O Airbnb é um serviço de hospedagem que ganhou muita popularidade nos últimos anos, por oferecer estadias de curto e médio prazo por preços mais vantajosos que os de hotéis e pousadas.
Nele, os usuários podem cadastrar suas residências ou outros imóveis para que outras pessoas se candidatem a passar um tempo nelas mediante um pagamento. Tudo é bastante organizado e a mediação, após os usuários se encontrarem por meio do Airbnb, é feita pelos próprios interessados.
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O problema é que algumas denúncias foram feitas na Inglaterra para a rede BBC indicando que o serviço tem sido usado com frequência para a prática da prostituição. Transformando as estadias do Airbnb em um “bordel itinerante”, pessoas que trabalham na indústria do sexo fazem uso das facilidades que o serviço fornece para obter locais seguros e baratos para realizar suas atividades profissionais.
Hospedagens alugadas pelo Airbnb estão sendo transformadas em bordéis
Turnê do sexo
Conforme foi revelado à BBC, prostitutas alugam casas ou apartamentos por três ou quatro dias e recebem seus clientes lá sem problemas. Passado o tempo pelo qual a estadia foi contratada, elas saem de lá e parte para outro local, também encontrado por meio do Airbnb, fazendo uma espécie de “turnê do sexo” e atendendo clientes em diversas partes do país.
Esse sistema de uso do Airbnb para o sexo pago evita que as prostitutas fiquem “marcadas” por usar um mesmo local
Segundo as próprias profissionais, elas não estariam fazendo nada de errado, considerando que utilizam o serviço como se usa um hotel, pagam as taxas devidas e deixam tudo arrumado, na mesma maneira como receberam.
Esse sistema de uso do Airbnb para o sexo pago evita que as prostitutas fiquem “marcadas” por usar um mesmo local, como aconteceu com a profissional que conversou com a BBC, que afirmou ter sido expulsa de onde morava por vizinhos que descobriram como ela ganhava a vida.
Indícios deixados nos locais contratados comprovaram as suspeitas dos donos
Vinho, perfume e preservativos
A reclamação principal veio de um usuário britânico que estranhou quando seu apartamento – alugado por 85 libras a diária (cerca de R$ 330) para grupos de até quatro pessoas – foi encontrado após um período de estadia com “cheiro de vinho e perfume” e com o cesto de lixo “cheio de preservativos usados”.
O proprietário acabou chamando a polícia para evitar que seu nome ficasse envolvido em alguma prática ilícita
Na hora da contratação do serviço, os locatários já haviam levantado suspeitas no usuário do serviço por terem pedido para pagar a estadia em dinheiro, e não em cartão de crédito, como é comum de acontecer no Airbnb.
Ele se recusou a aceitar o dinheiro vivo e ficou de olho neles, tendo descoberto posteriormente que suas clientes eram duas prostitutas de luxo que cobravam cerca de R$ 5 mil por noite de sexo. O proprietário acabou chamando a polícia para evitar que seu nome ficasse envolvido em alguma prática ilícita.
Permitido por lei: sexo pago não é crime no Brasil e no Reino Unido em determinadas ocasiões
Sexo proibido
O Airbnb afirmou estar investigando esses casos e que tem tolerância zero com esse tipo de comportamento
Apesar de as leis britânicas autorizarem a prostituição em condições específicas – assim como acontece no Brasil –, não são permitidas a compra e a venda de sexo se mais de uma pessoa estiver oferecendo esse serviço no mesmo estabelecimento, o que configuraria o local como um bordel ou prostíbulo – tipo de exploração sexual proibido pela legislação.
No caso de apenas uma prostituta alocar uma estadia pelo Airbnb para atender seus clientes, ela está completamente dentro da lei. Já a plataforma de serviço de hospedagem não ficou muito feliz com o acontecido: procurado pela BBC, o Airbnb afirmou estar investigando esses casos e que tem tolerância zero com esse tipo de comportamento.
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