Clonar o passado? Conheça 6 animais extintos que os cientistas buscam reviver

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Imagem: Beth Zaiken/Centre for Palaeogenetics

Abordagem científica inovadora e controversas, a desextinção pretende "ressuscitar" animais extintos por meio de diferentes técnicas.

Os principais métodos incluem o retrocruzamento (seleção e reprodução de animais com traços genéticos parecidos com a espécie extinta), clonagem (injeção de DNA antigo em um óvulo de uma espécie próxima) e engenharia genética (reintrodução de características de espécies extintas no genoma de animais vivos).

Mas quais animais estão na lista dos cientistas? Confira abaixo os seis casos de ressurreição mais próximos do sucesso.

Mamute lanoso

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Uma nova raça parecida com o mamute pode ser criada até 2028. (Fonte: Thomas Quine/Wikimedia Commons/Reprodução)

Mamutes lanosos (Mammuthus primigenius) habitaram a tundra da Ásia, Europa e América do Norte entre 300 mil e 10 mil anos atrás, além de uma pequena população que sobreviveu na ilha Wrangel, ao norte da Sibéria russa até quatro mil anos atrás.

O permafrost ártico preservou carcaças e DNA desses animais, e até mesmo a estrutura 3D de seu genoma, o que, teoricamente, poderia permitir que pesquisadores realizem a transferência nuclear com um óvulo de elefante moderno para dar início a uma nova espécie semelhante ao mamute lanoso, o que pode ocorrer até 2028, segundo a empresa de biotecnologia Colossal Biosciences.

Dodô

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O dodô não tinha medo de humanos e foi rapidamente extinto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O dodô (Raphus cucullatus) era uma ave não voadora que vivia apenas nas Ilhas Maurício, e foi extinta no século 17, exclusivamente pela ação dos colonizadores holandeses que, durante a ocupação, trouxeram espécies invasoras, como ratos, gatos e porcos, que acabaram por se alimentar dos ovos e filhotes de dodôs. Os pássaros foram seguidamente caçados e tiveram seus habitats destruídos, até sua completa extinção em 1681.

No entanto, seu DNA permaneceu intacto em espécimes de museus, o que permitiu a montagem do primeiro genoma da espécie em 2022. Falando à Live Science, o CEO e cofundador da Colossal Biosciences, Ben Lamm, afirma que gestar um dodô seria mais simples do que um mamute, pois o desenvolvimento do embrião ocorreria em um ovo, eliminando a necessidade de uma barriga de aluguel.

Tilacino

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O DNA do tilacino é muito fragmentado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O tilacino ou tigre da Tasmânia (Thylacinus cynocephalus) era um marsupial carnívoro parecido com um lobo com listras nas costas. Teve como habitat a Austrália, mas desapareceu do continente há dois mil ou três mil anos, com uma pequena população permanecendo na Tasmânia até serem caçados e exterminados pelos britânicos em 1936.

Como há vários espécimes intactos para extrair o DNA, o tilacino é um bom candidato à desextinção, explica o professor de genética e biologia do desenvolvimento da Universidade de Melbourne, Andrew Pask, a BBC Future. O genoma do tilacino foi sequenciado em 2017, e o RNA extraído em 2023.

Pombo-passageiro

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Os pombos-passageiros eram 40% da população de aves no século 17. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O pombo-passageiro (Ectopistes migratorius) já foi um dia a ave mais comum na América do Norte, constituindo até 40% da população aviária do século 17. No entanto, a caça intensa e a destruição de seus habitats pelos colonos britânicos levaram o animal à completa extinção, em 1914, com a morte da fêmea Martha, batizada em homenagem à primeira-dama dos EUA.

A boa notícia é que os museus estão recheados de espécimes de pombos-passageiros empalhados, o que permitiu o sequenciamento do seu código genético, embora este tenha se revelado bastante fragmentado. Ainda assim, a empresa Revive & Restore, planeja inserir trechos desse DNA no genoma de pombos-de-cauda-listrada modernos, e chocar a primeira geração de pombos ressuscitados já em 2025.

Auroque

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Grande parte do DNA dos auroques vive em raças modernas de gado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Representados em pinturas rupestres de cavernas pré-históricas, os auroques (Bos primigenius) são os ancestrais selvagens do gado moderno. Eram os maiores mamíferos terrestres deixados na Europa após a última Era do Gelo. Caça excessiva e destruição do habitat pelos humanos levaram esses animais de porte magnífico à extinção total em 1627, na floresta de Jaktorów na Polônia central.

Em entrevista à Live Science, o ecologista e diretor da Fundação Taurus, Ronald Goderie, explica como esse projeto está tentando ressuscitar a espécie através do retrocruzamento. Essa técnica de melhoramento genético seleciona bovinos atuais com características físicas, genética e comportamentais parecidas com os auroques ancestrais, e os cruza estrategicamente. Após seis gerações de vacas, um auroque possível está próximo.

Quaga

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Alguns cientistas querem clonar quagas com o DNA de esqueletos antigos. (Fonte: Hogyncymru/Wikimedia Commons/Reprodução)

Quagas (Equus quagga quagga) são uma subespécie extinta de zebra das planícies, espécie distribuída hoje por toda a África. Esses equinos habitavam exclusivamente a África do Sul e tinham menos listras nos quartos traseiros. Eles acabaram extintos no século 19 pela caça excessiva, deixando para trás apenas sete esqueletos no mundo.

Iniciado em 1987, na África do Sul, o Projeto Quaga quer "ressuscitar" a subespécie extinta de zebra através de um processo de seleção genética. Para isso, os pesquisadores selecionam zebras das planícies com menos listras, para recuperar características genéticas semelhantes aos quagas originais.

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