Apesar de já existirem sensores e detectores de mentiras, como o polígrafo, é bastante incerto afirmar que policiais e interrogadores conseguem detectar tudo o que alguém diz. O polígrafo, por exemplo, é capaz de detectar somente 60% das mentiras de um indivíduo durante um interrogatório, o que pode deixar informações bem importantes e comprometedoras de lado.
Para termos noção, as próprias pessoas conseguem perceber mentiras aproximadamente 50% do tempo, então o polígrafo não é um avanço muito significativo. Por isso, há tempos que cientistas trabalham em conjunto com policiais para elaborarem um novo detector de mentiras – e que seja muito mais preciso. Os pesquisadores das universidades de Cambridge e Lancaster, no Reino Unido, conseguiram desenvolver um método alternativo de identificação de inverdades.
Imagem de polígrafo em uso
Trata-se de algo pouco usual, pois os interrogados devem vestir trajes especiais de captura de movimento durante o procedimento. O conceito é que, quando todo o corpo do indivíduo é analisado simultaneamente, é mais fácil perceber quando as mentiras são ditas.
O traje de captura de movimentos é capaz de registrar a posição, a velocidade e a orientação de 23 pontos diferentes do corpo – supostamente, podendo identificar sinais de fraude nas falas do analisado.
Análise corporal por completo
“Em poucas palavras, as pessoas que são culpadas ficam mais inquietas... independente do perfil cultural, da carga cognitiva ou do nível de ansiedade”, comentou um dos pesquisadores. Para comprovar isso, 90 pares de voluntários vestiram o traje de captura de movimentos MVN (que foi utilizado em filmes como “X-Men” e jogos como Tomb Raider).
A metade dos voluntários foi instruída pelos cientistas a mentir, e todos eles foram entrevistados pelo seu par. O resultado mostrou que a linguagem corporal como um todo é um medidor muito mais preciso de culpa: três a cada quatro mentirosos foram identificados – o que já é muito mais do que o polígrafo é capaz de fazer.
O time de pesquisadores diz que resultados ainda mais exatos podem ser obtidos, então quem sabe no futuro os policiais entrevistem suspeitos e culpados vestidos com roupas de captura de movimentos. Inclusive, já há um planejamento de outro projeto para desenvolver trajes de baixo custo, já que o MVN não é fácil de adquirir e pode inviabilizar o uso desse projeto devido ao seu preço.
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