Sabemos que a tecnologia chegou num ponto em que se tornou comum ver certas ferramentas sendo utilizadas para explorar pessoas sexualmente na web — os chamados deepfakes. Diversas personalidades famosas já passaram por situações do gênero, como a atriz Scarlett Johansson, que foi entrevistada pelo jornal Washington Post sobre o assunto.
Segundo ela, não há nada que impeça alguém de cortar e colar a imagem dela ou de qualquer outra pessoa em um corpo diferente, editando este conteúdo de forma que o produto final fique realista. A atriz ainda acrescentou que tentar se proteger da Internet e de toda a depravação presente nela é algo extremamente difícil, já que a web pode ser considerada "uma espécie de buraco de minhoca sombrio que consome a si mesmo" em função do enorme fluxo de conteúdos.
Em sua fala, Scarlett Johansson fez referência justamente aos deepfakes, vídeos ultrarrealistas que colocam o rosto de uma pessoa no corpo de outra utilizando ferramentas de machine learning. É cada vez mais comum ver essa tecnologia sendo utilizada para produzir vídeos adultos falsos, como ocorreu com a atriz.
Conforme reportado pelo Washington Post, um dos vídeos falsos produzidos com a imagem dela foi visualizado mais de um milhão de vezes. Para Johansson, é uma questão de tempo até que outro alvo seja escolhido para conteúdos deste tipo. Para as vítimas deste tipo de ação criminosa, a sensação é de que a internet é um abismo sem lei.
O jornal ainda trouxe o caso de uma mulher de 40 anos, que descobriu um vídeo adulto deepfake com o rosto dela circulando pela web sem consentimento. A pessoa que produziu o vídeo utilizou mais de 400 fotos do rosto dela, sendo que boa parte das imagens foi obtida por meio do Facebook.
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