Ao que tudo parece, a Warner Bros. escolheu quem vai assumir o manto do Homem-Morcego. Embora as negociações ainda não estejam 100% concretizadas, Robert Pattinson, que será eternamente estigmatizado pela série “Crepúsculo”, é o favorito. Mas será que ele é o mais indicado para o cargo?
Aproveitamos o hype para dar nossa opinião sobre essa iminente escolha, com alguns prós e contras. Vale lembrar que o Batman do ótimo Matt Reeves (“Planeta dos Macacos”, “Deixe-me Entrar”) deve se concentrar nas origens como detetive — uma versão moderna de Sherlock Holmes, mas com toda a mitologia do herói que conhecemos.
“The Batman” tem estreia prevista para 25 de junho de 2021. Bem, vamos às considerações:
1. Robert é um bom ator
Devemos julgar um artista apenas pelo seu momento ou pelo conjunto da obra? Bem, no caso de Robert, infelizmente suas piores performances estão atreladas à saga “Crepúsculo”. Ele fez muita coisa depois disso e teve um desempenho incrível em “Bom Comportamento”. Ou seja, ele tem o que é necessário para encarar a dualidade de Bruce Wayne.
Fonte: Paris Filmes
2. Queremos o Batman detetive
A grande novidade neste Batman é que Matt Reeves finalmente deve nos trazer a versão detetive. Leia a história de Ted McKeever, de “Batman e Preto & Branco: Volume 1”, e veja como pode ser interessante termos um herói que não vence apenas por ter bugigangas ou sair dando porrada nos outros, de saco cheio com a vida.
Fonte: DC Comics
Queremos também o Batman que soluciona crimes apenas observando um cadáver, parado, em um necrotério.
3. A DC chama-se Detective Comics, oras
A própria DC Comics se chama assim devido à vocação para histórias envolvendo mistério e personagens de natureza controversa. A revista mais popular do Batman chama-se “Detective Comics” e neste ano o personagem completa 80 anos com a primeira aparição na edição 27.
Fonte: DC Comics
Seria uma bela homenagem levar essa faceta do herói para as telonas em breve.
4. Espaço para o Robin
Esse Batman detetive também abre um espaço interessante para o Robin. Ao invés de termos um adolescente lutando contra terroristas armados, poderíamos ter o apoio do Garoto Prodígio para missões conjuntas, com um Homem-Morcego mais cerebral que sua última encarnação.
Fonte: DC Comics
5. Ele ainda é jovem
Robert Pattinson tem 33 anos e até mesmo se parece com o Bruce Wayne jovem adulto. Ben Affleck está mais para o “Batman de saco cheio” de “Cavaleiro das Trevas”, mais velho, perto da aposentadoria. Já a nova versão pode trazer vigor a um personagem que ultimamente só aparece cansado nas telinhas e nas telonas.
Fonte: Reprodução
6. A DC Comics tem múltiplas versões em seu DNA
Ter múltiplas versões de um mesmo personagem está na espinha dorsal da companhia, que possui 52 Terras paralelas em um Multiverso com milhões de linhas temporais. Uma das grandes diversões da DC Comics é justamente brincar com o legado e com as variantes de seus ícones.
Já vimos que o plano de emular o Marvel Studios não funcionou para a DC, que até mudou seu slogan para “Worlds of DC”, em sua última participação na San Diego Comic Con — ou seja, a companhia admitiu que não vai mais seguir uma cronologia fechadinha como aconteceu com a concorrência nos últimos 10 anos.
Fonte: DC Comics
E isso tem feito bem: já acertaram a mão com “Aquaman”, “Titans”, “Shazam!” e “Doom Patrol” e prometem com “Monstro do Pântano”, “Mulher-Maravilha: 1984” e “Joker”. Espero que “The Batman” mostre essa reação nos cinemas.
E agora os 4 motivos pelos quais Robert pode falhar:
1. Ele não faz o perfil porradeiro
Bem, embora a ideia do Batman “Sherlock” seja legal, não dá para ignorar o fato do personagem estar sempre pulando pelos telhados, socando seus inimigos e fazendo peripécias improváveis, mesmo sendo “apenas um ser humano”.
Fonte: Warner Bros.
Essa falta de “ginga” de Robert pode atrapalhar e, embora hajam truques para fazer um cara qualquer lutar como ninja, ter aptidão para a coisa ajuda bastante.
2. O fator “Crepúsculo”
Se você transitar pelas redes sociais, vai notar facilmente que grande parte do público mais velho e “raiz” do Batman tem certa aversão por Robert devido à saga adolescente “Crepúsculo” — afinal de contas, quando isso fez sucesso essa audiência já tinha passado da puberdade faz tempo.
Fonte: Paris Filmes
O ator vem tentando se livrar desse estigma há anos e mesmo com atuações convincentes ainda é lembrado pelo vampiro Edward. Isso pode atrapalhar a produção, até mesmo durante as filmagens.
3. Contratos longos
Após “Crepúsculo”, Robert não ficou mais atrelado a nenhuma franquia — talvez por trauma. Embora a Warner/DC tenha deixado para trás os planos de manter um universo compartilhado como o da Marvel Studios, há ainda a intenção de manter certos atores em um papel icônico nesse setor.
Fonte: Reprodução
Essa estratégia se mostrou acertada com a Marvel e a Fox (leiam-se Hugh Jackman com Wolverine e Deadpool com Ryan Reynolds) e a própria Warner costuma “cuidar dos seus”, protegendo e oferecendo certa exclusividade para seus astros. A pergunta é: estaria Robert disposto a assinar outro contrato longo que pode marcar de forma indelével sua carreira novamente?
4. Decisões ruins da Warner
A Warner vem conquistando bons resultados nos últimos anos, mais na base do erro/tentativa do que exatamente de projetos mais consistentes. É muito cacique mandando nas coisas e Geoff Johns, que deveria fazer a ponte entre quadrinhos e cinema, não conseguiu tudo o que queria porque ele lidava mais com executivos em busca de “um novo Harry Potter” do que exatamente em prol de boas histórias da DC Comics.
Fonte: Reprodução
O Marvel Studios é uma subsidiária de quase 14 anos que faz filmes de super-heróis “taylor-made”, com três lançamentos por ano. Já Warner é uma empresa centenária com mais de 200, 300 estreias por temporada. Então, sim, as decisões do conglomerado ainda oscilam e podem arruinar Robert como o novo Batman.
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