Um grupo de cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, desenvolveu uma nova tecnologia de chips capazes de realizar as mesmas tarefas que os atuais, só quem com 1 mil vezes mais eficiência. Feitos de um material chamado nanotubos de carbono, os novos componentes deixariam de lado o silício que atualmente domina nossos eletrônicos e passaria a adotar uma estrutura “empilhável”, que funciona de forma muito mais rápida.
Chamado de N3XT (sigla estilizada para “Nano-Engineered Computing Systems Technology”), o projeto resultou na criação dos novos chips baseados no uso de minúsculas moléculas cilíndricas de carbono – os nanotubos –, que são capazes de conduzir calor e eletricidade de forma eficiente. Ao empilhar os componentes, os dados passam a ter que trafegar distâncias menores e, dessa forma, são processados com mais rapidez do que nos chips horizontais.
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Integrando processadores e memória como se fossem andares diferentes de um arranha-céu, a novidade impede que os dados fiquem “presos em engarrafamentos” nos cabos presentes nos componentes comuns. Ao usar a conexão por meios de “vias”, que funcionam como pequenos elevadores eletrônicos, os cientistas criaram um meio de transporte muito mais rápido para as informações que circulam pelos computadores.
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Esse tipo de abordagem não seria possível com o silício porque o material chega a quase 1 mil ºC durante a fabricação dos chips, o que faria que as camadas inferiores da pilha acabassem sendo danificadas quando outras fossem adicionadas mais acima. Os componentes N3XT, por sua vez, são feitos em temperaturas bem mais baixas, o que permite que sejam empilhados sem sofrer danos.
O céu é o limite
A estrutura de “arranha-céu” usada como forma de aumentar a eficiência de um equipamento eletrônico não é algo inédito, já que foi aplicada recentemente pela Samsung para produzir o maior disco rígido do mundo, com 16 TB de armazenamento. No entanto, esse tipo de técnica ainda é algo caro demais para ser aplicado em larga escala e, portanto, ainda vai levar um bom tempo para chegar aos produtos de consumo.
A equipe do projeto N3XT conseguiu produzir um protótipo com quatro camadas e fez simulações com a sua metodologia, resultando em um estudo que foi publicado em um artigo em uma edição especial do ornal do IEEE. Caso seja implantada, a tecnologia poderá ser aplicada para facilitar a busca por soluções de questões preocupantes que a humanidade encara no momento, como o câncer e o aquecimento global.
“Há enormes volumes de dados que estão parados ao nosso alcance e são relevantes para alguns dos problemas mais urgentes da sociedade, da saúde à mudança climática, mas nos falta a força bruta computacional para os usar”, afirmou Chris Re, coautor do estudo. Segundo ele, a esperança da equipe é que esse aumento de poder de fogo se torne possível por meio do projeto N3XT.
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