Parte do sucesso da Netflix está em dosar o que pode ser oferecido para o mercado global com produções locais que não somente fazem sucesso em suas praças de origem como em países que acabam “adotando” lançamentos estrangeiros fora do circuito hollywoodiano.
Quem confirma isso é o vice-presidente de conteúdos internacionais, Erik Barmack, que falou sobre o assunto em entrevista ao Estadão e revelou também a intenção de lançar “pelo menos três ou quatro séries nacionais” até o final do ano.
Com a concorrência da HBO GO, Fox, Disney, Apple, Amazon e outras no mercado de streaming, a Netflix se vê ainda mais inclinada a oferecer material exclusivo e menos licenciamentos de terceiros. Para este ano, o investimento previsto para as ideias originais deve ficar em torno de US$ 8 bilhões (R$ 30 bilhões).
“Nosso negócio está se tornando mais global e não dá para só 4% ou 5% do conteúdo vir de fora dos Estados Unidos. As boas séries estão vindo de todo lugar, como 3%, do Brasil, ou La Casa de Papel, da Espanha. Precisamos nos conectar a usuários de todo o mundo – o que leva à necessidade de termos direitos globais de distribuição”, comenta Barmack.
“Não temos nada contra novelas, mas não vamos investir nelas”
Barmack falou um pouco mais sobre como é a política de investimento da Netflix nas produções originais locais. A ideia é fornecer o que é escasso na TV aberta, como fantasia, ficção e comédias ousadas. “Temos o princípio da liberdade artística. É por isso que queremos trabalhar sempre com José Padilha e Selton Mello (diretor e ator de O Mecanismo, respectivamente). E também queremos nos diferenciar da TV aberta. Não temos nada contra novelas, mas não vamos investir nelas, pois já existem emissoras no Brasil que as fazem.”
A Netflix acumula atualmente 125 milhões de usuários ativos. Com o sucesso mundial da brasileira “3%” e da espanhola “La Casa de Papel”, fica cada vez mais evidente que é preciso aumentar a fatia estrangeira. “Nosso negócio está se tornando mais global e não dá para só 4% ou 5% do conteúdo vir de fora dos Estados Unidos.”
Das 470 atrações programadas para estrear até o final do ano, a companhia deve oferecer um “número crescente” de séries “estrangeiras” — ou seja, que vêm de fora dos Estados Unidos —, inclusive as brasileiras. “Já divulgamos o desenvolvimento de 100 projetos na Europa. Até agora, anunciamos cinco séries brasileiras — ‘3%’, ‘Coisa Mais Linda’, ‘Samantha!’, ‘O Mecanismo’ e a do Kondzilla (‘Sintonia’). Acho que certamente anunciaremos mais três ou quatro até o fim do ano.”
E você, o que acha disso? Quer ver mais títulos nacionais no catálogo do serviço de streaming?
Este texto foi escrito por Claudio Yuge via Tecmundo (um site da empresa NZN junto com o Minha Série).
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