“Umbrella Academy” narra a história de sete jovens prodígios que nasceram em uma onda de 43 bebês gerados a partir de mulheres aparentemente sem sinais de gravidez. Eles foram recrutados por um estranho e excêntrico bilionário, o multitalentoso Sir Reginald Hargreeves, para se tornar uma equipe de super-heróis que, um dia, pudessem salvar o mundo.
Entretanto, conforme vai crescendo, o grupo se torna um família cada vez mais disfuncional e parte de suas jornadas acaba sendo lidar uns com os outros, em meio às outras ameaças. Nada disso mudou entre a versão de papel e a adaptação de “Umbrella Academy”, que chegou recentemente à Netflix.
Fonte: Dark Horse
Mas a série alterou muitas coisas do material original, o que não quer dizer que ficou ruim — pelo contrário, várias das mudanças fazem muito sentido e até tornaram a história e os personagens mais verossímeis. Abaixo, comento algumas das maiores mudanças.
ATENÇÃO: este artigo é mais indicado para quem já assistiu a série e/ou leu os quadrinhos, pois está cheio de spoilers!
Diversidade
Uma das melhores mudanças na série é a diversidade. Nos gibis, todo mundo é branco, inclusive os vilões Hazel e Cha-Cha. Na série, Rumor e Cha-Cha são interpretados por negras (Emmy Raver-Lampan e Mary J. Blige, respectivamente); Kraken, ou Número Dois, torna-se o latino Diego Hargreeves (David Castañeda); e Horror, ou Número Seis, vira o oriental Ben Hargreeves (Justin H. Min).
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Blockbuster sci-fi
Tudo nos quadrinhos parece maior e mais povoado de coisas absurdas, grandes vilões e ameaças. O clima é de ação constante com elementos de ficção científica. Só para exemplificar, a Umbrella Academy até mesmo luta contra uma estátua de Abraham Lincoln. Tudo bem que o orçamento na Netflix deve ter limitado bastante essas sequências — e pode ser que vejamos mais das versões jovens atuando juntas muito em breve nas telinhas. No streaming, o foco foi na dramaticidade e nos relacionamentos.
Fonte: Dark Horse
Hazel e Cha Cha
Os dois assassinos que aparecem do começo ao fim da série são muito diferentes de suas contrapartes de papel. Eles sequer têm participação no volume que mais inspirou essa primeira temporada, “Suíte do Apocalipse”. Para ter uma ideia, os dois psicopatas, que não têm nada de complexo, morrem no único volume que aparecem, “Dallas”. Aliás, a doce senhora Agnes sequer tem uma versão nas revistas.
Fonte: Dark Horse
O Garoto
Uma coisa que não mudou muito é o grande destaque que o Número Cinco tem em ambas as mídias. Ele sem dúvida rouba o show . No quadrinhos, não envelhece e tem seu DNA mesclado ao dos mais letais serial killers — e daí a sua habilidade para mandar geral para sete palmos abaixo da terra. Além disso, seus empregadores são a agência conhecida como Temps Aeternalis, que, embora sejam diferentes da Comissão, têm função semelhante.
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Leonard Peabody
O vilão conhecido como Condutor é também bem diferente. Ele é bastante caricato e se parece muito mais com os tradicionais antagonistas de quadrinhos de super-heróis. Além disso, nas revistas ele comanda a Orquestra Verdammten, o grupo demoníaco o qual Vanya se junta no final de “Suíte do Apocalipse”. Na Netflix, Leonard Peabody é uma influência muito mais crua e real.
Fonte: Dark Horse
Ben/Klaus
Ben Hargreeves está morto em ambas as mídias, mas ele é visto com muito mais frequência nos flashbacks dos quadrinhos. Nas revistas, ele não tem a mesma relação próxima de comunicação com Klaus (conhecido como The Séance), que nas HQs consegue levitar e tem poderes telecinéticos. Essa dinâmica deve evoluir para uma segunda temporada, contudo, é diferente das revistas.
Fonte: Dark Horse
Anos 60
Klaus não viaja para os anos 60 e nem participa da Guerra do Vietnã, como ocorre no seriado. Aqui há uma influência do volume “Dallas”, em que Luther, Diego e Klaus viajam no tempo para impedir que o Número Cinco mate o ex-presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy. Acontece que o trio acaba se perdendo no tempo e vai parar no Vietnã.
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Mãe
Na série, inicialmente é até possível confundir a Mãe como uma pessoa normal. Embora ambas as versões tenham laços afetivos com Diego e tragam à tona o tema “máquina que pode sentir como um humano”, o modelo da TV traz um robô muito mais completo. Nas HQs ela se parece mesmo com um amontoado de peças e órgãos.
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Vanya
Nos quadrinhos, Vanya é muito mais apática, sem o sentimentalismo e os laços que a interpretação de Ellen Page trouxe para a personagem. Aliás, ela é muito mais uma vilã do a anti-heroína que parece ter se tornado na Netflix. Seu visual nas revistas lembra muito mais os colantes do gênero.
Fonte: Dark Horse
O final
Na conclusão dos quadrinhos, a Umbrella Academy distrai Vanya, que leva um tiro na cabeça em um disparo feito pelo Número Cinco — mais tarde, vemos que ela ficou catatônica, em uma cadeira de rodas. O mesmo meteoro que sai da Lua na Netflix também cai na Terra nas revistas, mas Klaus consegue impedir uma tragédia com seus poderes telecinéticos. Como sabemos, na TV a série acaba sua primeira temporada com a equipe viajando no tempo — uma deixa para o segundo ano.
Fonte: Dark Horse
Como dá para notar, muita coisa mudou, mas ainda assim nada se perdeu do núcleo original dos personagens. Existem várias outras diferenças, podem deixar aqui outras coisas que vocês notaram nos comentários!
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