A Nissan acaba de apresentar um dos conceitos de veículos mais curiosos que você provavelmente já viu. O veículo, chamado “Teatro for Dayz”, é um projeto feito para a 44ª Tokyo Motor Show, que ocorrerá entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro, e tem como base oferecer muito mais do que um design inovador, trazendo uma nova abordagem na tecnologia móvel que visa a geração que já nasceu envolta pela vida digital.
Vendo o carro por fora, porém, muita gente vai pensar que se trata apenas de mais um projeto com aparência um pouco mais moderna e futurista. Há, é claro, alguns painéis LED coloridos que podem ser controlados para mostrar o que você deseja, mas nada tão exagerado assim, como a imagem no início da matéria mostra.
Já por dentro, a experiência oferecida pelo Teatro for Dayz é completamente diferente.
Que tal um painel de controle e assentos que se alteram à sua vontade?
A primeira e mais óbvia delas é algo já trazido em diversos conceitos de veículos para o futuro. No lugar de um painel com botões, o console deste carro pode ser descrito apenas como uma enorme tela de toque curvada, pela qual você pode acessar diversos aplicativos e opções, como faria em um smartphone, ou mesmo ligar outros aparelhos e ver informações por ele.
Liberdade acima de tudo
E o que você pode fazer com isso? Entre os exemplos trazidos pela empresa estão a possibilidade de ver informações do clima, ativar um sistema de navegação GPS, ouvir músicas ou até mesmo ver filmes, jogar games e fazer vídeochamadas.
Algumas possibilidades de uso para o sistema, com a interface adaptada para a situação
Tudo isso, vale notar, poderia ser adaptado e personalizado à vontade por você. Seja mudando a posição de exibição do velocímetro ou retirando uma ferramenta desnecessária, a ideia é trazer ao motorista um veículo que serve como uma “tela em branco”.
Como você já deve ter percebido, o Teatro for Dayz aposta pesado em oferecer liberdade para o público. Mas a Nissan não se limitou a deixar isso apenas no painel e estendeu isso para todo o interior do veículo – do painel às paredes e os próprios assentos, o dono do carro pode personalizá-lo como achar melhor.
E acredite: nós não brincamos quando falamos que você tem liberdade total para personaliza-lo. Basta conferir a galeria abaixo para ter uma ideia.
Com um pouco de criatividade e as ferramentas certas, seria possível, por exemplo, simplesmente dar uma cor diferente para o interior do carro, criar um fundo mais abstrato, simular um visual digno de um filme de ficção ou baixar uma “skin” para seu carro, como faria com um papel de parede de seus computador, smartphone ou tablet. Para funcionar corretamente, a Nissan utilizaria uma série de painéis LED espalhados por todo o carro.
Agora, considerando quantas opções e ferramentas de interação que esse veículo oferece, surge a pergunta: e como fica a atenção no volante? Felizmente, a empresa criou uma interface que se adapta entre quando o carro está se movendo, exibindo instrumentos importantes para a direção, e quando ele está parado, permitindo então o acesso à todas as opções e a conectividade possível.
Nova geração, novos carros
Parece um carro completamente fora dos padrões comuns? E é, de certa forma. O fato é que a proposta por traz dos carros atuais ainda vive do passado: se antes ter um veículo era o sonho de consumo da grande maioria, por permitir a você ir para onde quisesse na hora que bem entendesse, o advento da internet tornou essa distância física irrelevante.
Nas palavras de Hidemi Sasaki, Gerente Geral de Planejamento de Produto da Nissan: “O que move esses nativos digitais é capturar experiências em fotos e vídeos e compartilhá-las, Amigos respondem com ‘likes’ e compartilham a experiência para a frente. O que é importante não é se algo é experienciado pessoalmente ou virtualmente. O que importa é o processo de compartilhar.”
O veículo conta com portas invertidas para oferecer um visual espaçoso, quando ambas estão abertas
Para essa nova geração (assim chamada por ele de “compartilhadores nativos”), carros são um ambiente estressante, já que eles não têm a mesma facilidade em se conectar a outros e compartilhar experiências. “O que os compartilhadores nativos querem dos carros não é o prazer de dirigir em seu espaço privado, mas uma melhor maneira de se conectar com amigos e compartilhar experiências”, explicou Sasaki.
O Teatro for Dayz, por sua vez é resultado da tentativa de atrair a, que dá menor importância para as posses materiais. Na tentativa de alcançar um produto atraente para os jovens, a Nissan criou três objetivos principais para o conceito:
- Jogar fora as noções pré-concebidas com relação a veículos;
- Entender que o que move as crianças de hoje não é o que movia seus pais;
- Ser aberto a uma nova definição de mobilidade.
Junto a isso, a empresa juntou uma série de interesses comuns dos compartilhadores nativos para seus carros, como a possibilidade de modificar seu carro de acordo com seu humor – algo que fazemos diariamente em nossos computadores e dispositivos móveis. Da mesma forma, a Nissan acabou decidindo por um minicarro movido à eletricidade, justamente por trazer uma maior familiaridade com os portáteis que carregamos todo o dia.
Como resultado de todas essas apostas, a fabricante chegou a um carro que vai muito além de um visual avançado, prometendo servir como uma estação de entretenimento, comunicação e conectividade, seja ao se deslocar ou quando estiver parado.
E isso é só o começo, segundo Sasaki: “Os compartilhadores nativos vão usar carros de maneiras que nós nunca imaginaríamos.”
Resta agora torcer que, algum dia, conceitos como esses saiam do papel e tornem-se realidade. Uma pena que isso ainda deve demorar um bom tempo para virar realidade; e acima de tudo, se tornar viável para o público.
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