Spencer Elden tinha apenas 4 meses quando foi capa do disco Nevermind, do Nirvana, lançado em 1991. A imagem icônica mostra Elden ainda bebê nadando nu em uma piscina em direção a uma nota de dólar. Passados 30 anos do lançamento do álbum, o jovem resolveu processar a banda alegando “pornografia infantil”.
A história foi relatada nesta terça-feira (24) pelo site Variety, que afirma que o homem entrou com uma ação na Justiça dos Estados Unidos. Ele e seu advogado pedem uma indenização de pelo menos US$ 150 mil (cerca de R$ 789 mil na cotação atual) de cada um dos 17 citados, incluindo Dave Grohl (ex-baterista do Nirvana e atual líder do Foo Fighters) e Courtney Love (ex-namorada e executora do espólio de Kurt Cobain).
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Robert Y. Lewis é o advogado de Elden e argumenta que a imagem do disco deixa uma conotação de pornografia infantil porque mistura uma criança nua e uma cédula de dinheiro. De acordo com ele, o bebê está parecendo “um trabalhador do sexo”.
“Os réus comercializaram intencionalmente a pornografia infantil de Spencer e alavancaram a natureza chocante de sua imagem para se promoverem e promoverem suas músicas às suas custas (de Elven)”, diz um trecho do processo, aberto no Tribunal Distrital da Califórnia.
O documento afirma que a imagem do homem foi utilizada naquela época como uma forma de “chamar a atenção” da indústria da música e, assim, ganhar notoriedade e mídia para o álbum.
Motivação do processo
Além de Grohl e Love, a ação cita nominalmente Krist Novoselic (ex-baixista da banda); Guy Oseary e Heather Parry (gerentes da propriedade de Cobain); Kirk Weddle (fotógrafo); Robert Fisher (diretor de arte) e várias gravadoras extintas ou que ainda estão na ativa, e que distribuíram Nevermind.
Até mesmo Chad Channing, baterista substituído por Dave Grohl em 1990, é citado no processo. Channing não participou das gravações do disco e nem mesmo estava tocando com a banda naquele período.
De acordo com Elden, sua família recebeu apenas US$ 200 no dia da sessão para registrar a foto. Apesar de aproveitar do sucesso e inclusive registrar outras imagens que lembram a capa do disco, o homem afirma que sempre se sentiu um pouco “explorado”.
Ele revelou que tentou contato para resolver a questão de forma amigável com Grohl e Novoselic, mas que sempre foi ignorado pelos dois. Outro ponto que pesa no processo é que a família de Elden não assinou nenhum contrato de permissão de uso de imagem em 1991.
Os envolvidos na ação judicial, que incluem as gigantes Warner e a Universal Music Group, ainda não se manifestaram sobre o assunto.
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