fosse deposto do cargo.
Robert “Bob” Allen – AT&T
(Fonte da imagem: Complex)
À frente da AT&T, uma das maiores empresas de telefonia dos Estados Unidos, Bob Allen coordenou a fusão com a companhia de informática NCR Corp, um dos negócios mais desastrosos da história — além de um prejuízo de US$ 12 bilhões, a ação resultou na demissão de mais de 50 mil funcionários. Durante o período de crise pelo qual a organização passava nos anos 90, ele aumentou seu pagamento de US$ 6,7 milhões para US$ 16 milhões, ao mesmo tempo em que cortava funcionários sem nenhum dó.
Allen não sentiu qualquer remorso por suas ações, como bem ficou registrado em uma reunião com investidores em 1996. “Eu não sinto dor em aceitar possíveis compensações se, e somente se, os acionistas, os consumidores e os empregados da AT&T também se beneficiarem com isso”, declarou o ex-CEO.
Ken Lay – Enron
(Fonte da imagem: The Sydney Morning Herald)
Quando se trata de um mau administrador, Ken Lay é o pacote completo. Responsável por fundar uma companhia de US$ 70 bilhões, ele era pouco interessado no cotidiano da Enron, confiando responsabilidades a subordinados pouco confiáveis como Jeff Skilling e Andy Fastow. Tal comportamento foi decisivo para o fim de uma das maiores empresas fornecedoras de energia, commodities e serviços dos Estados Unidos.
Ele também contribuiu em uma série de transações confusas que abriram caminho para a fraude contábil que destruiu investidores e acabou de vez com a companhia. Lay foi condenado a 30 anos de prisão em 2006, pena que só não foi cumprida devido à sua morte logo após o fim do processo criminal que enfrentou.
John Akers - IBM
(Fonte da imagem: IBM)
Enquanto o resto do mundo da tecnologia estava investindo nos computadores pessoais, John Akers preferiu manter a IBM focada nos mainframes. Tal decisão paralisou quase que totalmente a companhia, que parecia não sair do lugar devido à falta de visão de seu CEO. Foi necessária uma perda líquida de US$ 4,97 bilhões em 1992 para que o executivo abdicasse do cargo.
Gerald Levin – Time Warner
(Fonte da imagem: CNBC)
A administração de Gerald Levin resultou no maior erro da história da Time Warner, um dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo. Em sua tentativa de se tornar um novo barão da mídia, ele orquestrou uma megafusão com a America Online, cujo preço de mercado estava hipervalorizado. Após a explosão da bolha da internet, as ações totais da companhia tiveram desvalorização superior a US$ 200 bilhões.
Jay Gould – Western Union
(Fonte da imagem: Know Your Government)
O único CEO do século XIX a figurar na lista, Jay Gould parece até mesmo o personagem de uma história fictícia. Ele traiu associados, subornou legisladores e até mesmo raptou um investidor em potencial. Para completar, fraudou o tesouro dos Estados Unidos, ação que resultou no aumento do preço do ouro e em uma baixa de todas as ações de Wall Street — tudo em nome da Western Union, companhia de comunicações e serviços financeiros dos Estados Unidos.
Após contratar trabalhadores fura-greve durante uma manifestação de empregados em 1886, testemunhas alegam ter ouvido Gould proferir a frase que define sua personalidade como empresário: “Posso contratar metade da classe trabalhadora para matar a outra metade”.
Menção honrosa: Terry Gou – Foxconn
(Fonte da imagem: Business Week)
Seguindo o mesmo estilo de gerenciamento de Gould, o CEO da Foxconn, Terry Gou, parece não se importar nem um pouco com as condições de trabalho da empresa, conhecida pelas altas taxas de suicídios entre os funcionários. Em uma entrevista ao Want China Times, o executivo afirmou que “gerenciar 1 milhão de animais dá dor de cabeça” — frase que representa muito bem o desprezo que algumas corporações da China têm a qualquer espécie de direito trabalhista.
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