A humanidade tem usado casas de detenção para indivíduos transgressores desde que os primeiros conceitos de leis foram criados. São muitos os registros históricos, inclusive bíblicos, que detalham o confinamento de prisioneiros até mesmo no antigo Egito.
Porém, somente no início do século XIX que as prisões tomaram a forma que conhecemos hoje, para se tornar parte da punição, já que até então estes calabouços serviam apenas para manter o detento até ele ser julgado ou executado.
Hoje, o conceito de prisão tem fugido cada vez mais da ideia de ser apenas uma penitência para se tornar uma medida realmente correcional, que se preocupa mais em reabilitar os indivíduos para viver em paz na sociedade do que em puni-lo.
O Baixaki/Tecmundo preparou essa matéria que mostra algumas das prisões ao redor do mundo que levam a ideia de reintegração à sociedade muito a sério, e que há tempos deixaram para trás o conceito de que uma prisão tem que provocar sofrimento para ser eficiente. Confira!
Justizzentrum Leoben – Áustria
Localizada na cidade austríaca de Leoben, este centro correcional é considerado uma das penitenciárias mais luxuosas do mundo. O complexo abriga cerca de 200 prisioneiros em celas que são mais confortáveis do que muitos alojamentos de estudantes.
Acredite ou não, essa é uma das celas (Fonte da imagem: Divulgação TechFlesh)
Diferente das “masmorras” convencionais, aonde os presos raramente vêm a cor do dia, essa prisão foi projetada para ser ecologicamente correta, aproveitando bem a luz do sol com muitas janelas e uma boa visão externa.
Enquanto detidos, os presos podem desfrutar de uma mobília projetada por designers, TV individual em cada cela, jardins e até de sala de ping-pong. Todas essas comodidades servem para dar aos detentos a chance de refletir sobre seus crimes e inspirar uma vida melhor no futuro.
Exterior do prédio (Fonte da imagem: Divulgação TechFlesh)
Apesar de parecer que todas essas regalias poderiam deixar a prisão atrativa a ponto de seus visitantes não preocuparem em um dia voltar para esse lugar “horrível”, a taxa de reincidência de crimes é supreendentemente baixa: apenas 20% dos presos libertos voltam para a prisão, frente aos 50% de cadeias modernas nos Estados Unidos.
Prisão aérea
Um conceito de centro de detenção bastante diferente, elaborado por três designers da Malásia. Aqui, todo o complexo de celas ficaria suspenso no ar sobre uma cidade, o que deixaria tentativas de fuga bastante evidentes para qualquer um que olhasse para cima.
Conceito da prisão aérea (Fonte da imagem: Divulgação TechFlesh)
Outro objetivo do projeto é manter um campo de agricultura onde os detentos podem trabalhar para se alto-sustentar e até distribuir o excesso de alimento produzido para a sociedade. Fábricas e centros de reciclagem também serviriam a esse propósito.
Prisão Radial de Benthamite
Preocupado em diminuir os altos custos de se manter dezenas de agentes carcerários cuidando dos prisioneiros, o teórico social Jeremy Betham projetou uma instituição que manteria todas as celas em um local circular, de forma que fiquem expostas simultaneamente.
Prisão radial em Cuba (Fonte da imagem: Divulgação TechFlesh)
Assim, apenas alguns poucos guardas posicionados na torre no centro do prédio conseguiriam manter a vigilância sobre todos os detentos sem problemas. A ideia de Betham nunca foi posta em prática, mas um presídio que não foi usado chegou a ser construído com essa arquitetura em Cuba.
Prisão em containers
Um centro correcional da Austrália encontrou uma solução criativa para aumentar o número de acomodações, ao mesmo tempo em que recicla recursos que estão subutilizados. Containers de transporte de mercadorias em navios foram modificados para servirem como celas temporárias.
Conteiners que viraram celas (Fonte da imagem: Divulgação Inhabitat)
Outra prisão na Nova Zelândia também passou a usar a mesma solução para resolver problemas de superlotação. O conceito já formou controvérsias entre críticos que afirmam que as condições das celas em containers são desumanas. Se considerarmos o calor do verão australiano, viver em uma caixa fechada de metal realmente pode não ser muito agradável.
Prisão “Big Brother”
Inaugurada em 2006 na cidade de Lelystad, Holanda, este centro penitenciário emprega recursos tecnológicos dignos do reality show Big Brother. Um extenso sistema de câmeras, distribuídas por todo o prédio, monitoram as ações e até as emoções dos detentos.
Vigilância high-tech (Fonte da imagem: Divulgação BBC News)
Braceletes eletrônicos rastreiam os movimentos dos presos dentro do prédio, enquanto um software faz o reconhecimento de seu temperamento. Esse programa é inteligente o suficiente para diferenciar a exaltação da comemoração durante um jogo futebol de uma discussão com comportamento violento.
Dessa forma, bons comportamentos podem ser recompensados com privilégios. Além disso, uma tela LCD sensível ao toque está presente em cada cela, onde os prisioneiros podem organizar suas atividades diárias. Por último, um sistema de identificação por RFID envia um sinal a cada dois segundos, assim, se um detento não estiver onde ele deveria estar na hora certa, ele é penalizado com perda de pontos.
Celas como telas LCD nas camas (Fonte da imagem: Divulgação AllBestNews)
Esses pontos podem ser usados como moeda para a aquisição de regalias, como telefonemas extras, maior frequência de visitas e até para a chance de trocar de cela. Apesar de ser cara, toda essa tecnologia ajuda a reduzir o contingente carcerário, já que apenas seis guardas são necessários para tomar conta dos 150 detentos.
Enquanto isso, no Brasil...
Projetado para receber os criminosos mais perigos do estado do Rio de Janeiro, a Penitenciária Laércio da Costa Pellgrino, mais conhecida com Bangu 1, possui 48 celas de segurança máxima.
Bangu 1 (Fonte da imagem: Divulgação SempreTops)
Os detentos passam mais de 90% do tempo dentro de suas celas, recebendo apenas uma hora de sol por semana. Considerando que todos os presos são chefões do tráfico no morro carioca, qualquer outro tipo de atividade ao ar livre poderia representar riscos de tentativa de fuga.
Esquema de segurança máxima (Fonte da imagem: Divulgação SempreTops)
Enquanto centros correcionais modernos ao redor do mundo empregam a alta tecnologia para reduzir o número de guardas, Bangu 1 já chegou a empregar um policial do Batalhão de Operações Especiais como vigia individual para cada uma das 20 celas de maior risco.
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