A cineasta Petra Costa, indicada ao Oscar de melhor documentário com o filme “Democracia em Vertigem”, fez duras críticas ao presidente brasileiro em artigo publicado no jornal americano The New York Times.
No texto, a cineasta lembra referências nazistas do governo Bolsonaro, como o pronunciamento do ex-secretário nacional da Cultura, Roberto Alvim, o slogan "Lügenpresse" (imprensa mentirosa) do nazismo e as tentativas de descreditar a imprensa, como a perseguição do governo ao jornalista Glenn Greenwald.
Petra Costa considera que o ex-juiz Sérgio Moro foi nomeado ministro da Justiça em recompensa à condenação de Lula, que abriu caminho para a eleição de Bolsonaro. A diretora avalia que a eleição de “um congressista obscuro de extrema-direita, homofóbico e misógino, foi devida a uma extraordinária campanha de desinformação das mídias sociais”.
A documentarista enumera casos em que a arte e a cultura vêm sendo atacada no país, como por exemplo, quando o líder do governo caracterizou o carnaval como uma festa degenerada, a censura de obras de arte e o ataque terrorista à produtora Porta dos Fundos.
A cineasta termina o artigo afirmando que “não há luz visível no fim do túnel nesta guerra cultural que procura censurar valores liberais e progressistas e a destruição da verdade para impor um fascismo tropical”. Ela lembra que as elites foram omissas enquanto o nazismo avançava.
Outras democracias têm um risco semelhante, como lembra a diretora. “O que inicialmente pareciam casos isolados (na Índia, Brasil e Turquia) se transformou em uma epidemia global”, escreveu Petra.
Disputa do Oscar
O documentário “Democracia em Vertigem” acompanha a história da família da cineasta, no contexto do primeiro mandato do presidente Lula até o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, fazendo um paralelo com a crise econômico-política e social que se instalou no Brasil. A cerimônia do Oscar acontecerá no dia 9 de fevereiro.
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