Você pode não saber quem foi Kirk Douglas, mas sua mãe sabe e, com certeza, a sua avó. O filho mais famoso do ator, Michael Douglas, anunciou que o penúltimo grande astro de Hollywood havia morrido, aos 103 anos (se você não sabe quem é a última grande estrela, jogue “Olivia de Havilland” no Google).
Sua lareira ostentava uma coleção invejável de prêmios (Oscar, BAFTA, César, Emmy), mas apenas os dois Globos de Ouro que recebeu foram por trabalhos específicos. Somente no fim de sua carreira a indústria do cinema reconheceu seu talento e o premiou pelo conjunto de sua obra.
RIP Kirk Douglas.
— Kevin M. Kruse (@KevinMKruse) February 6, 2020
If you’ve seen “1917,” go back and watch Douglas in Stanley Kubrick’s “Paths of Glory.” Amazing. pic.twitter.com/PfP2gHbEhS
Filho de imigrantes russos analfabetos, batizado Issur Danielovitch e criado em um dos bairros mais pobres de Nova York, Kirk Douglas foi ontem celebrado e lembrado como aquele que se levantou, na década de 1950, contra a caça às bruxas empreendida pelo senador Joseph McCarthy, ao revelar que Dalton Trumbo, banido de Hollywood por ser comunista, escrevera o roteiro do filme que marcaria sua carreira: Spartacus.
Dirigido por Stanley Kubrick (assim como Glória Feita de Sangue), a história do gladiador que se revolta contra Roma foi um entre os 95 títulos em que atuou, como Sede de Viver (que rendeu a ele um dos Globo de Ouro – o outro foi Chaga de Fogo), Algemas de Cristal, A Montanha dos Sete Abutres, Glória feita de Sangue, O Invencível, Sete Dias de Maio, Duelo de Titãs, Sem Lei e Sem Alma e A Cidade dos Desiludidos.
Vida de luzes e sombras
Famoso pela covinha no queixo (herdada pelo filho Michael e que levou a atriz Kim Novak a perguntar como ele fazia a barba), Kirk Douglas teve duas mulheres (a segunda, por 66 anos) e quatro filhos, todos envolvidos com cinema (Peter, Joel, Michael e Eric Douglas – este último, morto aos 46 anos, em 2004, por overdose de álcool, tranquilizantes e analgésicos).
Durante a cerimônia do Globo de Ouro em 2018, o ator recebeu uma breve homenagem, sendo aplaudido de pé pela plateia. Nas redes sociais, porém, foi lembrado como aquele que teria estuprado, em 1954, a atriz então adolescente Natalie Wood. Agora, a história se repete.
Kirk Douglas is alleged to have raped 16-year-old Natalie Wood, and was, by his own account in his autobiography, ruthless with women. pic.twitter.com/OKwEfZ8UgC
— Frida Callow (@FridaCallow) February 6, 2020
O caso jamais foi investigado (a mãe da atriz teria feito com que ela se calasse, já que estragaria suas chances na indústria por Kirk Douglas ser um grande astro à época). Natalie Wood, que lutou a vida toda contra seu vício em álcool, cigarros, anfetaminas e barbitúricos, morreu em 1981 sem jamais ter respondido uma pergunta sobre o assunto.
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