A montadora de Star Wars: Episódio IX — A Ascensão Skywalker, Maryann Brandon, foi a mais nova integrante da produção a falar sobre as críticas recebidas pelo filme e a dificuldade de agradar a comunidade. As informaçõs são do site The Playlist, com base na entrevista concedida por Brandon ao podcast The Rought Cut. Anteriormente, o roteirista Chris Terrio já havia explicado em entrevista algumas das escolhas mais polêmicas do longa.
Em resumo, a montadora explicou que o prazo para finalizar a produção era curto demais e a equipe trabalhou até o último instante para entregar o filme, adotando métodos nada convencionais para respeitar o cronograma — e com três meses a menos do que em O Despertar da Força, também dirigido por J.J. Abrams.
"Foi uma luta. Afetou tudo. Com cerca de um terço do caminho percorrido, Kathy [Katheline Kennedy, produtora da Lucasfilm] estava tipo 'o J.J. precisa passar mais tempo na sala de edição'. E eu sabia que isso não ia acontecer. Não com a agenda com a qual estávamos trabalhando. Não com tudo o que ele tinha que lidar diariamente... ele estava simplesmente exausto no fim do dia", relata.
Métodos nada ortodoxos
Brandon ainda contou sobre algumas "gambiarras" que a equipe montou para conseguir finalizar certas cenas a tempo. "Eu sugeri fazer a montagem no set. (...) Eu ia onde quer que o J.J. estivesse, sempre a 3 metros da câmera, onde quer que a câmera estivesse, e fazia a edição de forma móvel. E, entre as tomadas, ele podia sentar comigo e a gente repassava as coisas", explica. Normalmente, ela deveria trabalhar em um local diferente da gravação e receber o material bruto depois de uma alta quantidade de filmagens para então trabalhar com calma na edição.
Essa montagem "a toque de caixa" deixou o diretor apreensivo, mas a equipe acabou se acostumando ao ritmo e aprovando o resultado. Assim como boa parte da equipe técnica que acompanhou o terceiro capítulo da nova trilogia, Brandon trabalhou diversas vezes com Abrams em filmes e séries.
E o fan service?
Em relação às críticas ao longa-metragem, a montadora ainda explicou que fazer um filme de Star Wars atualmente é uma situação "sem chance de vitórias" e que agradar a comunidade é a melhor solução. "Olha, claro, é fan service. Se você não garantisse coisas aos fãs, seria tipo 'Ah, ele não seguiu a história de Star Wars', e tudo o que isso significa", defende.
Por fim, ela ainda elogiou o recado que a produção gostaria de passar ao espectador. "Em um período em que o mundo inteiro está polarizado, esse não deveria ser um filme que é polarizante. Basicamente, a mensagem dele é 'Ei, quer saber? Você pode ser ruim e o bem entrar em sua vida. E talvez, se você estiver disposto a isso, coisas extraordinárias podem mudar a sua mente. E você precisa acreditar que há sempre esperança", finaliza.
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