Mais uma vez a tecnologia mostra que pode fazer toda a diferença na vida de uma pessoa. Uma prova disso são duas tecnologias que podem devolver aos milhares de paraplégicos a capacidade de se locomover sem a cadeira de rodas.
O eLEGS, criado pela Berkeley Bionics, e o ReWalk, da Argo Medical Technologies, podem não só fazer com que pessoas com lesões na medula espinhal voltem a andar, como também melhorar a qualidade de vida delas.
Os dispositivos são exoesqueletos criados para serem utilizados na reabilitação de pacientes lesionados, auxiliando na recuperação dos movimentos e melhorando a circulação sanguínea e a digestão.
Como funciona
O eLEGS é, na verdade, um conjunto de circuitos e articulações unidos em um esqueleto de metal. Um controlador é acoplado a uma mochila e conectado às pernas robóticas. Essas pernas, por sua vez, são movidas por quatro motores: dois nos joelhos e dois no quadril.
A fim de manter o equilíbrio da pessoa que está utilizando o traje, molas foram instaladas na região do calcanhar para conservar a angulação do pé e facilitar na locomoção. Uma unidade de controle é responsável por determinar como dobrar as juntas e realizar o movimento da passada. As informações necessárias para que isso aconteça são enviadas por meio de sensores presentes nas pernas do aparelho.
O eLEGS é capaz de suportar o peso do usuário, mas a parte do equilíbrio é por conta da pessoa que está utilizando o aparelho. Um par de muletas adaptado é utilizado para enviar sinais às pernas robóticas e permitir que o paciente ande.
Para dar um passo, o usuário deve pressionar contra o chão a muleta contrária à perna que deseja mover. Caso ela queira mexer a perna direita, por exemplo, a muleta do lado esquerdo deve ser pressionada. Ao empurrar as duas muletas ao mesmo tempo o usuário consegue se sentar ou levantar. Baterias de lítio-cobalto garantem a energia para que o traje funcione sem estar conectado a uma fonte.
O ReWalk funciona de maneira muito similar. Desenvolvido em Israel, este exoesqueleto traz uma mochila conectada a suportes e motores, os quais são fixados à parte externa das pernas do paciente. O exoesqueleto israelense já está em fase de teste nas clínicas dos Estados Unidos.
Custos e o futuro
Como quase todas as novidades tecnológicas, o eLEGS e o ReWalk ainda possuem preço elevado, chegando a custar quase a mesma coisa que um carro novo. A intenção é tornar os aparelhos acessíveis para todos. Por enquanto, as estimativas é que o custo no mercado seja o equivalente ao de uma cadeira de rodas de última geração – algo em torno de US$ 100 mil.
Quando indagado sobre o futuro do eLEGS, John Fogelin, diretor de engenharia da Berkeley Bionics, afirma que as pesquisas continuam e que a ideia é tornar o modelo mais compacto, utilizando baterias menores e apoios mais finos. O objetivo agora é fazer o eLEGS quase invisível, podendo ser utilizado por baixo da roupa.
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