Com a intenção de estudar formas melhores de controlar a transmissão de doenças, um grupo de pesquisadores do MIT recentemente gravou um vídeo em câmera lenta mostrando fluidos sendo expelidos durante um espirro. Por mais nojenta que a gravação pareça, ela sempre para aumentar nosso conhecimento sobre como a nossa mistura de saliva e catarro se divide na forma de gotículas e se espalha por grandes distâncias.
Desenvolvido pelos nossos corpos para ajudar na eliminação de elementos invasores, o espirro também permite que vírus e bactérias usem as partículas lançadas para se depositarem tanto no ar quanto em várias superfícies. Assim, os microrganismos infecciosos podem contagiar aqueles que respirarem o ar ou tocarem as superfícies alcançadas.
Por meio do estudo do Laboratório de Dinâmica de Fluídos de Transmissão de Doenças do MIT, liderado por Lydia Bourouiba, agora é possível saber que os espirros conseguem carregar as gotículas lançadas por uma distância que pode variar de um mínimo de 90 cm até um máximo de quase 8 metros. Além disso, os cientistas também apresentaram novidades sobre o quão complexa a dinâmica de um espirro pode ser.
Física do “atchim”
Até o ano passado, quando o time de Bourouiba apresentou parte de seus resultados, a maioria dos pesquisadores acreditava que a distância que as gotículas atingiam dependia basicamente de sua massa, com as maiores indo mais longe – o que estaria de acordo com as leis de momento da Física newtoniana. No entanto, a gravação em alta velocidade feita pelo MIT em 2014 revelou que essa forma de pensar era simplória demais.
Quando espirramos, nós produzimos nuvens gasosas nas quais as gotículas ficam suspensas, carregando até mesmo partículas pequenas infectadas por distâncias maiores do que as equações de Newton poderiam calcular. Agora, com o vídeo em câmera lenta mais recente, os pesquisadores notaram que a formação dessas gotículas se dá em três estágios distintos: primeiro o fluido vem em placas, depois se parte em ligamentos e, por fim, se divide em gotículas.
Entender para combater
O trabalho mais recente do MIT foi feito por meio da provocação de espirros em duas pessoas saudáveis. Agora, os estudiosos pretendem observar o fenômeno em pessoas doentes, o que permitiria observar como patógenos variados se espalham. Como os microrganismos, forças de espirros e misturas de saliva e muco costumam variar de pessoa para pessoa, é preciso considerar todas as variáveis.
Dessa forma, os cientistas do MIT poderão explicar melhor a Física por trás da transmissão de doenças por meio dos espirros, o que por sua vez permite construir modelos epidemiológicos mais precisos. Com base nesse conhecimento, arquitetos e engenheiros também serão capazes de desenvolver sistemas de ventilação feitos para combater a propagação das gotículas. Enquanto isso, basta lembrar de sempre cobrir a boca com a mão quando for espirrar.
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