O ser humano é uma máquina incrível e até agora vem se superando e desenvolvendo novas tecnologias e máquinas que alteram completamente a forma de vida. Todavia, algumas coisas ficam apenas na imaginação e parecem ser bem mais complexas de realizar.
Entre tantos sonhos está a possibilidade de usar outros sentidos para melhorar a experiência com filmes, jogos e outras atividades do mundo fictício. Até o momento temos imagens com resoluções incrivelmente altas, faixas de áudio com mais canais do que se pode imaginar, mais de um ângulo para aproveitar um mesmo filme e até diversos idiomas para agradar a todos.
Será que não é suficiente? Para muitos com certeza isso não é nem metade do sonhado. Afinal de contas, se podemos utilizar o olfato, o tato e o paladar na vida real, por que não expandir o mundo virtual para tais fronteiras? A resposta seria simples: não há como fazer isso, porque a tecnologia não permite.
Na realidade, ainda não há realmente como fazer isso, mas há conceitos em desenvolvimento justamente para tornar a interação entre computador e ser humano mais profunda. Como? Conheça o SENSE, um dispositivo que deve possibilitar o uso de outros sentidos na utilização diária dos computadores e possivelmente em outras máquinas.
Você pode ver, você pode tocar
As telas sensíveis ao toque não são novidade faz tempo, sendo esse o detalhe menos relevante no SENSE. Contudo, o produto possui uma tela bem melhorada, que cria uma experiência tátil absurdamente precisa. Usando componentes internos (e uma tecnologia inimaginável), o SENSE consegue reproduzir diferentes texturas, temperaturas e até mesmo a consistência.
Para exemplificar não é difícil, basta você pensar na possibilidade de entrar num site que vende roupas e ter o prazer de sentir o tecido sem nem mesmo sair de casa. Evidentemente, de nada vai adiantar apenas a tela tátil do SENSE, pois será necessária toda uma parte de programação dedicada (e altamente complexa) para que os sites e programas contenham informações sobre os detalhes físicos do produto.
Aliás, falando na parte de desenvolvimento das texturas, não há como exemplificar complexidade de tal tarefa, além da quantidade de dados que seria transmitida via internet para que o usuário pudesse tocar cada parte de um objeto. E tudo fica ainda mais complicado quando se trata de objetos não estáticos, como os que são inseridos em jogos e filmes.
Ainda não há detalhes do material que será utilizado na tela tátil, mas é óbvio que deverá ser algo bem maleável e suscetível a impulsos elétricos. Apenas para efeitos de comparação, esta tecnologia será mais surpreendente do que vemos em filmes, pois não apenas será possível controlar os elementos da tela, como também interagir de verdade.
Vale frisar que o dispositivo deve facilitar a vida das pessoas que necessitam usar o computador com o alfabeto braile, pois além de conseguir reproduzir qualquer texto na linguagem, o SENSE pode ser totalmente controlado por voz.
Sinta o aroma virtual
Tela tátil talvez não impressione muito, porque os usuários já conhecem telas que possibilitam certa interatividade com os elementos virtuais. No entanto, a possibilidade de cheirar algo pelo computador seria revolucionária. Quem nunca acessou o Tudo Gostoso e ficou com água na boca só de ver a foto de um bolo bem delicioso?
Então, imagine se realmente fosse possível sentir o aroma das receitas do Tudo Gostoso, o doce cheiro dos perfumes numa loja virtual de produtos de beleza ou até ativar o sentido virtual do olfato ao assistir a um filme. O conceito SENSE também tem detalhes nesse quesito e teoriza que por meio de sete principais aromas seria possível reproduzir quaisquer tipos de cheiro.
O dispositivo trabalhará com cartuchos de aroma (muito parecidos com os de tinta), os quais trarão substâncias de alta concentração e poderão ser substituídos quando esgotados. Como serão ativados? O próprio usuário deve escolher quando deseja sentir o cheiro de algo, mas tudo novamente dependerá da parte de programação dos softwares, páginas da web e até das imagens.
Das imagens? Sim, as imagens ganharão um novo sentido e serão muito mais complexas, visto que terão uma parte visual (para visualização bidimensional e tridimensional) e outra parte de programação, na qual os criadores da imagem deverão especificar o aroma dos elementos presentes na imagem — assim como já fazem com as cores, mas com os cheiros talvez haja um número maior de códigos.
Talvez a ideia não seja genial para todas as ocasiões, como em um filme no qual haja muitas cenas nojentas. Apesar de ser possível ativar (e desativar) o recurso no momento em que quiser, o espectador não tem como adivinhar os momentos quando o aroma não será agradável.
Tudo ganha sabor com o SENSE
Para completar a experiência com o mundo virtual, o conceitual SENSE promete uma tecnologia fantástica para simular sabores diversos. Com este recurso seria possível cheirar a receita e ainda experimentar um pouquinho do gosto do bolo que você sempre vê no Tudo Gostoso, mas nunca teve paciência de fazer.
Como vai funcionar? De maneira parecida com os cheiros, exceto que aqui o dispositivo vai contar com seis cartuchos de sabores, os quais — em teoria — poderão imitar quaisquer gostos. Para efetuar a simulação de sabores, o SENSE vai utilizar os seguintes cartuchos: salgado, doce, azedo (ou ácido), amargo e apimentado. Como um adicional, o sexto cartucho terá o sabor “umami” (o qual é atribuído ao gosto das comidas orientais).
Não é mágica, mas surpreende muito mais! Experimente os sabores com o SENSE
Os cartuchos liberam os sabores na forma de pó, os quais são transferidos para um papel comestível que quando colocado na língua derrete e libera o gosto do objeto exibido na tela. O processo é complexo? Sem dúvida alguma. Imitar objetos e suas características é uma tarefa muito difícil e não exige apenas do dispositivo SENSE, porém muito mais dos criadores de um software capaz de interpretar os detalhes de determinados itens. Detalhe: essa tecnologia aliada à impressora de alimentos (confira o artigo clicando aqui) seria um prato cheio para os menos habilidosos na cozinha!
Não foi relatado como o conceito SENSE atuaria no sentido de softwares, contudo há duas possibilidades: a primeira seria uma enorme base de dados, a qual daria acesso ao software do SENSE (capaz de reconhecer objetos numa cena e interligá-los aos dados da base de dados). A segunda possibilidade seria que as imagens, filmes e jogos já trouxessem as informações para atuar com os demais sentidos.
Detalhes básicos de quaisquer dispositivos
Agora que você já sabe o fantástico, talvez seja hora de relatar algumas características interessantes do SENSE. O design do produto se limitaria a uma tela bem fina, a qual não seria plana e teria espaço dedicado para a mão do usuário. Não há informações sobre a instalação e utilização dos cartuchos (de aroma e sabor), entretanto presume-se que tais suprimentos seriam adicionados a um recipiente externo — justamente pelo tamanho dos itens adicionais.
Modelo conceitual do SENSE (imagem oficial divulgada no site do CD&I Associates)
O SENSE deve contar ainda com suporte para novos softwares e atualizações pela internet, justamente para aumentar a quantidade de recursos e a qualidade na simulação dos sentidos virtuais.
Além disso, é possível que exista reconhecimento biométrico e outras funcionalidades. Toda a engenhoca deve funcionar com um hardware altamente dedicado (possivelmente semelhante ao do Playstation 3, que usa processador de células), porém não há informações técnicas quanto a esse quesito.
É coisa de filme e estará disponível num futuro desconhecido
Por fim é bom salientar que o dispositivo ganhou dois prêmios: o red dot award (por melhor inovação no setor “Interação e Comunicação”) e também o red dot award: design concept 2009 (graças ao visual impressionante do SENSE). Talvez esse projeto nunca saia do conceito, mas somente as ideias já são intrigantes e chegam a animar aos que procuram por inovação. Falando em futuro, veja uma cena do filme Minority Report, onde o futuro é tão surpreendente quanto o SENSE:
O que seria mais interessante: tato, olfato ou paladar? Seria válido investir numa tecnologia assim, ou será que o investimento no desenvolvimento não geraria lucros?
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