Que passar muito tempo no espaço não faz tão bem para a saúde, muitas pessoas já sabem. Tanto que um dos principais focos de agências espaciais é o bem-estar e o acompanhamento de astronautas que retornam de viagens espaciais — e elas podem demorar anos; só para chegar até Marte, são necessários pouco mais de seis meses.
Se você não sabia, um dos problemas causados pelo longo tempo no espaço é um "afinamento" da pele. Ainda não é sabido se a ação afeta no processo de envelhecimento ou causa alguma mutação. Contudo, de acordo com uma nova pesquisa feita na Alemanha pelo professor Karsten König, da Universidade de Saarland, isso está para mudar.
A equipe de König está usando imagens de tomografias de alta resolução para olhar dentro das células dos astronautas antes e depois de saírem da Terra. De acordo com os desenvolvedores da tecnologia de laser, a resolução espacial é mil vezes mais definida do que a feita por dispositivos ultrassônicos. O professor de Saarland também diz que a pesquisa tem o potencial de revolucionar os diagnósticos em hospitais.
"Nós usamos pulsos de laser femtosegundo (feixe de luz com frequência próxima ao infravermelho). Escaneamos a pele e pegamos sinais dela — particularmente fosforescentes, e também outros sinais chamados de geração de segunda harmônica. Assim, conseguimos montar imagens em alta resolução", explica König. As aplicações deste método também incluem diagnósticos para câncer e determinam os efeitos do envelhecimento.
O estudo
Sobre a pesquisa, o professor comenta que duas agências deram o início: a NASA e a ESA. "É possível dar uma olhada na pele dos astronautas? (...) Muitos deles reclamam de problemas na pele após certo tempo no espaço", teriam pedido as instituições.
Até o momento, König já analisou três profissionais: os italianos Luca Parmitano e Samantha Cristoforetti e o alemão Alexander Gerst.
Sobre os resultados, o professor diz que "são muito interessantes. Parece que há uma alta produção de colágeno. Isso significa que existe algum efeito antienvelhecimento — pelo menos na derme".
Por outro lado, a epiderme diminui e fica mais fina. Até agora, não há explicação para isso. A ideia é entender melhor esse processo para descobrir como proteger melhor os astronautas. Se você acha que o "afinamento" da pele é leve, ela pode diminuir em até 20%, segundo a pesquisa. König explicou que "isso aconteceu com apenas seis meses no espaço. A questão é: o que vai acontecer quando eles forem para Marte e ficarem um ou dois anos fora da Terra?".
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