Motivada por razões puramente econômicas, os primeiros avanços em energias renováveis começaram na década de 1970, quando os países árabes membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) impuseram um embargo à exportação da commodity para os EUA e outros países que apoiavam Israel na Guerra do Yom Kippur.
Com o barril de petróleo custando quatro vezes mais, os consumidores tiveram que buscar outras fontes e, após uma frustrada tentativa de migração para a energia nuclear, a energia eólica e a energia solar logo se tornaram as alternativas mais economicamente viáveis e populares à nossa dependência por combustíveis fósseis.
No final da década de 1980, com os primeiros relatórios científicos apontando uma clara relação entre a queima de combustíveis fósseis e o aquecimento global, o que era um problema econômico acabou se transformando em uma questão de sobrevivência planetária. Mais uma vez, energia eólica e energia solar se apresentaram, desta vez como alternativas limpas e renováveis.
Energia solar e energia eólica: vantagens e desafios
Nos últimos 50 anos, energia eólica e energia solar se consolidaram como as principais alternativas "verdes" aos combustíveis. Isso significa que, além de produzir energia a custos cada vez mais acessíveis, elas contribuem para a proteção do meio ambiente, combatem o aquecimento global e promovem um sistema energético mais equilibrado e renovável.
Essas duas forças da natureza se mostraram capazes de impulsionar a infraestrutura e as economias das regiões onde instaladas, gerando também empregos e entregando eletricidade a baixo custo operacional, inclusive em áreas remotas. Porém, uma questão ainda persiste: a produção, instalação e manutenção de painéis solares e turbinas eólicas ainda são caras.
Embora os preços das energias renováveis estejam caindo rapidamente, os custos iniciais e a intermitência continuam sendo barreiras econômicas reais à transição energética. Para superar os combustíveis fósseis, altamente subsidiados, é fundamental encontrarmos maneiras práticas de armazenar energia, quando o sol se esconde e o vento não sopra.
Vantagens competitivas da energia solar
Em 2022, a possibilidade da instalação de painéis solares em telhados, ou montados nos quintais das casas para converter luz solar em energia, impulsionaram como nunca a energia solar.
Essa descentralização e capacidade de adaptação conferiram a essa alternativa uma espécie de portabilidade funcional, trazendo a geração de energia para mais perto do consumidor.
Em entrevista ao IFLScience, o Dr. Saul Griffith, da organização Rewiring Australia, fala dessa vantagem recente: "A energia solar no telhado é tão barata agora. E com uma bateria incluída para torná-la um recurso 24 horas, você não só pode se dar ao luxo de instalar mais do que precisa, mas a bateria a torna uma fonte de energia "sempre ligada"".
Limitações atuais da energia eólica
Crescendo a uma taxa de cerca de 20% ao ano até 2010, a instalação de capacidade eólica meio que "congelou" entre 2010 e 2018. Os motivos podem estar relacionados a questões técnicas e resistência das comunidades locais. Apesar de raramente atingir níveis prejudiciais à saúde, o barulho das turbinas pode causar desconforto aos moradores.
Outro fator interno da indústria, a competição por turbinas cada vez maiores, pode ter reduzido os custos, mas também atingido o seu limite, além de aumentar potencialmente os riscos operacionais, o que é continuamente potencializado pelos defensores poderosos dos combustíveis fósseis.
Afinal, qual dos dois sistemas é o mais vantajoso para o consumidor?
Quando se trata de eficiência, as turbinas eólicas ganham disparado, não só porque produzem energia 24 horas, mas também porque podem converter até 60% da energia captada do vento em eletricidade utilizável, enquanto os painéis solares, mesmo os mais eficientes, só convertem cerca de 22% da energia solar em eletricidade.
Mas o problema aqui é capitalizar a energia eólica, enquanto usar a energia solar é, atualmente, muito mais fácil.
Conforme dados divulgados no site da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), embora o custo de ambas tenha caído significativamente nos últimos anos, atualmente a energia solar é a mais barata e mais acessível em diferentes partes do mundo. No entanto, alerta, essa é uma avaliação abrangente que pode, em alguns casos, variar de acordo com fatores como localização geográfica e disponibilidade de recursos naturais.
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