Hollywood é uma máquina de produzir filmes, e muitos deles quase ninguém sabe que existem. Só neste ano, por exemplo, já faltam dedos em uma das mãos para contar os filmes que devem cair no esquecimento, mesmo sendo sequências de obras que fizeram sucesso. Forçar uma história além do que ela poderia suportar naturalmente é uma aposta segura para a maioria dos estúdios, basta olhar para a franquia Velozes e Furiosos, que desde 2001 já teve 7 sequências e 1 spin-off e segue dando um bom retorno para a Universal.
Porém, essa não é a regra. A lista a seguir mostra alguns exemplos de sequências que (quase) ninguém sabe que foram feitas.
O Exorcista II: O Herege (1977)
O Exorcista é até hoje uma das obras mais poderosas do terror. Sem apelar para jumpscares óbvios e apostando no peso que a própria história tem, o filme foi um sucesso absoluto e é considerado um dos melhores longas do gênero. Naturalmente, algum produtor achou que seria uma boa ideia continuar a história. Bem, o mundo se lembra do clássico de 1973, mas quem já assistiu à continuação, lançada 4 anos depois?
Grease 2: os Tempos da Brilhantina Voltaram (1982)
Grease: nos Tempos da Brilhantina é uma adaptação do musical homônimo da Broadway sobre a rebeldia dos anos 1950. É um daqueles filmes aos quais a atual geração pode não ter assistido, mas ao menos já ouviu falar — o contrário da sua sequência, que nem mesmo quem assistiu ao original sabe que existe. O longa teve uma bilheteria quase inferior ao custo da produção e acabou morrendo no esquecimento.
Os Embalos de Sábado Continuam (1983)
Lançado em 1977, Os Embalos de Sábado à Noite impulsionou a carreira de John Travolta. Apostando em todo o sucesso da música disco, o filme tem uma das sequências de dança mais icônicas do cinema. Infelizmente, alguém decidiu repetir a dose alguns anos depois, mas o tempo das discotecas já havia passado. John Travolta protagoniza um dos filmes mais vergonhosos da sua carreira (o que não é pouca coisa) em uma produção que até conta com a direção de Sylvester Stallone.
A Mosca 2 (1989)
A Mosca é um filme peculiar de ficção científica com diversos elementos de terror, protagonizado por Jeff Goldblum e ainda hoje muito relevante. A própria produção é um remake de uma obra de 1958, com o mestre do terror, Vincent Price. Já a sequência é uma vergonhosa tentativa de continuar a história.
A Chave do Enigma (1990)
Um dos casos mais curiosos desta lista é a tentativa do ator Jack Nicholson de dirigir a sequência de um dos filmes mais importantes de Roman Polanski, Chinatown. Enquanto este é um excelente exemplo de thriller carregado de suspense e que prende o público do começo ao fim, a sua sequência, A Chave do Enigma, é a prova de que uma boa história de mistério exige um bom diretor, a menos que seu objetivo seja cair no esquecimento.
Velocidade Máxima 2 (1997)
Sandra Bullock e Keanu Reeves em um ônibus descontrolado rumo ao sucesso. Na verdade, os dois já eram relativamente conhecidos em Hollywood, mas o filme certamente ajudou deixá-los mais populares. O mesmo não pode ser dito da sequência, que contou apenas com Bullock e trocou o ônibus por um navio de cruzeiro. Maior nem sempre quer dizer melhor, e esse esquecido filme é a prova disso.
Esqueceram de Mim 3 (1997)
Quem cresceu nos anos 1990 certamente assistiu a muitos filmes com Macaulay Culkin. Até 1994, ele protagonizou diversos longas e parecia ter um futuro promissor, mas em 1997, quando decidiram lançar a segunda sequência de Esqueceram de Mim, o ator já havia-se envolvido em diversos problemas que o levaram a ser substituído por uma versão genérica. O resultado é que hoje, quando se fala em Esqueceram de Mim, apenas os dois primeiros filmes são mencionados.
A Maldição de Carrie (1999)
Stephen King é um escritor que divide opiniões: enquanto uns o amam, outros odeiam o estilo de seus livros. Essa mesma divisão pode ser aplicada à primeira adaptação do escritor para o cinema e sua infeliz sequência. Enquanto Carrie, a Estranha agradou ao público, A Maldição de Carrie caiu no esquecimento.
A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras (2000)
Com orçamento de US$ 60 mil e faturamento de quase US$ 250 milhões, A Bruxa de Blair é um bom exemplo de sucesso no cinema. E isso foi o suficiente para que uma sequência fosse encomendada para o ano seguinte. A pressa, a história ruim ou a soma das duas coisas fazem de A Bruxa de Blair 2 um título que ninguém lembra que existe.
Psicopata Americano 2 (2002)
Christian Bale foi aconselhado a não gravar Psicopata Americano por ser um filme muito violento e que poderia prejudicar a sua carreira. Mila Kunis poderia ter sido aconselhada a não participar da sequência, porque ninguém teria interesse em assistir. Enquanto o primeiro título conta com um roteiro interessante e uma direção cuidadosa, a continuação parece ter sido criada no piloto automático.
Dirty Dancing 2: Noites de Havana (2004)
Dirty Dancing é superbrega (como todo bom romance) e merece ser visto por todos que gostam de musicais. Além de mostrar outra icônica cena de dança, tem uma história tão carismática quanto seus protagonistas. A sequência não chega a ser ruim e até tem bons momentos, mas isso não conta muito quando ninguém se lembra que ela existe.
O Diário da Princesa 2: Casamento Real (2004)
O Diário da Princesa é uma comédia sobre as dificuldades de ter que lidar com a transição da juventude para a vida adulta e assumir responsabilidades. É um filme divertido e que tinha grande potencial para gerar uma sequência igualmente interessante. A continuação realmente veio, mas é muito inferior e por isso acabou sendo esquecida.
O Filho do Máskara (2005)
Quando O Máskara foi lançado, em 1994, boa parte do sucesso veio de como o roteiro conseguia explorar um dos lados mais criativos de Jim Carrey: a comédia física. Com isso e algumas interessantes sutilezas, o filme conseguiu se destacar a ponto de gerar uma sequência da qual ninguém conhece o elenco nem sabe que existe.
Instinto Selvagem 2 (2006)
Paul Verhoeven é um diretor polêmico, mas tem filmes interessantes em seu currículo. Instinto Selvagem, apesar dos problemas de bastidores, tem uma história boa que trata da investigação de um astro do rock envolvido em um intenso clima de suspense. Sobre a sua sequência, basta dizer que a bilheteria conseguiu pouco mais da metade do que o filme custou: um fracasso do qual poucas pessoas teriam como se lembrar.
A Volta do Todo Poderoso (2007)
Outro título que prova como Jim Carrey pode fazer falta em uma sequência. Steve Carell até se esforça, mas não há muito o que aproveitar na sequência de Todo Poderoso. O filme tenta recontar a história de Noé, mas a soma de clichês e um roteiro pouco interessante fazem a única memória possível desse longa ser a imagem de Carell de cabelo e barba compridos.
S. Darko: Um Conto de Donnie Darko (2009)
Você entendeu o fim de Donnie Darko? Essa foi uma pergunta muito comum no começo dos anos 2000 entre pessoas que queriam acreditar que o filme tinha uma mensagem escondida que precisava ser decifrada. Mas não importa se todos entenderam ou se gostaram, o que importa é que eles conhecem Donnie Darko. Já a sua sequência...
O Legado Bourne (2012)
Jeremy Renner poderia ter substituído Tom Cruise em Missão Impossível, mas não conseguiu superar o carisma do protagonista, então lhe foi dada a oportunidade de substituir Matt Damon na franquia Bourne, mas o filme caiu no esquecimento e ainda trouxe o protagonista original de volta (em outro filme que ninguém sabe que existe).
Gente Grande 2 (2013)
Ok, talvez muitos não conheçam Gente Grande, com Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade e Rob Schneider. O filme mostra o reencontro de cinco amigos anos depois de terem se separado após o colegial. É um plot muito comum, mas que justifica um longa. Essa sequência é aquela continuação com a qual ninguém se importa, talvez por isso as pessoas apenas prefiram não assistir.
Debi & Lóide 2 (2014)
Dessa vez não tem como culpar a ausência de Jim Carrey. O ator retornou para o papel ao lado de Jeff Daniels cerca de 2 décadas depois do lançamento do primeiro filme. Infelizmente, o resultado é apenas uma sessão de vergonha alheia, com dois atores em papéis que não conseguem manter nem para convencer as pessoas a assistirem ao filme.
Alice Através do Espelho (2016)
Alice Através do Espelho é a sequência literária de Alice no País das Maravilhas, por isso não chegou a ser uma surpresa quando a Disney anunciou que o filme dirigido por Tim Burton teria uma sequência. O filme veio sem o diretor e repetindo o elenco, mas acabou não sendo muito marcante. A consequência foi o esquecimento da obra.
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