Mesmo que já existam no mercado algumas máquinas pré-montadas com um poder respeitável, quem exige o máximo de desempenho (e quer economizar) sabe que não há alternativa melhor do que construir seu próprio computador. Embora essa tarefa pareça assustadora em um primeiro momento, basta um pouco de pesquisa para descobrir que isso não é exatamente um bicho de sete cabeças.
Embora o processo possa se provar estressante em alguns momentos, ele é compensado por diversos momentos prazerosos — e pelo fato de, no final das contas, você ter a sensação de que construiu algo valioso com suas próprias mãos.
Neste artigo, listamos alguns dos itens que mais amamos desse processo de montagem e, é claro, também falamos dos pontos que não são exatamente assim tão prazerosos. Confira nossa lista e, após a leitura, registre sua opinião sobre o assunto em nossa seção de comentários.
Pontos que amamos
1) Planejar a montagem com outras pessoas
Mesmo que você já tenha uma boa ideia das peças que pretende usar, sempre é uma boa opção consultar outras pessoas quanto à sua escolha. Graças ao poder da internet, atualmente é extremamente fácil encontrar fóruns de discussão e sites de tecnologia — como o TecMundo — que servem como local de encontro de pessoas que compartilham o mesmo hobby que você.
Ao falar com outras pessoas, não somente você consegue detectar falhas de planejamento (como a opção de um gabinete no qual a placa de vídeo escolhida não cabe direito), como também consegue encontrar descontos interessantes. Está preocupado com gastos excessivos? Não se preocupe: provavelmente alguém conhece uma loja confiável que está vendendo os componentes de que você precisa por um preço atraente.
2) Definir e ajustar gastos
Antes de começar a montar uma nova máquina, é preciso saber o quanto você quer (e pode) gastar nela. A partir do ponto em que você finaliza seu orçamento, é que o processo começa a ficar interessante — e um tanto quanto trabalhoso.
Descobrir qual combinação de placa-mãe, processador, GPU e memória RAM (entre outros componentes) é mais adequada ao seu planejamento se mostra um processo prazeroso, no qual é preciso ficar negociando com o próprio cérebro. Infelizmente, nem sempre é possível ganhar essa batalha, o que quase sempre significa estourar “um pouco” o orçamento — afinal, vale a pena investir um pouco mais em uma placa de vídeo que não vai ficar desatualizada rapidamente, não é mesmo?
3) Conectar cabos e encaixar componentes
Assim que você finalmente adquirir os componentes de sua máquina, é hora de finalmente montá-la. Após encaixar a placa-mãe de maneira adequada no gabinete, chega uma das horas mais prazerosas do processo: encaixar cabos e componentes em seus devidos lugares.
Se formos fazer uma comparação, essa experiência traz um prazer semelhante ao de brincar com um balde de LEGO. O pequeno “clique” que cada cabo, pente de memória RAM e placa de vídeo faz ao se fixar em seu lugar correto traz um prazer que só é conhecido por quem se aventura a lidar diretamente com hardwares.
Talvez o ponto alto dessa fase seja o momento em que você finalmente coloca o processador em seu local adequado. A sensação de ajustar o braço de tensão da placa-mãe (que sempre parece exigir o uso de uma força maior do que a necessária em seu manuseio) e de finalmente encaixar a peça é estranhamente satisfatória — por mais que esse processo não seja exatamente difícil ou complicado.
4) O momento em que você liga a máquina e tudo funciona
Mesmo quem tem experiência com a montagem de PCs sabe: um momento de desatenção pode fazer com que um cabo não seja conectado de maneira correta, o que se traduz em um PC que não liga corretamente. Como muitos fatores podem dar errado durante o processo de construção de uma máquina, é grande a sensação de prazer — e alívio — quando ela funciona corretamente.
Embora logo isso se torne uma rotina, ouvir pela primeira vez o barulho dos coolers entrando em ação e ver a tela de boot sendo exibida é algo muito satisfatório. Claro, embora isso não signifique necessariamente que problemas não podem ocorrer, ao menos é um indício de que você está na direção certa.
5) Rodar jogos e programas que você não conseguia antes
Caso você esteja planejando montar um novo computador, devemos supor que suas intenções não envolvem simplesmente abrir um editor de textos ou uma planilha de gastos com maior velocidade. Para testar o verdadeiro potencial de sua nova máquina, não há alternativas a não ser tentar rodar aqueles jogos que seu computador antigo mal conseguia abrir.
O momento em que você percebe que pode rodar The Witcher 2 — com o Uber Sampling ligado — a mais de 60 quadros por segundo é o sinal de que valeu a pena se endividar durante alguns meses. Da mesma forma, finalmente poder jogar no Ultra aqueles jogos de mundo aberto lançados há dois anos (só para perceber que eles envelheceram mal) é aquele tipo de história que você vai querer compartilhar um dia com seus netos.
6) Exibir o potencial de sua nova criação
Embora provocar inveja não seja exatamente uma atitude nobre, é difícil não se sentir orgulhoso de sua criação e querer exibi-la para o mundo. Isso pode ser feito de várias formas: seja divulgando screenshots de jogos rodando com todas as opções no máximo ou chamando amigos para que eles vejam como Crysis 3 roda “liso” em sua máquina — por mais que você não necessariamente goste do jogo em questão.
Os mais “radicais” nesse sentido também fazem questão de publicar em fóruns na internet o resultado de benchmarks e de outros testes como prova do potencial de suas máquinas. Só não procure exagerar nesse sentido — afinal, não vale a pena ser evitado por seus amigos simplesmente porque eles não aguentam mais ouvir você falando de seu PC novo.
Pontos que odiamos
1) Planejar a montagem com outras pessoas
Você não leu errado: o primeiro ponto que destacamos em nossa lista de pontos positivos também figura entre aqueles que mais odiamos. O principal motivo para isso é que, para cada pessoa que se mostrar disposta a ajudar na construção de sua máquina, haverá outra dizendo que você está realizando uma opção errada.
Decidiu investir em uma placa da AMD? Algum fã da NVIDIA vai dizer que sua escolha foi equivocada — e vice-versa. Dependendo do meio em que você se comunica, podem questionar até mesmo a maneira como você aplica a pasta térmica do processador e a cor do LED interno do gabinete.
Assim, o que pode começar como uma simples troca de ideias logo pode se transformar em um ataque às suas capacidades de escolha. Devido a isso, não é estranho encontrar quem simplesmente se contente em ler fóruns em que outras pessoas já expuseram dúvidas semelhantes, sem necessariamente participar de forma ativa das discussões.
2) Parafusos e mais parafusos
Embora encaixar componentes tenha seu lado prazeroso, existe um elemento que logo vai virar seu principal arqui-inimigo: os famigerados parafusos. Durante o processo de montagem de seu gabinete, é difícil não se sentir confuso com os diversos tamanhos de peças disponibilizados pelas fabricantes — cada uma delas com funções extremamente específicas.
O resultado disso é um processo de montagem que exige consultas constantes ao manual de instruções e diversos momentos de caça ao tesouro (afinal, onde foi parar o parafuso 11b?). Isso sem falar daqueles momentos em que você tem certeza de que a fabricante optou por um item feito para funcionar especificamente com um único tipo de chave de fenda — que é exatamente aquele que você não possui na caixa de ferramentas.
No momento em que você finalmente decide dar o trabalho como encerrado, não é incomum se ver rodeado de parafusos extras e peças que não foram usados. O destino desses itens é conhecido: ficarem esquecidos dentro da caixa de sua placa-mãe em algum canto escuro do armário.
3) Quando falta algo
Depois de passar semanas (ou meses) planejando a compra de seu computador, finalmente todos os componentes estão reunidos no mesmo lugar e basta montá-los — ou ao menos é isso que você pensa. Novamente, por falta de atenção (ou devido a fabricantes pouco informativos), chega o momento em que você percebe que está faltando algo importante para seu novo PC conseguir funcionar.
Infelizmente, esse momento sempre surge em um contexto no qual não há muito a fazer sobre a situação de maneira imediata — afinal, não é porque você decidiu fazer aquele upgrade durante seu tempo na sexta à noite que as lojas de informática da região vão continuar abertas nesse horário.
Depois de passar pela fase da negação e da raiva (que geralmente envolve vasculhar todos os cantos da casa em busca das peças que “você sabe que estão lá”), é preciso aceitar a realidade. Após vários meses de expectativa e muitos gastos, vai ser preciso esperar mais alguns dias antes que seu novo computador finalmente seja finalizado.
4) Erros inesperados
Após muita espera, checar pelo menos duas vezes todas as conexões e conectar seu computador à fonte, chega a hora esperada: finalmente você vai poder ligar sua máquina e aproveitar o que ela tem a oferecer. Tudo estaria perfeito, a não ser pelo fato de que a tela de boot está mostrando mensagens de erro ou seu computador sequer está ligando.
Diante dessa situação, não há muito a fazer a não ser abrir o computador e tentar descobrir o que está errado. Embora muitas vezes essa situação possa ser resolvida facilmente (como quando o cooler não está bem encaixado, por exemplo), em outros casos isso significa ter que trabalhar durante algumas horas até a situação ser resolvida.
5) Jogos que ainda não rodam muito bem
Por mais que você tenha adquirido componentes de última geração e tenha gastado mais do que é recomendado em uma GPU e em um processador poderosos, a fatídica hora vai chegar: por algum motivo, determinado jogo simplesmente não vai rodar muito bem. Por mais que você tenha (ou ultrapasse) os requisitos recomendados, alguns títulos simplesmente não vão conseguir apresentar o desempenho esperado.
Os motivos para isso acontecer são variados e compreendem desde códigos mal otimizados até softwares que simplesmente não foram feitos pensando na sua máquina — algo comum em games mais antigos. Como sua mente não aceita essa possibilidade, esse tipo de situação resulta em longas horas em fóruns de discussão, sites de fabricantes (aquele driver Beta vai resolver seu problema) e outros cantos da internet em busca de uma solução — que, infelizmente, pode nunca ser encontrada.
6) A inescapável sensação de estar ficando para trás
Pode demorar um dia, um ano ou somente alguns minutos: mesmo tendo um computador poderoso em mãos, inevitavelmente você vai sentir que sua máquina simplesmente “não é mais a mesma”. Seja pela chegada de novos títulos que obrigam você a mudar as opções do nível “Ultra” para “High” ou pelo anúncio de uma nova série de GPUs, a sensação de que um upgrade é necessário vai surgir em algum momento.
Embora isso não signifique necessariamente que você vai realizar trocas mensais de componentes (algo impossível para a maioria dos orçamentos), mais cedo ou mais tarde essa vontade vai crescer e você vai se pegar fazendo algum upgrade. Infelizmente, essa é a maldição que resulta de montar um PC: após certo tempo, fica difícil se contentar com o que se tem quando há noção das possibilidades que esse universo oferece.
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