Em um século tivemos uma evolução tecnológica absurda em todos os setores do conhecimento humano, com o surgimento da eletrônica, por exemplo, bem como os computadores que passaram de enormes galpões especializados em produzir resultados para cálculos a máquinas pessoais, que já cabem em nossos bolsos e são milhares de vezes mais potentes que seus antecessores.
Mas pare para pensar: mesmo no curto espaço de uma década, quantas destas tecnologias já não foram do topo para o cemitério? Hoje o Baixaki relembra algumas das mais populares, mas que já tiveram seu fim e estão no museu ou então a caminho dele.
Fita cassete e VHS
Hoje, como tudo é gravado em forma de dados, a única coisa que se move no seu DVD Player é a lente do canhão, que faz a varredura pela superfície do disco em busca do capítulo selecionado para o filme. Mas até pouco tempo atrás você e seu videocassete tinham a enorme tarefa de rebobinar o filme (gravado na fita VHS) para repetir aquela cena lá do comecinho. Que demora!
Acontece que esse não era o único problema: os aparelhos tinham que ser regulados, havia perda de qualidade com o tempo e algumas vezes o videocassete até “engasgava”. E na hora de devolver para a locadora, se a fita não estivesse completamente rebobinada, MULTA!
As músicas também eram tocadas de uma forma parecida, pelas fitas cassete. Pular de faixas ou escolher uma posição dentro da música não era questão de apenas alguns botões, pois também exigia que tudo fosse rebobinado nos rolos ou avançado. De certa forma, você realmente tinha que curtir o que estava tocando, porque pular ou voltar só iria consumir ainda mais tempo!
Rádio de pilhas
Agora tudo é incorporado a um só aparelho, geralmente o celular — que carrega câmera, filmadora, memória, agenda, e tudo mais, incluindo nessa lista, para alguns modelos, o rádio. E se você tem no seu bolso algo que faz tudo isso, com direito ainda a programação e busca de faixas automática, por que girar o botão até sintonizar em um aparelho antigo, não é mesmo?
Mas nós acreditamos que eles não irão sumir por completo do mapa: em cada jogo de futebol, busque pelos senhores e sábios torcedores, carregando junto às suas orelhas um aparato sonoro em volume máximo, afinal, assistir ao jogo não é o bastante!
Pong, River Raid e Pitfall
Até o início dos anos 90, nada fez tanto sucesso no mercado brasileiro de games como o Atari, lançado no Brasil pela Gradiente. Os gráficos eram medonhos, contando com pouquíssimas cores na tela. Os controles quebravam por qualquer coisa (é claro que nós também exagerávamos um pouco na força), mas os games proporcionavam uma dose de desafio que não é vista em muitos jogos de hoje, além é claro de muita diversão.
Atualmente vemos a busca quase que incessante pelo realismo, com pouquíssimas companhias recuperando o entretenimento casual. E se os gráficos em linhas ou pontos e monocolores estão fadados ao desaparecimento, outra coisa também relacionada aos jogos e que deve deixar muitas saudades em alguns são os Arcades. Antigamente, eles estavam presentes em muitos cantos da cidade, garotos gastavam todo o dinheiro do lanche para comprar fichas e perder toda a tarde em disputas com colegas.
É claro que os modelos mais avançados para arenas e setores de shoppings continuarão a existir (principalmente em países como Estados Unidos e Japão), mas por aqui este ramo do entretenimento só observou o aumento dos preços, ficou até mesmo defasado e distanciado da ideia original. Adeus fichas, vocês serão sempre lembradas!
E para encerrarmos a seção Videogames, os cartuchos de jogos! Em uma época em que Mega Drive e Super Nintendo dominavam, toda a rapaziada soprava as fitas e colocava “com jeitinho”, ligando o console na esperança de ver a tela carregar corretamente. E quando alguém tocava o videogame quando você estava derrotando o chefe final então? Tristeza na certa. Atualmente, poucos consoles utilizam a mídia e a tendência é que até mesmo os discos (Blu-Ray inclusive) desapareçam, dando lugar à distribuição digital.
Câmeras fotográficas com filme
Você ia até o mercado fazer as compras para aquela viagem e na hora de passar no caixa não deixava de pegar uma ou duas caixas de filme fotográfico e pilhas para a sua câmera! Inseria o conteúdo no local certo com o maior cuidado para não estragar nada e ajustava a ponta para encaixar.
Depois de toda esta trabalheira ainda tinha que pagar pela revelação e rezar para que nenhuma foto tivesse saído queimada. Por este lado, as câmeras digitais foram um enorme avanço!
Para os entusiastas o filme sempre vai ser a melhor escolha, por produzir efeitos peculiares e belíssimos, mas a maioria do pessoal vai deixar de montar álbuns fotográficos de verdade para apenas copiar suas fotos no computador e postá-las em algum serviço como o Picasa. Fica mais fácil de mostrar para os outros, com certeza, mas não é a mesma coisa...
Telas CRT
Os tubos de raios catódicos e o enorme espaço ocupado por eles finalmente está desaparecendo das lojas, dando espaço às telas LCD e suas variantes melhoradas. Ainda bem, porque carregar aqueles trambolhos de um lado para o outro ou erguê-los na hora da limpeza não era tarefa para qualquer um, principalmente para as TVs com mais de 29 polegadas!
Para celebrarmos a ida deste aparato, deixamos o vídeo abaixo, que contém imagens fortes, perturbadoras e imperdoáveis de um jovem atacando impiedosamente e cruelmente uma antiga e pobre televisão:
Discman – Com ou sem MP3!
Os CDs aos poucos estão decaindo, mas ainda permanecem no mercado como uma das alternativas mais baratas para você gravar conteúdos e entregar a alguém (não vale sair por aí distribuindo pendrives, não é mesmo?), além é claro de ser o formato padrão para as gravadoras e seus artistas.
Mas a pergunta é: você vê ainda hoje alguém com um reprodutor portátil desses? Pode até ser, mas é difícil, ainda mais com os MP3 Players minúsculos invadindo o mercado a preço de banana. O melhor de tudo é que eles cabem no seu bolso. O discman... só na mochila!
Fios
Admita! Por trás das suas estantes da sala e debaixo dos seus móveis do quarto não havia nada além de um emaranhado infinito e não organizável de fios, cruzando da televisão para o computador, que levava mais três cabos para as caixas de som, cinco para as tomadas e dezenas de outros mais para alimentar seu mouse, seu teclado, sua impressora, seu scanner...
A energia, por ora, ainda é fornecida por meio deles (fato que deve mudar se alguns testes forem bem-sucedidos), mas os teclados, mouses, controles de videogames, internet e muitas outras coisas já têm seus sinais transmitidos pelo ar. Assim dá até pra disfarçar que o recinto está limpo, não?
Processador Single Core?
Pelo visto, foi-se também o tempo em que os processadores de computadores realmente eram um só! Começamos com os Dual Core, um sucesso de mercado que poderia processar várias tarefas ao mesmo tempo sem grandes dificuldades com vários núcleos em uma peça só. A arquitetura já evoluiu para muitos caminhos e temos até mesmo aparelhos domésticos, como televisões mais modernas, operando com a ajuda destes processadores de “várias cabeças”.
Disquetes e outros dispositivos de armazenamento
Com eles você podia carregar todos os seus trabalhos de faculdade de um lado para o outro, aproveitando os gloriosos 1,44 MB de espaço! Surpreendente não? Hoje isso não serve nem para salvar uma apresentação mais caprichada no PowerPoint, quanto mais as monografias e filmes incorporados aos arquivos em Flash.
O pior de tudo é que o disquinho estava mais para uma carroça, tendo um método de gravação e regravação extremamente lento. Algumas vezes até o PC chegava a travar... E se lembra daquele trabalho que você perdeu a tarde toda fazendo? Vez em quando ele sumia, sem dar explicações.
Outro dispositivo de armazenamento relativamente portátil que surgiu durante a década de 90 foi o ZIP Drive. Introduzido pela Iomega, ele possuía capacidade de 100 MB, fato que interessou aos consumidores. Mas por outro lado, o custo era realmente elevado (ainda mais aqui no Brasil) e era exigido um leitor especial, instalado em uma das baias do computador.
Além disso, a empresa sofreu uma forte ação devido a uma falha específica com os discos, que praticamente a derrubou. Na sequência, a queda dos custos dos CDs foi apenas o golpe final.
Os primórdios da internet - Um inferno, do início ao fim!
Parem tudo! Mais de um minuto para conectar (com ruídos e grunhidos que até hoje são motivo de pesadelo para alguns), uma velocidade de matar qualquer um de tanto tédio — 3 MB pareciam 3 GB a 56kbps, isso quando a taxa máxima das linhas telefônicas normais era atingida — e ainda as quedas constantes.
Já é o suficiente para ter pesadelos não? Mas ainda tem mais pela frente: você era praticamente obrigado a usar os discadores das operadoras e ainda tinha que ficar com a linha ocupada, sem poder receber ligações. Melhor que isso só a conta no fim do mês para quem não conseguia controlar o impulso de navegar pelo mundo. Para quem era jovem o problema não era a conta, mas os gritos dos pais enfurecidos.
E se apenas a linha discada não é o bastante para deixar você com os cabelos arrepiados de tanto pavor, nós lembramos também os primeiros grandes passos da internet no mundo: ICQ com mais barulhos estranhos e sons de teclas batendo a cada palavra digitada, páginas carregadas de GIFs animados (os mais toscos do universo, principalmente os do tipo “Site em construção”) e — é claro — a fase da hospedagem gratuita nos HPGs da vida.
E você, de qual tecnologia você sente saudades ou tem mais raiva? Não deixe de adicionar suas próprias escolhas à nossa lista comentando abaixo. Até a próxima!