Tom Holland e Daisy Ridley protagonizam Mundo em Caos, a adaptação para o cinema do livro homônimo escrito por Patrick Ness, que assina o roteiro ao lado de Christopher Ford (Homem-Aranha: De Volta ao Lar) enquanto Doug Liman (A Identidade Bourne) é o responsável pela direção.
O filme mostra uma infecção rara e perigosa que causou a morte de todas as mulheres e fez que os pensamentos dos homens se tornassem audíveis, no que é conhecido como Ruído. Com o surgimento de uma garota e a descoberta de um segredo terrível, o jovem Todd Hewitt (Holland) se vê forçado a fugir antes que seja tarde demais.
Confira o que os críticos estão falando do filme que estreia em 5 de março.
Tom Holland e Daisy Ridley durante as gravações de Mundo em Caos.Fonte: IMDb/Reprodução
David Rooney (THR)
O filme tem uma pitada da ação intensa de perseguição que Doug Liman coreografou tão vigorosamente em A Identidade Bourne e leva o diretor de volta a um cenário futurístico, como em No Limite do Amanhã. Mas faltou algo de essência desta vez. Os personagens não são envolventes, as apostas emocionais nunca tomam conta totalmente e a ação física invariavelmente promete mais do que entrega. E a principal fraqueza é a adaptação de Christopher Ford e Patrick Ness, que carece de nuances mais sutis.
Tom Jorgensen (IGN)
Mundo em Caos não chega nem perto de tirar proveito de seu elenco talentoso ou do Ruído que assola os homens de seu mundo. O pior de tudo é que o Ruído raramente é usado de forma eficaz para promover a história ou os temas do filme. É claro que o longa tem discussões interessantes como autonomia pessoal e masculinidade tóxica, mas como Viola (Daisy Ridley) é a única personagem do filme que não está acostumada com o Ruído e está preocupada com sua missão, Mundo em Caos não encontra um motivo para parar e ter discussões aprofundadas sobre esses temas. Tom Holland e Daisy Ridley poderiam ter sido uma dupla atraente, mas não tiveram uma equipe criativa capaz de decidir qual deveria ser o foco do filme. Enquanto isso, Liman parece contente em passar para a próxima cena de perseguição ou luta em vez de parar para explorar os conflitos que o Ruído causam em Todd.
Josh Wilding (Comic Book Movie)
Definitivamente, há algum potencial de franquia e momentos suficientemente inteligentes e inventivos para deixar a curiosidade sobre como as ideias apresentadas nesse filme podem ser expandidas e desenvolvidas. A premissa por si só é inegavelmente convincente; e, apesar de alguns passos em falso, ainda pode provar ser um bom filme para os fãs de ficção científica graças a algumas cenas de ação e inesperadas reviravoltas. No fim, as peças nem sempre se encaixam perfeitamente, mas, se você é fã dos dois protagonistas e está atrás de um blockbuster divertido, é uma boa escolha.
David Ehrlich (IndieWire)
Infelizmente, um livro fascinante sobre a serventia moral do pensamento masculino e a necessidade de mediá-lo por meio da ação se torna um filme de ação sem foco sobre pessoas perseguindo umas às outras em grandes cenários espaciais frios e tentando evitar as coisas grandes que inevitavelmente caem do céu no terceiro ato. Por mais original que parecesse no papel, o que poderia cristalizar melhor o espírito do cinema moderno de estúdio do que um filme sobre alguém que tem medo mortal de projetar um único pensamento provocador?
Christian Holub (EW)
Mads Mikkelsen já interpretou vilões icônicos; embora Prentiss não seja tão memorável quanto Hannibal Lecter ou Le Chiffre, ainda consegue oferecer uma sensação de perigo. Porém, apesar de o filme apresentar alguns pontos sobre opressão patriarcal, faz isso de uma forma que priva a história de personagens femininas e menospreza as que aparecem. O Ruído não afeta as mulheres, o que deixa os homens do Novo Mundo inquietos com a chegada de Viola, mas, sem acesso à inovação narrativa primária do filme, o desempenho de Ridley é menos interessante do que o de seus colegas. Viola também se parece muito com Rey: uma jovem forte e independente que não precisa de homens para salvá-la, mas cuja visão de mundo é inteiramente voltada para pais mortos há muito tempo e que ela mal conheceu.
Peter Debruge (Variety)
Quando se trata de confrontos, o filme fracassa, colocando mais esforço na construção do Novo Mundo do que nos personagens amplamente genéricos que o povoam, e isso também vale para os "alienígenas". Mundo em Caos apresenta apenas uma interação com essa espécie, cujo design repulsivo leva a perguntar como Avatar teria ficado se os Na'vi fossem apresentados não como criaturas felinas azuis e sensuais, mas como monstros feios. Já o Ruído apenas verbaliza o que um talentoso ator pode transmitir em silêncio. E a execução se confunde ainda mais pela linguagem corporal e pelo rosto hiperexpressivo de Holland. Quando um diretor tem esse tipo de carisma para trabalhar, o Ruído é apenas… bem, ruído.
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