Num relatório publicado nesta terça-feira (29), o analista do conglomerado financeiro Wells Fargo, Steven Cahall, faz previsões negativas sobre o crescimento de assinantes do streaming da Netflix, na esteira das controvérsias geradas em torno do filme Lindinhas.
Analisando o “churn” da empresa, uma métrica obtida da divisão da quantidade de clientes que cancelam a assinatura pelo total dos novos, Cahall reduziu sua previsão de assinantes para o terceiro trimestre do ano pela metade.
Ou seja, a Netflix não apenas deixará de ganhar os 500 mil previstos anteriormente pelo analista, mas também perderá mais 2 milhões de assinantes americanos e canadenses no período que termina amanhã (30), porque "esta região carrega o peso dos detratores Lindinhas".
Embora faça questão de afirmar que a atual polêmica e o aumento da rotatividade sejam apenas “fogo de palha” para a Netflix, Cahall explica a matemática na qual se apoia: "Se formos acreditar nos relatórios, então a Netflix enfrentou um aumento de churn de curta duração, mas potencialmente forte em setembro devido à controvérsia em torno de Lindinhas".
Fonte: Netflix/DivulgaçãoFonte: Netflix
Cahall destacou que "o churn mensal típico do Netflix é impressionantemente baixo, de 3,5 a 4%". Mas ele disse que os relatórios dos números do YipitData sugerem que a rotatividade mensal de assinantes "pode ter alcançado níveis que foram cerca de oito vezes a taxa de rotatividade de agosto".
Fazendo as contas, Cahall chega ao número de 28 milhões de desativações no terceiro trimestre, com um aumento de cinco vezes em uma única semana, o que ele atribui ao impacto da polêmica de Lindinhas.
Enquanto o movimento #CancelNetflix esteve restrito ao Twitter, vários assinantes resolveram assistir ao filme para conferir as acusações. A maioria disse que o fez apenas por causa das discussões.
A Netflix passou a receber duras críticas sobre o filme após lançar um cartaz promocional de Lindinhas considerado por muitas pessoas como uma tentativa de sexualizar crianças. No seu Twitter, a provedora se desculpou pela "arte inadequada" da peça de publicidade.
Fontes
Categorias