A pandemia da covid-19 tem apresentado reflexos que vão além da questão de saúde pública. Na economia, milhares de empresas demitiram por conta da crise. Na questão ambiental, o isolamento social fez diminuir os níveis de poluição do planeta. Agora, outro dado curioso aparece: o consumo de material pornográfico aumentou nas últimas semanas.
Ao menos é isso que afirma o Pornhub, um dos maiores sites do gênero. Após liberar o conteúdo premium por 30 dias, na esperança de fazer as pessoas ficarem em casa, o portal de vídeos pornôs viu seu tráfego aumentar em 18%. Os picos de acesso coincidem com as datas de implantação das quarentenas em diversos países ao redor do mundo.
“As pessoas usam pornografia por vários motivos, mas o mais comum é bastante óbvio: o prazer”, analisa o psicólogo Joshua B. Grubbs, em artigo publicado no The Conversation. Porém, segundo ele, existem outras razões que podem levar ao consumo de material erótico. “As pessoas que se sentem sozinhas ou deprimidas geralmente relatam maior desejo de procurar pornografia; muitas pessoas relatam usá-la para lidar com sentimentos de estresse, ansiedade ou emoções negativas”, explica.
Grubbs também ressalta que o tédio também pode ser um gatilho para o consumo desse conteúdo. Assim, o isolamento social e os temores do avanço da doença criam o cenário ideal para que mais pessoas utilizem o autoprazer como uma forma de aliviar a cabeça e de passar o tempo.
Vale lembrar que esse aumento não precisa ser encarado de maneira preocupante. “De um modo geral, a maioria dos consumidores não relata nenhum problema em suas vidas como resultado do uso de pornografia”, detalha o psicólogo. Ele ressalta, porém, que estudos apontam que homens que abusam da pornografia podem ter uma satisfação sexual menor – porém, ainda é preciso decifrar o paradoxo Tostines, afinal, a insatisfação é resultado do alto consumo pornô ou o alto consumo é consequência da insatisfação? Já estudos com mulheres mostram um aumento do prazer durante a relação sexual por parte delas.
“Embora a humanidade tenha sobrevivido a inúmeras pandemias ao longo dos tempos, a atual é a primeira a ocorrer na era digital. Por mais perturbador que seja o coronavírus, para muitas pessoas, as oportunidades de entretenimento e distração permanecem maiores do que em qualquer outro ponto da História”, finaliza Grubbs.
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