O sistema de mudança de cor do camaleão é um dos mais invejáveis de todo o reino animal. Para você ter uma ideia da complexidade, só agora que esse esquema minuncioso, que é controlado pelo próprio animal e envolve moldar estrutura minúsculas para alterar a reflexão da luz, conseguiu ser reproduzido em laboratório pelo ser humano.
Cientistas da University of California desenvolveram um material fino, flexível e moldável que pode trocar de cor uma aplicação mínima de força. A tecnologia envolve fazer pequenas aberturas em uma camada de silício que é mil vezes mais fina que um fio de cabelo humano. No camaleão — e esa pesquisa saiu há pouquíssimo tempo em publicações científicas — são nanocristais na pele do animal que fazem todo o trabalho. Não os cromatóforos, como se acreditava até agora.
Em condições normais, essa "camada" reflete a luz de certa maneira e ganha uma determinada cor. Se o espaço entre os cristais (ou o silício) foi modificado, entretanto, a forma com que o espectro de luz será refletido também muda, fazendo com que a mudança de cor aconteça.
Por isso, tanto o material sintético quanto o camaleão só precisam agitar essas estruturas (ou esticá-las, como você confere no GIF acima) para mudar a reflexão da luz e causar a transformação.
No caso do camaleão, esse recurso pode ser usado para atrair uma fêmea ou fugir de um predador usando camuflagem. O material sintético ainda está em fases iniciais de estudo (o "protótipo" em laboratório tinha apenas 1 cm²), mas já ter várias aplicações possíveis, desde publicidade a camuflagem de veículos — seja para propósitos militares ou puro estilo.
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