Mesmo sabendo como é feito, o urro do T-Rex continua ameaçador. (Fonte da imagem: Universal Pictures)
No cinema, os filmes parecem todos realistas, mesmo que apresentem monstros e alienígenas se comunicando em uma linguagem estranha. Ao assistir a making-offs ou ler curiosidades sobre essas obras, entretanto, descobrimos que algumas gambiarras bem esquisitas podem ser usadas para criar efeitos consagrados na área.
Como reproduzir um som de arma laser, por exemplo, já que esse tipo de tecnologia não existe no mundo real? E um dinossauro, já que ninguém aqui conviveu com eles, há dezenas de milhões de anos atrás? O cinema tem a resposta para tudo isso – e o Cracked reuniu algumas dessas curiosidades, que podem estragar a infância de quem cresceu assistindo a alguns desses clássicos.
Os tiros de Star Wars
Pelos filmes de ficção científica, ficamos muito familiarizados com o laser, especialmente utilizado como armas na franquia Star Wars. De coloração normalmente vermelha ou verde e movimento rápido, esse feixe de luz também ganhou um som bem característico, que até parece de verdade.
Mas a história é bem mais curiosa: o responsável pelo efeito é Ben Burtt, que trabalhou como técnico de som para outros clássicos como “E.T.”, “Wall-E” e a série Indiana Jones. Em um belo dia, ele subiu em uma torre de rádio próxima e bateu em um dos fios com um martelo, salvando o áudio produzido com um gravador simples. Claro que ele poderia ter feito tudo isso digitalmente a partir de sintetizadores, mas não seria a mesma coisa.
Animais exóticos e criaturas extraterrestres
Em nenhum momento de “Jurassic Park” você acha estranho os sons emitidos pelos dinossauros, mesmo sem nunca ter ouvido um – o que comprova a eficiência da equipe de áudio, que reproduziu de forma convincente a forma de comunicação de várias espécies diferentes.
O método? Gravar outros animais, claro! A respiração de uma baleia, o rugido de leões e tigres, barulhos de cavalos, crocodilos ou elefantes e até sons de um coala fazem parte apenas da "voz" do T-Rex.
Para o personagem Chewbacca, na série Star Wars, o método foi parecido: foram usados sons de morsas e outros animais que, combinados, produzem o grito inconfundível do parceiro de Han Solo.
As portas de Star Trek
Os filmes e seriados de Star Trek mostram uma tecnologia futura bastante avançada, com naves espaciais, teletransporte, armas laser e portas que se abrem automaticamente com um som bastante característico, como se fossem câmaras pressurizadas.
Ainda assim, como a franquia nunca foi dotada de um orçamento generoso, várias gambiarras foram feitas para simular barulhos que parecem tecnológicos, mas na verdade são bem simples. As portas, por exemplo, são feitas a partir do barulho de papel sendo tirado de um envelope e um sapato deslizando sobre o chão. Simples e efetivo, não é mesmo?
A nave-cabine telefônica em Dr. Who
A marca registrada da série britânica Dr. Who, que já conta com mais de 10 temporadas e uma legião de fãs ao redor do mundo, não são os atores ou os roteiros, que se passam em vários pontos do passado, presente ou futuro. O astro é a TARDIS, uma nave espacial com uma máquina do tempo acoplada, mas que assume a forma de uma clássica cabine telefônica inglesa.
O editor de som deslizou uma chave por um dos fios de um piano, causando o efeito “alienígena” da máquina do tempo. Um pouco de distorção aqui e ali e o som fica bastante convincente. Com o passar do tempo (afinal, a primeira temporada é da década de 1960), mais barulhos digitais foram adicionados, mas o som original ainda é inconfundível.
Os monstros mais ameaçadores da Terra-Média
Na trilogia “O Senhor dos Anéis”, conhecemos Balrog, uma criatura imponente, coberta por fogo e bastante ameaçadora. O urro do monstro, igualmente aterrorizante, podia ser resultado de animais, assim como os dinossauros – mas é que aí entra a simplicidade e a criatividade.
O som é produzido por blocos de concreto sendo arrastados por um chão de madeira em várias formas e velocidades diferentes, além de rochas sendo pulverizadas.
Outro monstro clássico é o Nazgul, que gela a espinha até do fã mais corajoso da saga. Em vez de animais, pedras ou outro objeto bizarro, os técnicos de som usaram copos plásticos, daqueles descartáveis.
É isso mesmo: bastou arranhar e rasgar esses utensílios para produzir um dos sons mais assustadores dos filmes de aventura. Claro que rolou uma edição pesada no áudio, mas o básico foi isso aí. A magia do cinema nunca para de nos surpreender.
Categorias