Em um novo estudo publicado na revista científica Science, uma equipe da Sociedade Max Planck (MPS) sugere que, a cada século, estrelas como o Sol podem liberar erupções solares a cada século. Para eles, isso destaca a importância de uma compreensão mais ampla sobre a intensidade e a frequência de fenômenos extremos associados a estrelas semelhantes ao Sol.
Os cientistas analisaram dados coletados por diferentes telescópios modernos, como o telescópio espacial Kepler da NASA, além de técnicas avançadas de análise. Com isso, conseguiram rastrear o comportamento de milhares de estrelas ao longo de extensos períodos de atividade estelar.
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O novo estudo pode oferecer diversas novas perspectivas aos cientistas que pesquisam o tema, mas os autores apontam que a importância desses resultados também está em possibilitar a previsão de eventos estelares que poderiam afetar a Terra ou outros planetas.
Por exemplo, os pesquisadores podem compreender melhor os efeitos de supererupções solares em sistemas tecnológicos, a fim de evitar problemas — como o ‘apagão da internet’, que poderia ocorrer com a chegada do fim do ciclo solar.
"Não podemos observar o Sol ao longo de milhares de anos. Porém, podemos monitorar o comportamento de milhares de estrelas muito semelhantes ao Sol em períodos curtos de tempo. Isso nos ajuda a estimar com que frequência ocorrem supererupções", explicou um dos coautores do estudo e diretor do MPS, Dr. Sami Solanki.
Supererupções solares a cada século
No total, foram analisados dados de 56.450 estrelas; assim, os pesquisadores puderam observar os detalhes de 2.889 supererupções em 2.527 dessas estrelas. Eles concluíram que, em estrelas semelhantes ao Sol, essas erupções solares intensas ocorrem, em média, uma vez a cada século.
É importante destacar que o estudo não faz nenhuma previsão específica sobre o comportamento do Sol, pois os dados analisados são de estrelas com características semelhantes, mas não do Sol em si.
Um dos últimos grandes fenômenos solares conhecidos pela humanidade foi o Evento de Carrington, em 1859, quando uma intensa tempestade solar interrompeu a rede telegráfica em partes da Europa e da América do Norte. Porém, o Evento de Carrington é quase insignificante em comparação com o fenômeno investigado no estudo: ele é equivale a apenas um centésimo da energia liberada em supererupções.
"Os novos dados são um lembrete claro de que mesmo os eventos solares mais extremos fazem parte do repertório natural do Sol", disse a coautora e associada do MPS, Dra. Natalie Krivova.
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