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Alan Turing, responsável pela quebra de códigos de mensagens nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e popularmente conhecido como pai da ciência moderna de computadores, finalmente recebeu o perdão oficial da coroa britânica. A anistia vem 61 anos após a condenação do estudioso por “indecência repulsiva”, a acusação para quem fosse pego em meio a práticas homossexuais na época.
Sentenciado a uma sequência de injeções para castração química (que o deixaram impotente e estimularam o surgimento de seios), o cientista acabou falecendo após a ingestão de uma maçã envenenada com cianeto – o que se supõe ter sido um suicídio (saiba mais sobre o estudioso clicando aqui). No ano de 2009, o então primeiro-ministro Gordon Brown pediu desculpas pelo caso, mas o perdão oficial não foi concluído.
Assinado pela rainha Elizabeth, o documento que remove as acusações contra Turing foi emitido sob a Prerrogativa Real de Piedade após uma longa campanha que culminou em um pedido de Chris Grayling, o ministro da Justiça britânico, pela anistia do cientista. “Seus feitos foram sombreados pela sua condenação por atividade homossexual, uma sentença que hoje consideraríamos injusta e discriminatória e que agora repelimos”, afirmou o político.
Legado
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Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para desvendar códigos e é responsabilizado por decifrar mensagens navais alemãs que foram criadas usando a máquina Enigma – ação que salvou milhares de vidas e encurtou o tempo dos combates. Seus esforços de decodificação eram tão avançados que alguns detalhes de sua pesquisa só foram revelados em 2012.
Além disso, ele também realizou grandes avanços na computação, colocando-se na vanguarda do conceito de algoritmos e idealizando um dos primeiros computadores com programas armazenados do mundo, entre outras coisas. Embora o estudioso tenha falecido em 1954, muitas de suas criações e e de seus conceitos – como o teste que desenvolveu para julgar as inteligências artificiais por meio de diálogos – ainda fazem parte da tecnologia atual.
“Turing merece ser lembrado e reconhecido por sua fantástica contribuição para o esforço de guerra e por seu legado científico. Um perdão vindo da rainha é um tributo apropriado para um homem excepcional”, concluiu Chris Grayling. Ainda que extremamente tardia, a ação pode abrir caminho para a anistia de outras pessoas que também sofreram esse tipo de perseguição na época – algumas ainda estão vivas.
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